Janeiro 2025

14 fev 2025

Desempenho de ações em destaque no início de 2025

Perspetiva de crescimento sólido em 2025 nos EUA e incerteza com a inflação levaram a Fed a manter taxas diretoras, ao contrário do BCE que as reduziu. Resultados corporativos positivos e diminuição dos receios acerca das tarifas beneficiaram as ações.

2025 iniciou-se com perspetivas de crescimento sólido, sobretudo nos EUA, que continua a beneficiar da resiliência do mercado laboral e da confiança das famílias. Já na Área Euro e na China, os sinais de aceleração são ténues. Este contexto, em parte suportado pelas políticas do presidente dos EUA, aumentou a incerteza quanto à inflação, condicionando a ação da Fed, que optou por manter as taxas diretoras, em contraste com a redução, de 0,25 p.p. do BCE. Este panorama, a par do início favorável da época de resultados corporativos e da postura menos agressiva de Donald Trump face ao esperado em relação às tarifas, revelou-se positivo para a maioria dos mercados financeiros, em especial de ações.

Enquadramento: janeiro 2025

Ao nível económico, em janeiro foram divulgadas as estimativas rápidas referentes ao crescimento do PIB no 4º trimestre de 2024 nos três principais blocos. Os valores nos EUA e na China, onde o objetivo governamental de 5,0% no ano foi cumprido, voltaram a suplantar o registado na Área Euro (AE), destacando-se, neste caso, a contração de 0,2% e de 0,1%, em cadeia, da Alemanha e da França. Quanto ao desempenho dos indicadores nacionais, nos EUA os números do sentimento dos empresários e da atividade na indústria continuaram a sinalizar uma melhoria da produção e um mercado de trabalho novamente dinâmico, com a taxa de desemprego em um nível associado ao pleno emprego e, neste ponto, um resultado equivalente ao da AE. Ainda nesta região, e no caso dos indicadores de aferição da atividade empresarial e de sentimento dos agentes económicos, os dados permaneceram baixos, à imagem do da confiança dos agregados familiares. No que concerne aos indicadores da China, os de atividade empresarial de janeiro desapontaram, indiciando uma possível perda de dinâmica económica na fase inicial do ano, embora, pela positiva, os respeitantes ao mercado imobiliário terem encerrado 2024 com um tom menos desfavorável, uma vez que os preços dos imóveis denotaram uma estabilização.

Quanto à inflação, o crescimento dos preços no último mês foi impulsionado pelas componentes mais voláteis (nomeadamente energia), enquanto as medidas subjacentes mantiveram-se estáveis. Na AE, o incremento da variação do índice harmonizado de preços no consumidor voltou a ser explicado pelo contributo da energia, enquanto nos EUA a variação do índice de preços nas despesas do consumo conservou o mesmo nível de 2,8% e, portanto, acima do objetivo de médio prazo de 2% da Fed.

Em termos da atuação dos Bancos Centrais, nos EUA, como esperado, o Conselho de Governadores (CG) da Fed manteve sem alteração o intervalo-objetivo para as taxas de juro diretoras. A declaração e as palavras do presidente Jerome Powell na conferência de imprensa sinalizaram que a manutenção decidida marca provavelmente o início de uma pausa prolongada, numa altura em que a política monetária continuou a ser descrita como “restritiva”. Na AE, o CG do BCE deliberou, de forma unânime, e como previsto, a favor da redução das taxas de juro diretoras em 25 p.b. em janeiro, o que colocou a taxa de juro da facilidade de depósito em 2,75%. A declaração lida pela presidente, Christine Lagarde, deixou antever o prolongamento do ajuste em baixa do grau de restrição nas próximas reuniões. Entre os pontos principais, referiu que a maioria das medidas de inflação subjacente são consistentes com a descida sustentada da inflação para um valor em torno da meta de 2%, e que o crescimento dos salários se encontra a moderar, isto em um cenário que, como salientou, (i) a política monetária continua a ser restritiva e, no médio prazo, (ii) o crescimento deva permanecer fraco.

Na Ásia, o Banco do Japão decretou um incremento da taxa de juro diretora em 25 p.b., para 0,50%, a percentagem mais elevada desde setembro de 2008, decisão que era aguardada em face da tendência de subida da inflação. Quanto à atualização das projeções económicas, destaque para as ligeiras revisões em alta dos valores esperados para o crescimento dos preços no decurso dos dois anos fiscais seguintes.

Mercados Financeiros: janeiro 2025

Os mercados acionistas registaram ganhos em janeiro, à exceção do japonês, com alguns dos principais índices de ações do bloco desenvolvido a permanecerem em torno dos patamares mais elevados de sempre. Neste contexto, destaque para a AE e os EUA ao alcançarem máximos históricos. Os investidores permanecem otimistas em relação à atividade económica mundial, mas também atentos, às tarifas comerciais e aos rápidos desenvolvimentos no setor tecnológico. Exemplo disso, as preocupações quanto à possibilidade da eficiência do modelo de inteligência artificial da start-up chinesa DeepSeek ser capaz de comprometer a competitividade das empresas norte-americanas, em particular da NVidia e da Broadcom. Na AE, as métricas de valorização mais atrativas face às de outras geografias, a par da flexibilização da política monetária por parte do BCE, potenciou o desempenho. Em contraposição, o Japão denotou perdas pressionado pela apreciação do iene.

Na classe de rendimento fixo, os índices de dívida pública dos EUA e da Alemanha evidenciaram desempenhos distintos. No caso norte-americano assistiu-se a rendibilidades positivas devido à não introdução imediata de medidas fiscais expansionistas por parte da nova Administração dos EUA. Do lado europeu, os recentes indícios de interrupção do processo desinflacionista penalizaram as obrigações. No crédito, os segmentos de dívida privada patentearam valorizações devido, principalmente, à compressão dos prémios de risco.

Em janeiro, a classe de matérias-primas denotou ganhos, registando, inclusive, a segunda valorização mensal mais elevada em cerca de um ano e meio. Este resultado adveio do desempenho positivo de todos os segmentos, impulsionados, em parte, pelos receios da aplicação de tarifas às importações norte-americanas e ao seu efeito no comércio internacional. Nos metais preciosos, o ouro alcançou novo máximo histórico no final do mês, em reação às declarações do presidente dos EUA a reiterar a imposição de tarifas ao México, ao Canadá e à China. Quanto aos bens agrícolas, o clima adverso condicionou as colheitas de milho e soja na América do Sul, enquanto o café permaneceu pressionado pela escassez de oferta, apreciando mais de 50% em três meses. Em paralelo, os metais industriais e a energia valorizaram, apesar das dúvidas relacionadas com a eventual maior eficiência tecnológica da start-up DeepSeek.

Já no mercado cambial, o euro contrariou a tendência observada nos últimos três meses e apreciou em relação ao dólar. Para tal contribuiu a expectativa que a continuação da flexibilização da política monetária na AE permita, a prazo, estimular o crescimento económico. Ademais, as decisões acerca das taxas diretoras por parte do BCE e da Fed, de nova subida em 0,25 p.p. e de manutenção, já eram antecipadas.

No que se refere ao mercado monetário, as taxas Euribor evidenciaram um comportamento divergente, com a do prazo a 3 meses a diminuir, para o mínimo desde fevereiro de 2023, por oposição ao verificado nos prazos a 6 e a 12 meses.

Nota: dados a 31 de janeiro de 2025, as rendibilidades obtidas constituem performances totais, em moeda local ou de referência.
As rentabilidades divulgadas representam dados passados, não constituindo garantia de rentabilidade futura. Fonte: BEA, BLS, Eurostat, NBS, Fed, BCE, Banco Central do Japão (BoJ).

Disclaimer:
Esta informação é realizada com um objetivo informativo. Não constitui uma recomendação de investimento e não pode servir de base à compra ou venda de ativos nem à realização de quaisquer operações nos mercados financeiros assim como não deve ser considerado a base de qualquer tipo de contrato ou investimento que possa ser realizado.
A Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, S.A. (empresa do Grupo Caixa Geral de Depósitos) defende o princípio da diversificação de investimentos, por diferentes classes de ativos, geografias e setores de atividade e o acompanhamento da evolução dos diferentes mercados financeiros.
A visão apresentada na presente informação reflete apenas o posicionamento da Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, S.A., não constitui uma recomendação de investimento e não pode servir de base à compra ou venda de ativos nem à realização de quaisquer operações nos mercados financeiros.
A presente informação incorpora a visão desenvolvida pela Caixa Gestão de Ativos e baseia-se em informação pública disponível e nas condições de mercados à data, proveniente de várias fontes que se creem credíveis, não sendo possível garantir que a mesma esteja completa ou precisa, estando sujeita a revisões, atualizações e alterações futuras sem aviso prévio. Não pode, assim, ser imputada qualquer responsabilidade à Caixa Gestão de Ativos por perdas ou danos causados pelo seu uso.
As rendibilidades divulgadas representam dados passados, não constituindo garantia de rendibilidade futura.
Salvo autorização expressa da Caixa Gestão de Ativos, não está autorizada a publicação, duplicação, extração e transmissão destes conteúdos informativos. A Caixa Gestão de Ativos não se responsabiliza por qualquer facto suscetível de alterar a integridade do conteúdo desta mensagem, resultante da sua transmissão eletrónica.

Acesso Caixadirecta

Acesso Caixadirecta

Janeiro 2025

Desempenho de ações em destaque no início de 2025

Perspetiva de crescimento sólido em 2025 nos EUA e incerteza com a inflação levaram a Fed a manter taxas diretoras, ao contrário do BCE que as reduziu. Resultados corporativos positivos e diminuição dos receios acerca das tarifas beneficiaram as ações.