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Novo ano: preços que mexem na sua carteira

Casa e Família

Com o novo ano a começar, a carteira tem que se adaptar a novas taxas, preços e atualizações. Eis uma síntese do que pode esperar 02-01-2025

Todos os anos a inflação atinge as carteiras mais abonadas e as que estão menos preparadas para fazer face à mudança. Este ano não é exceção. Entre atualização das taxas e preços para produtos e serviços, a expectativa é que depois de um período em alta, possamos estrear 2025 com uma taxa de inflação a estabilizar na casa dos 2%. 

Ainda  assim, o cabaz de produtos e serviços de que habitualmente não podemos prescindir vai ter aumentos no custo e nos preços a pagar. Pode contudo haver surpresas, com alguns preços a descer. Descubra o que sobe e o que desce e os seus efeitos nas sua carteira já a partir de janeiro. 

Além das mudanças fiscais, da retenção na fonte e deduções específicas ou no alargamento do IRS Jovem, aguarda-se uma subida nas reformas assim como do salário mínimo para 870€. Podemos ainda contar com mudanças em indicadores determinantes como o Indexante de Apoios sociais (IAS) para 522,5€, assim como do mínimo de existência.

Este contexto de atualizações e  relativa subida no rendimento mensal pode não ser suficiente para enfrentar o aumento que nos espera nos preços a pagar.  Ajudamos a fazer as contas para o ano novo.  

 

Alimentação

Tanto o leite como pão, entre outros bens alimentares essenciais, como a carne, podem contar com um aumento que, no caso do pão pode chegar aos  5%. Neste caso determinado pela  subida dos custos de produção e pela  subida do salário mínimo nacional. 

A produção de carne de novilho tem vindo a registar aumentos no resto da Europa, com o  impacte esperado no que se pagará em Portugal.  É por causa destes custos de produção que, por exemplo,  tomar café com os amigos também lhe sairá mais caro a partir este mês de janeiro.

Destaque ainda para os frescos. Ovos e verduras tendem a  manter uma tendência de subida, assim como os produtos lácteos, queijo e manteiga. Uma penalização explicada mais uma vez pelos custos de produção.

 

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Serviços essenciais: água, luz e telecomunicações

O abastecimento de água depende da gestão municipal, com autonomia para definir os preços a cobrar. Se há municípios que já declararam não optar pelo acréscimo, existem outros que já confirmaram a subida para 2025. Deve, portanto, antecipar o seu caso localmente.  

No que diz respeito à eletricidade, a subida de 2,1% prevista para os preços do  mercado regulado será absorvida pela baixa de IVA para um maior volume de consumos. Esta taxa passará de 21% para 6% na generalidade dos consumos nacionais e isso fará toda a diferença.

A ERSE refere que “com taxas e impostos, a fatura mensal apresentará reduções entre 0,85 e 0,91 euros no início do próximo ano, devido à alteração legislativa que aumenta o valor do consumo de energia sujeito à taxa reduzida de IVA”.

Já os preços do mercado liberalizado dependem da oferta comercial de cada operador mas dependem também da evolução das tarifas de acesso às redes (os custos de acesso ao sistema de distribuição). Como esta despesa tenderá a descer, de acordo com a ERSE, em 3,6%, também se antecipa uma revisão em baixa dos preços da eletricidade. A EDP Comercial e a Galp já o confirmaram.

Lembre-se que pode sempre recorrer a apoios oficiais para estas despesas de energia para o pagamento destes despesas.

 

Transportes e portagens

Com é já tradicional, novo ano, novas portagens. Normalmente, mais altas. O seu preço está alinhado com o valor da inflação homóloga (sem habitação) registado em Portugal continental no mês de outubro, acrescido ainda da compensação às concessionárias.

Prevê-se que por junto este aumento seja de 2,21%, a refletir no custo de  24,60€ que passará pagar na A1 e de 23,30€ na A2. As pontes Vasco da Gama e 25 de Abril passam a cobrar 3,25€ e 2,15€, respetivamente (aumentam 5 cêntimos).

O novo ano também traz boas notícias. Nomeadamente para as estradas do interior do País, nomeadamente algumas das SCUT que deixam de cobrar portagem. Esta isenção passará a vigorar na A4, no Túnel do Marão, na A13, na A22, na A23, na A24, na A25 e alguns segmentos da A28.

 

Rendas e prestação da casa

Como os valores da Euribor têm vindo descer, podemos contar com uma suave descida da prestação nos créditos habitação em 2025. Uma notícia que se junta à recente novidade de que a isenção do valor de amortização do crédito habitação (com taxa variável) se manterá até ao final de 2025.

Mais, alguns bancos já anunciaram manter as suas comissões em  2025. Já no que respeita aos custos de arrendamento, tenha em conta o referencial de atualização que por sua vez segue o rumo da inflação.

Em 2025, o coeficiente de atualização de rendas será de 1,0216.  

No entanto, e por motivos que se ligam às medidas ainda em vigor de apoio à habitação, existe um teto máximo para a subida que em 2025 que não pode exceder 2,16%. Este ano, se é senhorio, e pretende aumentar a renda de casa, deve sempre dar nota disso por carta registada com 30 dias de antecedência.

 

Transportes e combustível

Embora os preços dos passes metropolitanos, no Porto e em Lisboa, permaneçam congelados por mais um ano, pode contar com ligeiras variações na compra de bilhetes individuais (nomeadamente no Porto).

Note que o preço dos transportes públicos se rege pela bitola emanada da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), que já terá publicado uma taxa de 2,02% para a atualização tarifária (TAT) do transporte público de passageiros (em 2024, tinha sido de 6%) para 2025.

Operadoras como a CP já deram conta dos novos tarifários e prometem encarecer as viagens nos Alfa e Intercidades. Em janeiro, pode ainda contar com um alargamento do PasseSocial+, agora Circula PT,  e com a extensão do passe gratuito  pagamento de transportes publico para jovens entre os 18 e  23 anos, mesmo que não estejam estudar. Uma medida implementada em dezembro de 2024.

Por último, mas com forte impacte em todas as contas que acabamos de apresentar - por implicar com os tais custos de produção da generalidade dos bens nesssários ao nosso dia-a-dia, o preço dos combustíveis.

Também aqui, não há volta a dar ao rumo de subida, embora com algumas contradições que temos que ir acompanhando ao longo do ano. É que se anuncia uma descida da taxa de carbono (mesmo em face do descongelamento das medidas em vigor desde a pandemia), ou seja do que pagamos pela poluição que causamos, e ao mesmo tempo, anuncia-se um agravamento do Imposto sobre os Combustíveis (ISP), gasóleo e a gasolina, a partir de 3%.

O resultado pode parecer nulo na carteira mas há que ir acompanhando ao longo do ano. 

 

Monumentos e equipamentos

Os equipamentos culturais têm também uma atualização nos preços de entrada para o público. Esta mudança pode fazer aumentar os custos de acesso entre os 2€ e 7€ e estava já prevista desde novembro quando se publicou o despacho oficial que o determinou em novembro de 2024.

Isto significa que se adiou visitas ao Museu de Arte Antiga ou ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa,  ou ao Convento de Cristo, em Tomar, este ano vai pagar mais. A subida é generalizada mas não atinge, por exemplo, o Museu Nacional do Traje, o Museu Nacional do Teatro e da Dança. 

O despacho de novembro veio ainda alargar a medida de gratuitidade a cidadãos nacionais  - com 52 dias gratuitos por ano  - no acesso a equipamentos e palácios nacionais sob gestão da entidade Museus e Monumentos de Portugal (MMP). Todos os menores até 12 anos, acompanhados por adultos, passam a ter acesso gratuito ilimitado. A medida inclui visitantes desempregados residentes na União Europeia e investigadores 

 

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A informação deste artigo não constitui qualquer recomendação, nem dispensa a consulta necessária de entidades oficiais e legais.