plano de vacinação nacional

Quando pode ser vacinado contra a Covid-19?

Casa e Família

Com seis marcas de vacinas em aprovação pela Agência Europeia do Medicamentos, o plano de vacinação nacional avança em janeiro. 04-12-2020

O plano de vacinação contra a Covid-19 prevê três etapas. A primeira decorre entre janeiro e fevereiro e inclui 950 mil pessoas de grupos considerados prioritários. O calendário pode sofrer algumas alterações conforme os procedimentos de aprovação e oficialização pelas autoridades europeias. Saiba como aceder-lhe.

O plano visa “reduzir a mortalidade e volume de internamentos nas unidades de cuidados intensivos”, de acordo com as palavras de Francisco Ramos, coordenador da equiparesponsável pelo plano de vacinação contra a Covid-19.

Com um potencial de 22 milhões de doses, adquiridas pelo Estado português, a vacina será universal, gratuita, facultativa e a sua distribuição é feita com base em critérios clínicos e científicos que identificam os casos prioritários. Ou seja, para acudir em primeiro plano às situações de maior vulnerabilidade.

Será por isso executado um plano em três etapas essenciais que podem sofrer alguns atrasos. De acordo com o anúncio oficial, tudo dependerá do calendário de fecho para os licenciamentos, ainda em curso pela Agência Europeia do Medicamentos (EMA), e do próprio ritmo a que as vacinas possam chegar a Portugal.

Este plano será acompanhado por um exercício de monitorização para plena concretização de todo exercício, assim como acompanhamento dos resultados de vacinação e identificação de qualquer reação adversa, a garantir pelo Sistema Nacional de Farmacovigilância.

 

Quais as vacinas com que podemos contar?

A Comissão Europeia firmou acordo de aquisição com seis laboratórios, nomeadamente, AstraZeneca, Sanofi-GSK, Janssen Pharmaceutica NV; BioNTech-Pfizer; CureVac; Moderna. As mas as vacinas, desenvolvidas e fabricadas pela BioNTech/Pfizer e Moderna aguardam para muito breve o fecho das manobras de avaliação pela EMA.

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Quais as etapas?

As três fases visam diferentes grupos alvo e impõem um calendário com margem para alguns atrasos, conforme condicionantes externas. Por exemplo, a própria chegada das vacinas a Portugal.

Tanto grávidas como pessoas acima dos 75 anos ficam, por enquanto, de fora desta campanha de vacinação por não haver certezas sobre os seus efeitos assim como impacte no sistema imunitário.

Pode confirmar qual a sua etapa de vacinação no simulador da Direção Geral de Saúde a que pode aceder aqui.

 

A primeira etapa

Decorre entre janeiro e Fevereiro com margem para ir até março, abril. Irá vacinar pessoas acima dos 50 anos e com um quadro clínico de patologias que incluem insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal; doença respiratória crónica com suporte ventilatório.  Prevêem-se 400 mil doses para estes casos que coincidem com as incidências mais graves da doença. Incluem-se neste grupo, os residentes em lares e internados em unidades de cuidados continuados, assim como os seus profissionais. Nesta fase serão ainda vacinados os profissionais de Saúde e cuidadores assim como forças de segurança e profissionais de serviços considerados críticos para este combate à doença.

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A segunda etapa

Decorre imediatamente a seguir ao cumprimento do primeiro momento de vacinação e visa pessoas acima dos 65 anos, mesmo que não tenham qualquer problema clínico. Depois, visa também o grupo etário acima dos 50 anos (até aos 64) já com diagnóstico associado de patologias como diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal, insuficiência hepática, obesidade, hipertensão arterial. Se a primeira etapa vacinará 950 mil pessoas, esta segunda fase atinge mais de 2,6 milhões de pessoas.

 

A terceira etapa

Esta última etapa vacinará a restante população, conforme o ritmo dos abastecimentos que pode exigir a formulação de outros grupos prioritários. Saiba tudo sobre estas etapas neste documento.

As prioridades foram atualizadas

A vacinação dos grupos acima dos 80 anos, independentemente do seu estado clinico, assim como a faixa etária acima dos 50 anos, com pelo menos uma das patologias referenciadas (insuficiência cardíaca; doença coronária; insuficiência renal; doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC); doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e oxigenoterapia de longa duração) passam a estar incluídas na população prioritária, ao contrário do que inicialmente previsto em dezembro. A partir de 3 de fevereiro estas pessoas começam a ser vacinadas com a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Tal como acontece com a restante população, isto acontecerá depois de receberem um sms com aviso da data e local onde devem deslocar-se para a receber. A este envio pelo centro de Saúde, o utente, deve responder com Sim ou Não.

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Como será administrada a vacina?

Os grupos prioritários devem ser identificados localmente com recurso às informações dos Sistema Nacional de Saúde (SNS). Globalmente, a vacinação decorrerá nos estabelecimentos do SNS com profissionais devidamente treinados para as especificidades desta vacinação.

Nos casos de internamento ou institucionalização, por exemplo de idosos, sinalizados para a primeira etapa, prevê-se que cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) organize a vacinação naquelas entidades, incluindo o transporte das vacinas e dos profissionais.

Certo é que as vacinas sejam previamente agendadas pela unidade locais de Saúde independentemente do número de doses necessários. A vacina da BioNTech-Pfizer, por exemplo, terá duas doses em momentos diferentes.

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E quem não for acompanhado pelo SNS?

Quem, não esteja a ser acompanhado pelo SNS tem sempre possibilidade de solicitar a vacina mediante indicação médica em conformidade com o plano de prioridades para a sua administração. Ao contrário da vacina contra a Gripe, o plano de vacinação contra a Covid-19 não inclui as farmácias.

Tanto grávidas como pessoas acima dos 75 anos ficam, por enquanto, de fora desta campanha de vacinação por não haver certezas sobre os seus efeitos assim como impacte no sistema imunitário.

Resumindo, as pessoas são identificadas localmente, conforme os dados clínicos registados no SNS, e de acordo com um calendário local serão vacinadas nos centros de saúde. De acordo com a explicação oficial, o objetivo é que todo o processo tenha um crivo acrescido de controlo. Uma exigência explicada por “questões de segurança, de transporte e armazenamento, assim como de todas as especificidades da distribuição e disponibilização das vacinas, assim como procedimentos de monitorização com bases de dados organizadas centralmente”.

 

Tome Nota:

A administração da vacina de cada marca estará associada a uma norma específica da Direção Geral de Saúde (DGS). Cada norma conterá informação técnica sobre a vacina com dados como tipo de vacina; indicações terapêuticas; contraindicações; falsas contraindicações; precauções; reações adversas; conservação; dose e via de administração; local de injeção; compatibilidade com outras vacinas; intercambialidade entre vacinas e farmacovigilância. Mesmo raras, estas reações devem ser-lhe clarificadas para que possa dar o seu consentimento de modo esclarecido.

 

Conheça mais detalhes sobre o plano de vacinaçãoaqui.

 

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Texto atualizado a 03/02/2021