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Os indicadores ambientais visam uma monitorização do nosso desempenho e por isso contribuem para o objetivo último de incrementar um desenvolvimento sustentável. Conheça-os e perceba as suas implicações.
Os indicadores ambientais fazem parte do Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, um instrumento que permite orientar e avaliar a evolução dos níveis de sustentabilidade no nosso país.
Este sistema de indicadores visa melhorar a gestão do desempenho ambiental, económico, social e institucional. Na sua base, estão objetivos e metas de políticas, planos e programas nacionais e internacionais. Conheça alguns indicadores ambientais e a sua implicação na vida das empresas e de todos nós.
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Desenvolvimento sustentável: que fatores inclui
Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992), a segunda grande reunião das Nações Unidas sobre o meio ambiente e que reuniu 178 países, que o conceito de desenvolvimento sustentável passou a fazer parte da estratégia política de um número crescente de nações.
Este conceito combina preocupações que se traduzem num Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (SIDS), composto por fatores económicos, sociais, institucionais e ambientais. Para cada indicador, são estabelecidas metas, de acordo com os objetivos de cada país.
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Indicadores ambientais: quais são?
Nos anos 90 do século passado, a Direção-Geral do Ambiente, na sua Proposta para um Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, definiu uma série de indicadores ambientais que incidem sobre setores como ar, ambientes marinho e costeiro, água doce, solos, conservação da Natureza, floresta, biotecnologia, resíduos e ruído. Entre eles, estão indicadores como:
- emissões de gases com efeito de estufa;
- aquecimento global;
- acidificação;
- formação de ozono troposférico;
- produção de energia eólica e solar fotovoltaica;
- produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
O report da APA
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) leva a cabo uma ação de monitorização e report no âmbito das Alterações Climáticas, nomeadamente das emissões e remoções de gases com efeito de estufa (GEE), ao avaliar a eficácia e a eficiência de medidas. Mas também ao nível das políticas e medidas sectoriais, seu impacte e resultados. Está ainda previsto um mecanismo de report integrado à Comissão Europeia. Uma garantia do cumprimento, por exemplo, das metas da União da Energia para 2030 e de longo prazo, conforme o Acordo de Paris.
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Evolução dos indicadores ambientais em Portugal (2018)
Portugal definiu em 2010 um conjunto de 30 indicadores ambientais e os dados de 2018 do Instituto Nacional de Estatística, revelaram que Portugal melhorara nos principais indicadores ambientais:
- a emissão de CO2 decrescia 8,2%
- as emissões de gases usadas para produzir bens e serviços (intensidade carbónica da economia) caíram 7,2%
- o potencial de aquecimento global diminuiu 4,5%
- a acidificação desceu 2,4%
- a formação de ozono troposférico recuou 1,6%
Ainda assim, convém notar que, entre 2013 e 2014, o potencial de aquecimento global apresentava valores mais baixos. Em 2018, por exemplo, o ramo de atividade económica que mais contribuiu para o aquecimento global integrava o setor da energia, água e saneamento (apesar de uma redução de emissões de 11,4%). Por outro lado, registou-se um aumento da produção de energia eólica e solar fotovoltaica, mantendo-se as fontes hídricas com um papel preponderante na produção de energia elétrica.
O que diz o Acordo de Paris?
Portugal alinha com os restantes países europeus em matéria de objetivos e estratégia de combate às alterações climáticas – nomeadamente desde a assinatura e retificação do Acordo de Paris.
Aqui se firmou o objetivo de colocar a União Europeia “no caminho para se tornara primeira economia e sociedade com impacto neutro no clima até 2050”. Aquele pacto constituiu um passo fundador para uma abordagem verdadeiramente global ao problema do Clima e, Portugal tem acompanhado a sua aplicação, conforme se ilustra nesta página da Agência Portuguesa do Ambiente.
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Implicações dos indicadores ambientais na vida das famílias e das empresas
A Diretiva de Responsabilidade Ambiental responsabiliza todas as empresas que danificam o ambiente ou estão em vias de o danificar. Mas é de facto
Na sua declaração de compromisso com a sustentabilidade e o financiamento sustentável, é o próprio Banco de Portugal a destacar a identificação e a avaliação dos riscos climáticos e ambientais como eixos prioritários – nomeadamente com uma referência aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio e ao Acordo de Paris para as alterações climáticas.
E é justamente na Banca que vamos encontrar exemplos de uma aposta estratégica com preocupações de sustentabilidade, nomeadamente a ambiental. Acontece por exemplo na Caixa Geral de Depósitos que assume a incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na sua atividade.
Acrescente sensibilização para a importância da Agenda Mundial de desenvolvimento 2030 afeta todas as áreas de atividade, a da Banca e as levadas a cabo pelos seus clientes.
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No seu Guia para a inclusão dos riscos ambientais e sociais na concessão de crédito dos Bancos Portugueses, que pode consultar aqui, a consultora especializada em Responsabilidade Social Corporativa, Sustentare, defende que a implementação de um sistema de gestão sustentável na área da Banca passa pela adoção de medidas como:
- Considerar os riscos ambientais e sociais nos seus sistemas de análise de risco de crédito;
- Criar novos produtos e serviços financeiros amigos do ambiente;
- Promover, junto dos clientes, opções de crédito que cumpram as normas e as leis sociais e ambientais.
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Na prática, estas medidas podem traduzir-se em:
- Linhas de crédito pessoal, com condições especiais para clientes que pretendam instalar tecnologias de energias renováveis nas suas habitações;
- Financiamento de projetos que poupem energia e apostem em energias renováveis, como os projetos eólicos e hídricos;
- Disponibilização aos clientes empresariais de ferramentas que lhes permitam identificar os riscos ambientais da sua empresa.
O setor dos Seguros também deve refletir sobre estes indicadores ambientais e ponderar sobre eles na sua oferta. Para isso, há que ter em conta fatores de risco como a escassez de água; o aumento dos níveis de água; o número crescente de catástrofes naturais; os incêndios; entre outros. Alguns exemplos do reflexo destas preocupações em medidas concretas são:
- Promoção de seguros que cubram riscos ambientais;
- Bonificações para casas eco-eficientes, incentivando a construção de casas sustentáveis;
- Investimento em empresas que respeitem os critérios ambientais, sociais e de Governance em harmonia com um desenvolvimento sustentável.
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