Aceder ao banco, fazer as compras de supermercado, encomendar um livro, comprar sapatos ou um presente especial… Hoje em dia, é possível fazer tudo isto em alguns minutos, sem precisar de se deslocar. Basta um computador, tablet ou smartphone e acesso à internet. Conheça os programas para evitar a infoexclusão e a quem podem beneficiar.
A nova era digital veio facilitar o dia a dia, criar novas oportunidades de negócio e tornou as empresas mais ágeis ao mesmo tempo que rentabiliza os seus recursos.
O termo inclusão digital define a democratização no acesso às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). Define esta capacitação para o uso de ferramentas digitais (aprender a utilizar computadores e outros dispositivos tecnológicos).
Para estar incluído na sociedade digital, o indivíduo necessita de três instrumentos básicos, o acesso a dispositivos de conexão, o acesso à rede e o domínio de ambas as ferramentas.
A infoexclusão em Portugal
Em Portugal, a infoexclusão afeta, principalmente, indivíduos com mais de 64 anos, baixos rendimentos e residentes nas zonas rurais. Existe ainda uma percentagem residual de jovens e indivíduos, com perfis distintos, que não usam as ferramentas digitais na sua vida pessoal e profissional.
De acordo com dados do Programa INCoDe.2030, cerca de 20% dos cidadãos portugueses nunca utilizaram a internet - um valor elevado se comparado aos restantes países europeus. Ainda assim, uma parte dos utilizadores não explora todas as potencialidades da era digital, por falta de competências e de informação.
Com a crescente digitalização do mercado de trabalho e da sociedade, a iliteracia digital e a infoexclusão são obstáculos ao pleno exercício da cidadania e à empregabilidade.
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Programas de Inclusão Digital
Existem várias iniciativas promovidas quer pelo Estado português, quer por associações e organizações relacionadas com as novas tecnologias e o mundo digital. Destacamos os seguintes:
MUDA
Um dos principais programas de inclusão digital é o MUDA (Movimento pela Utilização Digital Ativa), um movimento nacional promovido pelo Estado em parceria com várias empresas, universidades e associações.
Este movimento reconhece, principalmente, a necessidade de proporcionar um maior nível de informação e capacitação aos utilizadores nacionais, no sentido de ampliar o uso das novas tecnologias. Isto além da utilização do email, das redes sociais e dos serviços de streaming. O MUDA visa incentivar o uso de serviços online e infraestruturas digitais para atividades fora da área do lazer, como o pagamento de contas, a marcação de consultas, entre outros.
Tome Nota:
As iniciativas do MUDA assentam em nove pilares de atuação:
Acesso: aos serviços digitais, como os serviços bancários e faturas eletrónicas
Comércio: compras de bens e serviços por meios digitais
Comunicação: troca de informação por meios digitais
Literacia: aprendizagem sobre tecnologias digitais
Etiqueta: regras de conduta
Legislação: responsabilidades pelos compromissos efetuados digitalmente
Liberdade: direitos e liberdade no mundo digital
Saúde: bem-estar físico e psicológico
Segurança: precauções de segurança e privacidade
Além disto, promove ações de inclusão digital através de formações online (de acesso livre) e nas escolas com formações presencias para adultos em 39 escolas. Todas visam ajudar no uso da net para o acesso a lazer, a serviços públicos, a interagir socialmente, mas também a poupar, a obter informação sobre saúde ou bem-estar, entre muitos outros.
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Programa INCoDe.2030
A Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030, Portugal INCoDe.2030 é um programa para promoção integrada do desenvolvimento digital – focado na inclusão, na literacia, na educação de novas gerações e na qualificação da população ativa. Por último, um foco especial na investigação em programas articulados com outros países europeus.
Estes cinco eixos articulam-se em várias iniciativas de que destacamos algumas:
Inclusão
- Formação em Competências Digitais para a Cidadania para mais informações contacte cinel@cinel.pt (Lisboa) e geral.porto@cinel.pt (Porto).
- Formação para a inclusão - competências básicas: ação disponibilizada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional.
- Ferramenta de autodiagnóstico de competências digitais para populações vulneráveis, desenvolvida pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu.
- Programa Nacional de Mentores para a Inclusão Digital, promovido pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Para mais informações, contacte sec@fpce.up.pt.
- Comunidades Criativas para a Inclusão Digital, em parceria com diversos municípios.
Educação – para os mais jovens
- Desenvolvimento de programas em “pensamento computacional” para o 1º e 2º ciclos do Ensino Básico;
- Ensino 1.º Ciclo: Desenvolvimento de experiências-piloto em educação de TIC em escolas de primeiro ciclo e em municípios;
- Tecnologias de Informação e Comunicação: integração curricular de TIC em todos os tópicos da educação básica e secundária.
Qualificação
- Programa Capacitar i4.0 para introduzir sistemas cibernéticos nas empresas e capacitar os seus trabalhadores. Funciona em parceria com o programa INCoDe.30;
- Qualifica IT: Curso de reconversão de licenciados em áreas não relacionados com Tecnologias de Informação. Para mais informações, contacte cp@eng.uminho.pt;
- SWitCH, um programa de requalificação de licenciados em CTEM, promovido pelo Porto Tech Hub e pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Para mais informações, contacte geral@portotechhub.com;
- Acertar o Rumo - Curso de Formação Avançada em Programação em Java, promovido pelo Departamento de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra. Para mais informações, contacte info@acertarorumo.pt;
- Apostar em TI, uma iniciativa desenvolvida pelo Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico de Coimbra (ISEC) e pela iTGrow para a requalificação na área das Tecnologias de Informação. Para mais detalhes, contacte info@apostaremti.pt;
- Academia de Código: Bootcamps para formação em código. Para saber locais e datas, contacte helloworld@academiadecodigo.org;
- Low Code Developer, um curso técnico desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). Para mais informações, contacte reskill@outsystems.com.
Especialização
- Plataforma NAU (Ensino e Formação à Distância da Administração Pública para Grandes Audiências), com cursos em formato MOOC (Massive Open Online Course), abrangendo temas como Bulling e Ciberbulling, Autonomia e Flexbilidade Curricular, RGPD para Cidadãos, e Cibersegurança. Para aceder à plataforma, visite a infraestrutura NAU.
Saiba mais sobre as atividades no site do INCoDe.30
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Iniciativa Comércio Digital
Se é essencial fomentar a inclusão digital nos cidadãos, também as empresas de pequena dimensão devem ser incluídas na esfera digital. Estima-se que, em 2016, apenas 32% das microempresas portuguesas tinham qualquer tipo de presença online(website ou rede social).
Totalmente focada nas empresas, a iniciativa promove o Voucher 3-em-1 visa a dinamização das tecnologias na esfera empresarial. Promovida pela Associação DNS.PT em conjunto com o Instituto de Registos e Notariado, esta iniciativa foi associada ao programa “Empresa Na Hora”, conferindo a cada empresa, no momento do registo, um domínio.pt, uma ferramenta para construção e alojamento do seu website e respetivas caixas de correio eletrónico. Esta oferta é gratuita durante 1 ano.
Além do voucher, a iniciativa Comércio Digital realiza sessões informativas e workshops sobre negócios digitais, um pouco por todo o país. Estas sessões e workshops têm como principal público as microempresas e PME do comércio e serviços.
Para suportar estas sessões, a Academia Digital disponibiliza conteúdos formativos em formato e-learning sobre mercados digitais, novos consumidores e hábitos de consumo online.
Estas ferramentas visam garantir capacidade de adquirir competências digitais, no contexto dos negócios, e aplicá-las à empresa.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Também os bancos esforçam-se por acompanhar as novas exigências tecnológicas. As soluções de Banca Digital da Caixa acompanham as várias frentes da vida de consumidores e empresas – com alternativas que lhes podem facilitar o acesso ao banco, assim como ajudar na adesão a esta nova realidade.
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