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O verão traz sol, calor e mais tempo ao ar livre. Mas também é a altura em que os mosquitos e outros insetos estão mais ativos. As picadas podem causar simples comichões, reações alérgicas ou, em casos mais raros, transmitir doenças. Por isso, proteger-se é essência - sobretudo em zonas com maior concentração destas pragas.
Neste artigo explicamos os principais cuidados a ter para evitar picadas de mosquitos e insetos, como manter a sua casa livre destes visitantes indesejados e o que fazer se for picado.
Mosquitos: espécies mais perigosas e os riscos associados
Nem todos os mosquitos são iguais. Em Portugal, o Culex pipiens (mosquito comum) é frequente, mas o foco da vigilância está no Aedes albopictus (mosquito tigre asiático), vetor potencial de doenças como dengue, zika e chikungunya, causadas por vírus.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a rede de vigilância REVIVE confirmaram a primeira deteção de Aedes albopictus em Portugal em setembro de 2017, na região Norte. Seguiu-se o Algarve em 2018, o Alentejo em 2022 e a Grande Lisboa em 2023.
Em 2024, a espécie foi identificada pela primeira vez também no Centro de Portugal. Está agora presente em cerca de 20 concelhos.
Embora nenhuma amostra tenha sido detetada com vírus até hoje, esta expansão geográfica é motivo de preocupação para a saúde pública.
Tome Nota:
A REVIVE - Rede de Vigilância de Vetores é uma iniciativa nacional coordenada pelo INSA que monitoriza sistematicamente mosquitos, carraças e outros vetores com potencial para transmitir doenças em todo o território português. Já o Aedes aegypti, transmissor da dengue, surgiu em Portugal pela primeira vez em 2005, na Madeira, onde houve um surto de dengue com mais de mil casos confirmados, sem mortes, entre 2012 e 2013. A situação está controlada.Tanto o Aedes albopictus como o Aedes aegypti podem transmitir arbovírus, ou seja, doenças como dengue, zika, chikungunya e febre-amarela, reforçando a necessidade de bons cuidados com mosquitos e insetos durante o verão.
Tome Nota:
A MosquitoWEB é uma plataforma de ciência cidadã coordenada pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA), que permite a qualquer pessoa contribuir para a vigilância de mosquitos vetores em Portugal.
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Nada de subestimar as carraças
As carraças são pequenos parasitas hematófagos (alimentam-se de sangue de outros animais) que habitam em zonas com vegetação densa, como mato, pastagens e áreas florestais. Embora não sejam insetos, são vetores importantes de doenças que podem afetar gravemente a saúde humana. Identificar os cuidados certos é fundamental para quem passa tempo ao ar livre.
Em Portugal, as principais doenças transmitidas por carraças são a febre da carraça e a borreliose de Lyme.
O que fazer se tiver uma carraça presa à pele
Estas são as indicações do INSA:
- Remova-a rapidamente, idealmente nas primeiras 24‑48 horas, com uma pinça de ponta fina, agarrando o mais próximo possível da pele, rodando e puxando com firmeza;
- Não esmague o corpo do parasita, para evitar libertação de agentes patogénicos;
- Desinfete bem a área da picada com álcool, antisséptico ou sabão.
Observe a zona da picada nas 4 a 6 semanas seguintes. Caso tenha febre, erupções, fadiga ou dores articulares ou musculares, consulte um médico.
Prevenção contra carraças
Se andar em zonas mais propícias ao aparecimento de carraças:
- Use roupa comprida e calças por dentro das meias;
- Aplique repelente específico para carraças;
- Inspecione o corpo ao regressar de zonas de risco, sobretudo em crianças e animais.
Outros insetos perigosos: vespa asiática e lagarta do pinheiro
Além dos mosquitos, há outros insetos (e artrópodes) que merecem atenção redobrada no verão.
A vespa asiática (Vespa velutina) é uma espécie invasora cada vez mais presente em Portugal. Pode causar picadas muito dolorosas e desencadear reações alérgicas graves, sobretudo em pessoas mais sensíveis.
Os flebotomíneos, pequenos insetos semelhantes a mosquitos, são ativos sobretudo ao entardecer e durante a noite, principalmente em zonas rurais ou florestais. Podem transmitir leishmaniose, uma doença que afeta humanos e cães. O uso de repelente e redes mosquiteiras ajuda a prevenir o contacto.
A lagarta do pinheiro (processionária), mais na primavera, liberta pêlos urticantes que provocam irritações cutâneas, oftálmicas e respiratórias. O contacto deve ser evitado, especialmente por crianças e animais de estimação.
Outras espécies como abelhas ou certas aranhas também podem causar picadas dolorosas ou desencadear reações alérgicas em pessoas mais sensíveis.
Tome Nota:
Se viajar para um país tropical ou região com risco de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue ou malária, é importante fazer a Consulta do Viajante. Este serviço aconselha sobre as vacinas necessárias e os cuidados específicos para evitar picadas, ajudando a garantir uma viagem mais segura.
Ir de férias descansado: cuidados com mosquitos e insetos
Vai viajar ou passar férias num local com alta presença de insetos? Siga estas recomendações:
- Use repelente de insetos com DEET, icaridina ou IR3535. Aplique várias vezes ao dia, especialmente ao amanhecer e entardecer;
- Opte por roupas claras, compridas e largas;
- Durma em locais com mosquiteiros ou ar condicionado;
- Evite águas paradas, onde os mosquitos se reproduzem.
Evitar contacto com mosquitos e outros insetos
No dia a dia, adote hábitos simples que fazem toda a diferença:
- Elimine água estagnada de vasos, calhas, pneus ou baldes;
- Instale redes mosquiteiras em janelas e portas;
- Use difusores, velas de citronela ou aparelhos repelentes;
- Evite perfumes intensos e cremes com fragrâncias florais;
- Ao caminhar na natureza, proteja a pele exposta e mantenha-se afastado de colmeias, ninhos ou pinheiros com lagartas.
Picadas e mordidas de outros animais
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O que fazer depois de uma picada?
Se for picado, comece por lavar a área com água e sabão. Depois, aplique compressas frias para aliviar a comichão e o inchaço. Use cremes ou loções calmantes e evite coçar, para prevenir infeções.
Em caso de sinais de infeção, como vermelhidão, calor local, pus, ou reação forte, consulte um profissional de saúde.
Sabe o que é o estrófulo?
O estrófulo é uma reação alérgica (de hipersensibilidade) comum em crianças provocada por picadas de insetos, percevejos, pulgas e ácaros, entre outros. Aparece como manchas vermelhas ou borbulhas, com muita comichão. O tratamento passa pela aplicação de antialérgicos tópicos ou orais, conforme indicação médica, e prevenir novas picadas com uso regular de repelente.
Quando procurar ajuda médica
Algumas picadas, como as da vespa asiática ou de outros insetos em pessoas alérgicas, podem causar anafilaxia (reação alérgica aguda que, na maioria das vezes, é grave e pode ser fatal) que exige atenção imediata.
Se tiver dificuldade em respirar, inchaço no rosto ou garganta, tonturas, urticária generalizada ou sensação de desmaio são sinais de alarme:
- Ligue para o 112 imediatamente;
- Se tiver uma caneta de adrenalina, use-a sem demora;
- Mesmo que os sintomas diminuam, dirija-se a um hospital para avaliação.
Tome Nota:
Existe também a appMosquito Alert que permite a qualquer pessoa reportar picadas, avistamentos e locais de reprodução de mosquitos, ajudando cientistas e autoridades.
Outros cuidados importantes no verão
Tenha sempre à mão um kit de primeiros socorros para picadas, com antialérgicos, anti-histamínicos e desinfetantes.
Dê atenção especial a crianças, idosos e pessoas com historial de alergias.
Se viajar para regiões tropicais, informe-se com antecedência sobre vacinas ou medicamentos preventivos para doenças transmitidas por insetos.
Com os cuidados certos para mosquitos e insetos, pode evitar picadas, proteger a sua saúde e aproveitar o verão com mais tranquilidade. Preparar-se, prevenir e saber como agir em caso de picada ou contacto são os melhores aliados para umas férias seguras.
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A informação deste artigo não constitui qualquer recomendação, nem dispensa a consulta necessária de entidades oficiais e legais.