EFC - Figueira Foz

30 nov 2022

“O efeito da nova Economia Pós Guerra para as empresas”

Na Figueira da Foz, onde “O efeito da nova Economia Pós Guerra para as empresas” esteve em debate, mais de 330 convidados assistiram às boas-vindas de António Farinha Morais, Presidente do Conselho de Administração da Caixa.

Paulo Moita de Macedo, Presidente da Comissão Executiva, abordou as perspetivas económicas para Portugal e os grandes desafios que se colocam, no presente e no futuro próximo, a empresas e particulares.

A escassez global de talento foi um dos constrangimentos que Paulo Moita de Macedo identificou, referindo “que a necessidade de capacitar e reconverter o capital humano se vai acentuar, durante os próximos anos” o que se poderá traduzir num desafio acrescido para o tecido empresarial nacional.

Paulo Moita de Macedo destacou as preocupações generalizadas com a escassez de matérias-primas, bem como outros grandes desafios a ter em conta, entre eles, a melhoria da produtividade de capital, digitalização, restruturação de cadeias de abastecimento e necessidade de investir na transição energética, e que se traduzirão em custos acrescidos para as empresas, mesmo que o preço da energia venha a cair para valores anteriores ao início da guerra da Ucrânia.

O Almirante Henrique Gouveia e Melo, Chefe do Estado-maior da Armanda conversou com José João Guilherme, Administrador Executivo da Caixa, sobre o posicionamento de Portugal face ao possível alargamento da Plataforma Atlântica. A confirmar-se, o alargamento do espaço de soberania marítima, determinará que Portugal seja chamado a responsabilidades acrescidas em termos militares e exploração de recursos o que permitirá a um conjunto importante de empresas aceder e a participar neste novo desafio.

Seguidamente, realizou-se um painel de debate com empresários da região, como a Celbi, a MicroPlásticos, a United Rasins e a Fapricela, com os desafios da exportação, o redesenho do comércio mundial e os seus impactos na Economia portuguesa a serem largamente debatidos.

Os responsáveis destas empresas exportadoras, com sede no distrito de Coimbra (Figueira da Foz e Cantanhede), deram o seu testemunho sobre a evolução dos respetivos negócios em 2021 e 2022. António Mendes Ferreira, Presidente do Conselho de Administração da United Resins, sinalizou que o início da inflação mundial resultou da redução de transportes marítimos durante a pandemia, o que obrigou as empresas a constituir mais stocks "para enfrentar as dificuldades de fornecimento". Nessa altura, "foi necessário reforçar o músculo financeiro das empresas", entendendo que, neste momento a situação já está numa fase de ajustamento.

Por seu lado, Duarte Pais, administrador da Micro-plásticos - fábrica que trabalha em 3/4 para a indústria automóvel - confirmou a necessidade de "adaptar o modelo de negócio", face à transformação que o comércio automóvel tem vindo a sofrer, com o aumento de prazos de entrega de viaturas aos clientes, que passou do imediato para mais de seis meses, considerando ser difícil fazer repercutir o aumento dos custos de produção no preço de venda.

Pedro Teixeira, CEO da Fapricela, destacou as variações do mercado, desde final de 2021, referindo que "com períodos de grande procura, tiveram de parar as vendas, situação que está agora a normalizar". Miguel Silva, CFO da Celbi, anunciou o projeto do Grupo de construir na Galiza (Espanha) uma fábrica de fibras têxteis sustentáveis de base celulósica, embora ainda esteja em fase de avaliação das diferentes variáveis do processo. O objetivo é "contrariar o risco" deste tipo de indústria ficar apenas centrado na Ásia.

A terminar a conferência, uma conversa improvável juntou Pedro Abrunhosa e o escritor, ilustrador e músico, nascido na Figueira da Foz, Afonso Cruz.

Acesso Caixadirecta

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