Economia gig

Economia GIG: o que é e como funciona

Formação e Tecnologia

A Economia gig já faz parte do nosso quotidiano. Está a mudar a forma como consumimos e o mercado de trabalho. 01-03-2023
Untitled Document

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

A economia GIG opera com base em plataformas que servem de intermediário entre o prestador de serviços e o cliente final.

É uma consequência da digitalização, mas também de novas formas de encarar o trabalho. Sem horários definidos, sem contratos e com múltiplos empregadores. Se pede comida ou transporte através de uma app está a fazer parte da economia GIG, já tinha pensado nisso? Esta é uma realidade que veio para ficar, e com tendência para crescer.

 

Leia também:

 

O que é a economia GIG?

O dicionário Merriam-Webster define Economia GIG como “uma atividade económica que envolve a utilização de trabalhadores temporários ou freelancers em trabalhos que, geralmente, pertencem ao setor dos serviços”.

Basta olhar para a lista de apps no seu telemóvel para encontrar alguns exemplos de como esta forma de economia se desenvolveu. Da Uber à Airbnb, passando por plataformas que contratam freelancers para trabalhos tão variados como design, programação e tradução, são vários os exemplos.

A economia GIG associa-se a plataformas digitais onde os consumidores encontram prestadores de serviços pagos por tarefa. Seja essa tarefa a distribuição de comida, a estada num alojamento, professores e explicadores ou uma reparação em casa, entre muitas outras.  

Estudantes que querem ajudar a pagar as contas; trabalhadores que preferem a liberdade de escolha do seu horário, para conciliar vida profissional e familiar, ou que pretendam um  rendimento suplementar são alguns exemplos dos chamados trabalhadores GIG.

 

Leia também:

 

Qual a importância da economia GIG?

Segundo o estudo da OCDE Gig Economy Platforms: Boon or Bane?, em 2019 a economia GIG representava entre 1% a 3% do total de empregos em todo o mundo. Já nessa altura (antes da pandemia, altura em que a digitalização e o trabalho remoto aumentaram), e de acordo com o relatório da Mastercard The Global Gig Economy: Capitalizing on a $500B Opportunity, a tendência seria para um crescimento na ordem dos 17%. Em 2023, representaria 455 mil milhões de dólares.

 

Tome Nota:
De acordo com as pesquisas do site Statista, mais de 50% das pessoas que trabalham na economia GIG pertencem à Geração Z (os chamados zoomers) ou são Millennials, com rendimentos anuais inferiores a 50 mil dólares.

 

Um estudo do McKinsey Global Institute calcula que, só na Europa e nos EUA, cerca de 162 milhões de pessoas (ou 20 a 30% da população em idade ativa) exercem algum tipo de trabalho independente.

Este relatório refere, também, que surgem novos indicadores de que esta forma de trabalho tende a crescer.

 

Leia também:

 

Quais os desafios da economia GIG?

O Fórum Económico Mundial identifica alguns dos desafios que o crescimento da economia GIG traz à sociedade e à própria economia.

Um dos principais, segundo esta entidade, será equilibrar esta forma inovadora de criação de emprego com a justiça laboral. Isto é, garantir que os trabalhadores não estão a ser explorados.

Além disso, colocam-se questões como a concorrência desleal. As empresas tradicionais podem competir em termos de preços e produtos com estas plataformas? As questões relacionadas com os direitos dos trabalhadores, nomeadamente descontos para sistemas de proteção social e com a política fiscal constituem desafios.

  

Embora, de uma forma geral, os trabalhadores destas plataformas se sintam satisfeitos com o seu modelo de trabalho, cerca de 20% recorre às plataformas porque não consegue encontrar emprego como trabalhador por conta de outrem", refere o artigo do Fórum Económico Mundial.

 

Leia também:

 

Quem trabalha na economia GIG?

O estudo do Instituto McKinsey Independent Work, Choice, Necessity, and the gig Economy dividiu os trabalhadores GIG em 4 grandes grupos:

  1. Pessoas que escolhem o trabalho independente, sendo esta a sua principal fonte de rendimento
  2. Casuais: usam o trabalho independente como forma de rendimento extra
  3. Relutantes: vivem sobretudo de trabalho independente, mas preferiam um emprego tradicional
  4. Financeiramente dependentes: executam tipo de trabalho por necessidade 

Independentemente dos motivos que levam à escolha da economia GIG, cada vez mais trabalhadores procuram esta nova forma de trabalho. Uma realidade que veio para ficar e que, a par da inteligência artificial ou da automação, mostra que é necessário pensar o futuro do trabalho. O Livro Verde sobre o futuro do trabalho 2021, coordenado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, é um passo nesse sentido.

 

Leia também: