Resultados 1º trimestre de 2023

11 mai 2023

Caixa Geral de Depósitos apresenta os Resultados Consolidados do 1º trimestre de 2023

(Informação financeira não auditada)

Caixa regista um resultado líquido de 285M€ com um ROE de 13,1%, confirmando uma distribuição de dividendos superior a 352M€ referentes a 2022. Resultado da área internacional cresce 41%. Rácios de liquidez e capital mantêm níveis elevados no contexto europeu.

Num contexto económico instável, o Grupo Caixa Geral de Depósitos gerou um resultado líquido consolidado de 285 milhões de euros, que permitiu um aumento de 3,3 pontos percentuais na rentabilidade dos capitais próprios (ROE), de 9,8% no período homólogo de 2022 para 13,1% no primeiro trimestre de 2023.

Globalmente, o contributo da atividade internacional para o resultado líquido do Grupo foi de 53 milhões de euros, um crescimento de 41% face a igual período de 2022.

A continuidade dos bons resultados permitiu a formalização da proposta de aplicação de resultados, a deliberar em assembleia geral, do pagamento de um dividendo no valor de 352 milhões de euros, o maior da história da Caixa, referente ao resultado de 2022 e definido de acordo com a política de dividendos em vigor. Adicionalmente a Caixa tenciona propor a entrega da propriedade do atual edifício sede ao seu acionista único, sob a forma de dividendo em espécie. O valor total destes pagamentos contribuirá para uma melhor remuneração do capital investido e a continuação da devolução aos contribuintes do esforço tido no âmbito do processo de recapitalização.

Os depósitos de clientes alcançaram os 80 mil milhões de euros a nível consolidado e 69 mil milhões na atividade doméstica, onde foi mantida a liderança na quota de mercado (23%), tal como a do segmento de particulares, onde se registou uma quota de 32%.

Relativamente ao crédito a clientes a Caixa alcançou 53 mil milhões de euros em termos consolidados dos quais 45 mil milhões em Portugal, valores estabilizados face ao período homólogo. A nível doméstico, este volume representa uma quota de mercado de 18%, preservando a sua liderança que se estende ao crédito a particulares (19%), com destaque para o crédito à habitação (24%). Também no leasing mobiliário a Caixa consolidou a sua liderança com uma quota de mercado de produção de 24%. O crédito ao consumo apresentou um crescimento face a igual período no ano anterior, dinamizado pela oferta Crédito Expresso, desenvolvida no âmbito do Plano Estratégico 2021-2024.

No negócio de meios de pagamentos, a Caixa continua a liderar, com as compras com cartões da Caixa no trimestre a crescerem 18% face a 2022 e 59% face a 2021.

Na banca digital, o número de clientes ativos alcançou os 2,3 milhões, entre particulares e empresas, um crescimento de 8% face ao período homólogo. O canal mobile registou um crescimento de 17% no número de utilizadores para 1,6 milhões e o peso das vendas através dos canais digitais alcançou 82% no universo de clientes particulares em Portugal.

No âmbito do negócio de empresas, destaca-se o crescimento de 49% na produção gerada na plataforma digital de gestão de pagamentos Flexcash e crescimentos expressivos nos produtos de trade finance.
Na componente das soluções de investimento, foram mobilizados perto de 300 milhões de euros de linhas de crédito protocoladas com o Fundo Europeu de Investimento para melhorar o acesso ao financiamento das PME, e foi dada continuidade à disponibilização de produtos e serviços de apoio ao investimento no âmbito da sustentabilidade.

O rácio de cost-to-income corrente apresentou nova descida, para 29,2%, sustentado em elevados níveis de eficiência e na melhoria dos proveitos.No primeiro trimestre de 2023, a Caixa registou um rácio de NPL de 2,5%, enquanto o rácio de NPL líquido de imparidades totais permaneceu em 0% (zero). A evolução da carteira de crédito e da atividade de recuperação resultaram num custo de risco de crédito de 0,30%, refletindo uma abordagem preventiva e conservadora.

No decorrer deste trimestre, a Caixa procedeu à transferência de todas as responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões para a Caixa Geral de Aposentações, à extinção e liquidação do fundo e à entrega, pela Caixa a este organismo, de uma compensação financeira pelas responsabilidades transferidas. Esta operação permitiu a redução dos níveis de risco resultantes da volatilidade que a dimensão do Fundo de Pensões, a natureza dos seus ativos e responsabilidades e o tratamento contabilístico e prudencial introduzem na conta de resultados e balanço do banco. Constituiu também um importante passo para aproximar as condições de exploração da Caixa às da restante banca, no contexto do mercado europeu.

Nos primeiros 3 meses de 2023 registou-se um ganho de 80 milhões de euros em resultados de operações financeiras da alienação de ativos do extinto Fundo de Pensões, valor ainda assim inferior aos 246 milhões de euros em custos inerentes a esta operação registados em 2022.

A Caixa continua a apresentar uma robusta posição de capital que se situa acima da média dos bancos Portugueses e Europeus. Os rácios Tier 1 e Total situaram-se em 19,5% e 20,9%, respetivamente, incluindo o resultado líquido deduzido do montante máximo distribuível de acordo com a Política de Dividendos.

Para 2023, e pelo segundo ano consecutivo, o Supervisor reduziu as exigências de capital (Requisito Pilar 2) de 2,0% para 1,9%, refletindo uma melhoria da perceção do risco da Caixa.

O rácio de MREL atingiu o montante de fundos próprios e de passivos elegíveis equivalentes a 28,23% excedendo o requisito aplicável a partir de 2024 que, de acordo com a notificação de março de 2023, foi definido em 26,44% do total de ativos ponderados pelo risco.

Aviso

A participação acionista no Banco Comercial do Atlântico (BCA) foi, em dezembro de 2022, classificada em “Ativos não correntes detidos para venda”, razão pela qual e apenas para efeitos comparativos, os valores relativos ao balanço consolidado de 31 de março de 2022, divulgados neste documento, foram reexpressos, uma vez que a IFRS 5 “Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas” apenas requer a reexpressão da demonstração de resultados.

Os valores e rácios apresentados reportam-se a 31 de março de 2023, exceto menção em contrário. Os mesmos poderão ser valores estimados, sujeitos a alteração aquando da sua determinação definitiva. Os rácios de solvabilidade incluem o resultado líquido do período, deduzido do montante máximo distribuível de acordo com a política de dividendos, salvo indicação específica.

As perspetivas para a atividade e para o comércio mundial melhoram em 2023-25 face ao esperado em dezembro de 2022, mas o crescimento permanece inferior ao período pré-pandemia. Após terem ressurgido sinais de fraqueza no final de 2022, a economia mundial retoma o dinamismo no curto prazo, à medida que se fazem sentir os efeitos da diminuição dos preços das matérias-primas energéticas, da reabertura da China, das menores disrupções nas cadeias de produção e do aumento da confiança dos agentes económicos. O crescimento do PIB e do comércio mundial no final do horizonte situa-se em torno de 3%, um valor baixo em termos históricos. A inflação na área do euro tem vindo a reduzir-se nos meses recentes, com o desvanecimento das pressões sobre os preços das matérias-primas, sobretudo das energéticas. No entanto, subsistem ainda pressões nas cadeias de produção e também relacionadas com os efeitos da reabertura da economia. A inflação total reduziu-se para 8,5% em fevereiro, mas excluindo bens alimentares e energéticos continuou a subir, atingindo 5,6%. A expetativa de uma política monetária mais restritiva reflete-se em taxas de juro de curto prazo mais elevadas em 2023–25. As decisões recentes do BCE acentuaram a expetativa de que as taxas de juro diretoras terão de atingir níveis restritivos para que a inflação convirja para o objetivo de médio prazo de 2%. A subida das taxas de juro do BCE tem-se transmitido às taxas dos novos empréstimos e, em menor grau, dos depósitos a prazo das famílias e empresas.

O presente documento destina-se apenas a disponibilizar informação de caráter geral, não constituindo aconselhamento sobre investimento ou aconselhamento profissional, nem podendo ser interpretado como tal.

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