Informação maio 2019

17 jun 2019

Mercados financeiros

Em maio, a classe acionista destacou-se ao averbar o primeiro registo mensal negativo de 2019.

Em maio, a classe acionista destacou-se ao averbar o primeiro registo mensal negativo de 2019. O retorno das incertezas ao nível das relações comerciais dos EUA com os seus principais parceiros comerciais e os indicadores económicos, tradutores de abrandamento global, contribuíram para o supracitado movimento. Em consequência, os mercados de “refúgio”, como as obrigações do tesouro, o ouro e o iene registaram rendibilidades positivas.

Enquadramento
Em maio, no domínio económico, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico divulgaram os relatórios de perspetivas económicas, nos quais frisam a moderação do crescimento mundial que em resultado do abrandamento significativo do comércio global, especialmente nas economias mais expostas às exportações [e.g. países asiáticos e Área Euro (AE)]. Adicionalmente, nenhuma das instituições antecipa uma retoma robusta em 2019, porém o ponto de inversão da atividade poderá ocorrer durante este ano. No que respeita à avaliação de riscos, ambas consideram que se encontram enviesados negativamente. De entre os referidos, destacam-se a escalada das tensões comerciais e o possível arrefecimento mais forte do que o esperado da China. Já de entre os fatores de suporte à atividade, citam o mercado de trabalho robusto, a resiliência do consumo e a política fiscal de cariz expansionista em alguns países (tais como a China e a Alemanha).
Nos EUA, na segunda estimativa do PIB do 1ºT de 2019, compilada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA), foi confirmado o crescimento homólogo de 3,2%. Já o mercado de trabalho permaneceu sólido, com uma descida da taxa de desemprego para 3,6% em abril (vs. 3,8%), de acordo com o Bureau of Labor Statistics. Por seu lado, o Eurostat manteve na segunda publicação o crescimento homólogo de 1,2% para o PIB da AE do 1ºT de 2019. Dos 13 Estados-membros para os quais já havia informação disponível, 7 notaram uma desaceleração e 6 uma aceleração (entre os quais, Alemanha, França, Espanha, Itália e Portugal).
Ao nível dos Bancos Centrais, nos EUA, destacou-se a reunião da Reserva Federal Americana (Fed), bem como a divulgação da ata da mesma. No comité foi decidida a manutenção do intervalo das Fed Funds a [2,25% - 2,50%] e a redução em 5p.b. da taxa de juro das reservas excedentárias (sigla em inglês IOER) para 2,35%. Ademais, o presidente J. Powell considerou que a economia norte-americana cresce a um ritmo saudável e que os riscos - fraco crescimento global, “Brexit” disruptivo e tensões comerciais - apesar de persistirem, moderaram ligeiramente. Por seu lado, o presidente afirmou que a inflação desceu mais do que o antecipado [em março fixou-se a 1,5% v.h., segundo o BEA], porém referiu que parte da desaceleração adveio de fatores transitórios. Estas considerações foram reiteradas na ata e, neste seguimento, os governadores observaram que uma postura paciente deveria continuar apropriada por algum tempo, especialmente num enquadramento de crescimento moderado e de baixas pressões inflacionistas ou mesmo num cenário de melhoria das condições económicas e financeiras globais. Na Europa, o Banco Central Europeu divulgou a ata da reunião de 10 abril, na qual reiterou as medidas de política monetária (i.e., as taxas diretoras sem alterações até ao final de 2019 e a continuação da política de reinvestimento de ativos vincendos). O Conselho de Governadores (CG) considerou que o menor dinamismo económico da AE de 2018 estendeu-se para o ano corrente e que os riscos continuavam enviesados negativamente. Em adição, foi notado que as contingências para o CG agir novamente não se tinham materializado, embora tenha sido realçado que a inflação permanecia desconfortavelmente abaixo do objetivo.
No Reino Unido, o Banco de Inglaterra, na reunião de 2 de maio, optou pela manutenção da taxa base a 0,75% e das medidas de política monetária não convencionais. Na conferência de imprensa, o presidente M. Carney referiu que poderiam existir aumentos mais frequentes da taxa base do que o que estava incorporado pelos participantes de mercado.

Mercados Financeiros

O mês de maio foi marcado pelo impasse em torno das negociações comerciais sino-americanas, pelas eleições europeias e por preocupações com o abrandamento económico. Desta forma, contrariamente ao movimento global do ano, registou-se um aumento da aversão ao risco, com um desempenho negativo da classe de ações. Desta forma, o índice global, MSCI, evidenciou uma variação negativa de 5,3% (em euros), com os mercados da AE (MSCI), do Japão (Nikkei) e dos EUA (S&P 500) a registarem quedas de 5,4%, de 6,4% e de 7,4%, respetivamente, nas suas moedas de referência.
Por sua vez, no que respeita aos ativos de rendimento fixo, os índices (Barclays) representativos de obrigações de risco de crédito, apresentaram performances maioritariamente negativas, nomeadamente os segmentos de emissões de High Yield em euros e em dólares ao registarem perdas de 1,4% e de 1,2%, respetivamente, dado o aumento dos prémios de risco em praticamente todos os setores. Comparativamente, na classe de dívida pública, em função do contexto de descida das taxas, os agregados dos EUA e da AE apresentaram rendibilidades mais favoráveis. No caso americano, o índice averbou ganhos de 2,4%, enquanto na AE, em virtude do contributo negativo do mercado de Itália e dos desempenhos comparativamente mais modestas dos países “core”, a mesma métrica registou uma subida de apenas 1,1%.
No que concerne à classe de matérias-primas, o índice de referência (Bloomberg) evidenciou uma variação de -3,4% no mês, advinda dos contributos negativos de energia e de metais industriais, que desvalorizaram 12,0% e 5,9% respetivamente. O segmento de energia foi o maior contribuidor para performance total no período, sendo a queda mensal do preço do petróleo a mais significativa desde o início do presente ano. Em contrapartida, o de agricultura apresentou um desempenho positivo, essencialmente devido à acentuada subida da cotação do milho nos EUA (+18%), a mais elevada desde junho de 2015.
Já no que se refere ao mercado cambial, o mês pautou-se pela apreciação generalizada do dólar face às principais moedas mundiais. O iene constituiu uma das poucas exceções, ao ter registado uma apreciação tanto contra o dólar (+2,9%) como contra ao euro (+3,4%), beneficiando do seu estatuto de refugio. A moeda única europeia continuou a depreciar-se face ao dólar (-0,4%), porém a valorizar-se face à libra (+2,7%) e ao renminbi (+2,4%).
Por fim, no mercado monetário, a curva de taxas de curto de prazo da AE denotou uma deslocação negativa e uma redução da inclinação devido a quedas superiores nos indexantes de longo prazo. Efetivamente, no bloco europeu, a taxa Euribor a 3 meses desceu 1p.b. para -0,32%, a de 6 meses caiu 2p.b. para -0,25% e a de 12 meses diminuiu 5p.b. para -0,17%.

Disclaimer:

Esta informação não constitui uma recomendação de investimento e não pode servir de base à compra ou venda de ativos nem à realização de quaisquer operações nos mercados financeiros assim como não deve ser considerado a base de qualquer tipo de contrato.

A presente informação incorpora a visão desenvolvida pela Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A. (empresa do grupo Caixa Geral de Depósitos) e baseia-se em informação pública disponível e nas condições de mercados à data, proveniente de várias fontes que se creem credíveis, não sendo possível garantir que a mesma esteja completa ou precisa, estando sujeita a revisões, atualizações e alterações futuras sem aviso prévio. Não pode, assim, ser imputada qualquer responsabilidade à Caixagest por perdas ou danos causados pelo seu uso.
A informação contida nesta página é realizada com um objetivo informativo, sendo enviada como um instrumento auxiliar, não podendo servir de base a qualquer investimento que possa ser realizado. Na preparação do presente documento não foram considerados objetivos de investimento, situações financeiras ou necessidades específicos dos clientes, não tendo existido na sua elaboração a adequação da informação a qualquer investidor efetivo ou potencial nem ponderadas circunstâncias especificadas de qualquer investidor efetivo ou potencial.
As rendibilidades divulgadas representam dados passados, não constituindo garantia de rendibilidade futura.
A presente informação não dispensa, de modo algum, a consulta das Informações Fundamentais destinadas aos Investidores e dos Prospetos, disponíveis em www.cmvm.pt.
Não está autorizada a publicação, duplicação, extração e transmissão destes conteúdos informativos. A Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A. não se responsabiliza por qualquer facto suscetível de alterar a integridade do conteúdo desta mensagem, resultante da sua transmissão eletrónica.

Fonte: Caixagest; informação publicamente disponível nos websites das seguintes entidades: Banco Central Europeu, Bureau of Economic Analysis, Bureau of Labor Statistics, Comissão Europeia, Eurostat, MSCI, Bloomberg, Federal Reserve Bank of St. Louis, Nikkei, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Standard & Poor's, Reserva Federal dos Estados Unidos.

Acesso Caixadirecta

Acesso Caixadirecta