Outubro 2022

16 nov 2022

Valorização de Ações Contrasta com novos máximos de Yields

Em outubro, a maioria dos mercados financeiros registou ganhos, com destaque para as valorizações dos índices acionistas de referência dos EUA e da Área Euro. Pela negativa, salientou-se o mercado acionista da China e as obrigações do tesouro dos EUA.

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Em outubro, a maioria dos mercados financeiros registou ganhos, com destaque para as valorizações dos índices acionistas de referência dos EUA e da Área Euro, que apreciaram cerca de 8%. Pela negativa, salientaram-se as quedas do mercado acionista da China, superior a 15%, e das obrigações do tesouro dos EUA. No mês, apesar dos comentários, de membros dos principais bancos centrais, percecionados como possíveis indicações de que as próximas subidas das taxas diretoras serão de menor dimensão, manteve-se o contexto de aumento das taxas de juro, com a norte-americana para o prazo dos 10 anos a atingir o nível mais elevado desde antes da Grande Crise Financeira de 2007/2008.

Enquadramento: outubro 2022

No domínio económico, o Fundo Monetário Internacional publicou o seu relatório de perspetivas económicas, no qual é salientado que a atividade global enfrenta desafios difíceis, nomeadamente a ofensiva russa da Ucrânia, o aumento do custo de vida resultante da inflação persistente e de base ampla e o abrandamento da China. Neste contexto, embora não tenha revisto a estimativa de crescimento do PIB real global de 2022, que se manteve a 3,2%, ajustou em baixa a previsão de 2023, de 2,9%, no relatório de julho, para 2,7%.

Ao nível de dados económicos, na Área Euro (AE) destacou-se a resiliência do crescimento económico do 3ºT que contrasta com o enfraquecimento indiciado pela maioria dos indicadores avançados e de confiança. Com efeito, o PIB real da AE cresceu, face ao trimestre anterior, 0,2% no 3ºT, após ter crescido 0,8% no 2ºT. Todavia, os dados avançados e de confiança mantiveram-se em níveis baixos, tais como os avançados de atividade da indústria e dos serviços, refletindo a perda de poder de compra e a crise energética.

De forma similar, nos EUA, o PIB real cresceu no 3ºT, após dois trimestres de registos negativos, mas os dados de cariz mais avançado da atividade sinalizam uma moderação no curto prazo. Efetivamente, o crescimento em cadeia do PIB real do 3ºT cifrou-se a 0,6%, após -0,2% no 2ºT e -0,4% no 1ºT. Porém, este crescimento foi muito sustentado pelas exportações líquidas, enquanto o consumo privado, a componente mais importante, abrandou. Contudo, os indicadores regionais de confiança da indústria encontravam-se em valores negativos, as vendas de casas mantiveram-se em queda e a confiança dos consumidores permaneceu em níveis baixos.

Relativamente aos bancos centrais, o Banco Central Europeu (BCE) aumentou em 75 pontos base (p.b.) as taxas diretoras e considerou que já realizou um progresso substancial na remoção da acomodação da política monetária. Porém, o conselho de governadores (CG) continuava a antecipar que teria de aumentar ainda mais as taxas, baseando a trajetória na evolução do panorama económico e da inflação e numa abordagem reunião-a-reunião. Importa notar que segundo a estimativa rápida da inflação de outubro, esta continuou a acelerar, tendo passado de 9,9% em setembro, em variação homóloga, para 10,7%. Ademais, o CG decidiu tornar menos favoráveis os termos e condições das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (vulgo em inglês TLTRO III) para assegurar a consistência com o processo de normalização e para reforçar a transmissão da política monetária.

Nos EUA, a Reserva Federal americana (Fed) publicou a ata da reunião de setembro, na qual decretou mais uma subida de 75p.b.. Com este movimento, considerou que era mais um passo no sentido de tornar a política monetária suficientemente restritiva para ajudar a atenuar os desequilíbrios entre a oferta e a procura e para baixar a inflação para 2,0%. De referir que a métrica de referência da Fed para a inflação, o índice de preços PCE, manteve-se a 6,2% em setembro, em variação homóloga.

Mercados Financeiros: outubro 2022

Na classe acionista foram observados ganhos na maioria dos mercados. Relativamente aos de países desenvolvidos, cujo desempenho foi positivo, as variações mais acentuadas ocorreram nos da AE e nos dos EUA, reflexo da divulgação de resultados do 3º trimestre de 2022 relativamente favorável, sendo de referir que o compósito americano com uma constituição mais industrial teve o melhor registo mensal desde 1976. Em contraposição, o agregado de emergentes registou perdas, impactado pela forte desvalorização do mercado da China, cujos títulos foram penalizados pela queda homóloga dos lucros industriais, bem como pela adoção de um tom mais belicista pelo regime.

Os principais mercados de dívida pública patentearam dinâmicas divergentes, com o dos EUA a apresentar perdas, o que comparou com a valorização da AE. Nas duas regiões denotou-se um aumento das taxas de juro de mercado, em resultado do incremento dos prémios de risco de inflação, em contraposição com a diminuição da componente real, esta mais pronunciada no bloco europeu. Não obstante a conjuntura global de subida de yields, os segmentos de dívida privada registaram maioritariamente valorizações, fruto do estreitamento de prémios de risco, mais pronunciado nos emitentes de grau especulativo.

A classe de matérias-primas valorizou, assinalando-se a divergência entre os vários segmentos, com a valorização dos de energia e agricultura a contrapor-se às perdas dos metais industriais e preciosos. Assim, o de energia apresentou o melhor desempenho, potenciado pela subida dos preços do petróleo e seus derivados, por sua vez suportados pela redução de inventários nos EUA e expectativas de redução da oferta. Também a maioria dos constituintes de agricultura valorizou, impactados pela intenção da Rússia de suspender o acordo para a exportação de cereais da Ucrânia. No que se refere aos metais industriais, a generalidade dos constituintes depreciou, influenciados pela divulgação de indicadores económicos menos favoráveis, nomeadamente os indicadores avançados para a indústria.

No mercado cambial, o euro apresentou um comportamento misto face às moedas do G10, as mais transacionadas a nível mundial, com apreciações face ao iene, franco suíço, dólar australiano e dólar, entre outras, e depreciações relativamente à coroa norueguesa, dólar neozelandês e libra, entre outras. Já face às moedas de países emergentes registou um perfil maioritariamente de apreciação.

No mercado monetário da AE, a taxa Euribor subiu nos principais prazos de referência, a de 3 meses +53p.b. para 1,70%, a de 6 meses +32p.b. para 2,13% e a de 12 meses +7p.b. para 2,63%.

Nota: dados a 31 de outubro de 2022, as rendibilidades obtidas constituem performances totais, em moeda local ou de referência.
As rentabilidades divulgadas representam dados passados, não constituindo garantia de rentabilidade futura. Fonte: Caixa Gestão de Ativos; informação publicamente disponível nos websites das seguintes entidades: BCE, Fed, FMI, Eurostat, BEA, US Census Bureau, Universidade de Michigan, Conference Board.

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Acesso Caixadirecta

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Valorização de Ações Contrasta com novos máximos de Yields

Em outubro, a maioria dos mercados financeiros registou ganhos, com destaque para as valorizações dos índices acionistas de referência dos EUA e da Área Euro. Pela negativa, salientou-se o mercado acionista da China e as obrigações do tesouro dos EUA.