Idade recomendada de leitura: 10 a 12 anos
A GOTA DE ÁGUA QUE NUNCA CHEGOU AO MAR...
Era uma vez uma gota de água redonda, fresca, bonita e transparente. Era gordinha e quando o sol brilhava, refletia a sua luz. Nos momentos em que nada refletia, havia ainda uma coisa que a gotinha conseguia. Conseguia sobreviver ao calor. E se alguém imaginava que aquela gota ia desaparecer, logo outras caiam do céu - em forma de chuva.
Sempre que isto sucedia, o sol transformava aquela e as restantes gotas de água em brilhantes pérolas de cor e esse era um dom com que todas as gotas de água nasciam. Conseguiam transformar-se em arco-íris radiosos – mesmo magrinhas e pequeninas.
Sebastião lia as linhas desta estória e sentia-se inspirado. Imaginava as múltiplas formas da água e a graça das suas gotas, pequenas ou grandes.
A inspiração do Sebastião
Um dia, depois de uma chuvada forte, o sol radiou, e o Sebastião deu de caras com um bonito arco-íris, imenso e que ultrapassava em muito o que este conto antigo o fazia imaginar e sonhar…
Aquele momento arrastou o Sebastião para uma nova estória. Uma estória que o marcaria para sempre. O Sebastião começou a interessar-se pelo tema da água, pelo seu valor e pelo seu verdadeiro papel na vida de crianças como ele, dos seus pais e famílias e de todo o planeta Terra.
O arco-íris, dizia o Sebastião, tinha que continuar aparecer-lhe. Ou seja, tinha que continuar a chover com aquela abundância. Enquanto isso acontecesse, o Sebastião sabia que se sentiria inspirado para tudo resto…
À descoberta da água…
Ele descobriu que a água faz parte de uma vasta família que nasceu no mesmo dia do planeta Terra e que cresceram um com o outro. Na prática, sem água não existiria planeta e apenas o elemento água permitiu a chegada da espécie humana.
A História é muito antiga e é estudada nas escolas mas, ainda assim, o Sebastião mantinha-se curioso. Por que motivo sendo a água tão essencial, preciosa e única, tantas vezes nos falam da sua escassez e tantas vezes nos repetem o risco da sua falta?
Estaríamos nós em risco de seca? Estaríamos nós sem possibilidade de travar esse risco? Sebastião sentia-se um pensador sério, cheio de ideias e iniciativa quando se lançava nestas meditações. Resolveu investigar e procurar tirar a limpo aquilo que ouvia e lia sobre a água.
Começou a imaginar um dia em que os rios e restantes cursos de água, onde nadava nos dias quentes de verão na terra dos avós, podiam secar. Seria isso possível? Ou tão grave ou pior, abrir a torneira de casa para um copo de água e reparar que afinal de contas as torneiras já tinham passado a ter horário de funcionamento. Ou seja, com períodos de abertura e fecho - como nas lojas…
O seu caso real…
Certo dia, Sebastião voltou à casa dos avós. Tudo parecia igual, à exceção de um pequeno, grande detalhe. Os rios e os cursos de água que tinha deixado dois anos antes, na última visita, estavam cada vez mais baixos, mais rasos.
Mais, a fonte onde iam beber água para se refrescar a meio da tarde, estava seca, sem vida e sem pessoas. Sebastião veio a saber que a falta de chuva naquele ano impedia que funcionasse e as autoridades da Câmara Municipal tinham-na encerrado.
Bem no topo da bica, estava um aviso em letras grandes “Esta bica foi encerrada por falta de água. Poupe água em sua casa”.
Os três mandamentos da água…
Nessa altura, percebeu do que se falava quando ouvia falar em escassez da água e do que isso implica na vida de todos.
Estranhava apenas a facilidade com que muitas pessoas se esqueciam disso e do importante que era poupar os recursos de água. E foi isso que o Sebastião passou a fazer na sua própria vida - quando estava com amigos, na escola e mesmo em casa com a família.
O Sebastião começou a praticar e a falar sobre os três mandamentos para o bom uso da água.
Estas três regras aconselhavam a poupar, a pensar e a reutilizar.
Desde logo, é importante poupar (lê a caixa de texto com algumas boas práticas para poupar água), depois é muito importante pensar no valor fundador da água.
Quanto mais a valorizarmos, mais empenhados seremos na sua proteção.
Por fim, é importante que, sempre que possível, consigamos dar novo uso à água que já utilizamos. Por exemplo, com os bons conselhos que te damos na lista abaixo.
A estória da gota que nunca chegou ao mar ficou por contar mas, cabe-te a ti dar-lhe um curso nas linhas da tua vida. Valoriza a água e poupa-a como um tesouro. O nosso tesouro.
COMO POUPAR ÁGUA?
A água é cada vez mais um bem escasso. Vários fenómenos o explicam - sobretudo as alterações climáticas que nos afetam a todos. É por isso importante que todos nos esforcemos para poupar água. Deixamos-te alguns truques:
- Duches rápidos;
- Evitar a torneira aberta por longos períodos, por exemplo enquanto esfregas as mãos ou os dentes;
- Usar meias descargas no autoclismo;
- Os teus pais devem usar as máquinas de lavar roupa e louça com a carga máxima;
- Evita usar mangueiras para ajudar o teu pai a lavar o carro. Prefere o uso do balde;
- Sabes o que é reutilizar a água? Por exemplo, depois de lavar os legumes, a água pode ser aproveitada para regar as plantas;
- Se chover, tenta armazenar água para a reutilizar.