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A economia GIG opera com base em plataformas que servem de intermediário entre o prestador de serviços e o cliente final.
É uma consequência da digitalização, mas também de novas formas de encarar o trabalho. Sem horários definidos, sem contratos e com múltiplos empregadores. Se pede comida ou transporte através de uma app está a fazer parte da economia GIG, já tinha pensado nisso? Esta é uma realidade que veio para ficar, e com tendência para crescer.
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O que é a economia GIG?
O dicionário Merriam-Webster define Economia GIG como “uma atividade económica que envolve a utilização de trabalhadores temporários ou freelancers em trabalhos que, geralmente, pertencem ao setor dos serviços”.
Basta olhar para a lista de apps no seu telemóvel para encontrar alguns exemplos de como esta forma de economia se desenvolveu. Da Uber à Airbnb, passando por plataformas que contratam freelancers para trabalhos tão variados como design, programação e tradução, são vários os exemplos.
A economia GIG associa-se a plataformas digitais onde os consumidores encontram prestadores de serviços pagos por tarefa. Seja essa tarefa a distribuição de comida, a estada num alojamento, professores e explicadores ou uma reparação em casa, entre muitas outras.
Estudantes que querem ajudar a pagar as contas; trabalhadores que preferem a liberdade de escolha do seu horário, para conciliar vida profissional e familiar, ou que pretendam um rendimento suplementar são alguns exemplos dos chamados trabalhadores GIG.
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Qual a importância da economia GIG?
Segundo o estudo da OCDE Gig Economy Platforms: Boon or Bane?, em 2019 a economia GIG representava entre 1% a 3% do total de empregos em todo o mundo. Já nessa altura (antes da pandemia, altura em que a digitalização e o trabalho remoto aumentaram), e de acordo com o relatório da Mastercard The Global Gig Economy: Capitalizing on a $500B Opportunity, a tendência seria para um crescimento na ordem dos 17%. Em 2023, representaria 455 mil milhões de dólares.
Tome Nota:
De acordo com as pesquisas do site Statista, mais de 50% das pessoas que trabalham na economia GIG pertencem à Geração Z (os chamados zoomers) ou são Millennials, com rendimentos anuais inferiores a 50 mil dólares.
Um estudo do McKinsey Global Institute calcula que, só na Europa e nos EUA, cerca de 162 milhões de pessoas (ou 20 a 30% da população em idade ativa) exercem algum tipo de trabalho independente.
Este relatório refere, também, que surgem novos indicadores de que esta forma de trabalho tende a crescer.
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Quais os desafios da economia GIG?
O Fórum Económico Mundial identifica alguns dos desafios que o crescimento da economia GIG traz à sociedade e à própria economia.
Um dos principais, segundo esta entidade, será equilibrar esta forma inovadora de criação de emprego com a justiça laboral. Isto é, garantir que os trabalhadores não estão a ser explorados.
Além disso, colocam-se questões como a concorrência desleal. As empresas tradicionais podem competir em termos de preços e produtos com estas plataformas? As questões relacionadas com os direitos dos trabalhadores, nomeadamente descontos para sistemas de proteção social e com a política fiscal constituem desafios.
Embora, de uma forma geral, os trabalhadores destas plataformas se sintam satisfeitos com o seu modelo de trabalho, cerca de 20% recorre às plataformas porque não consegue encontrar emprego como trabalhador por conta de outrem", refere o artigo do Fórum Económico Mundial.
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Quem trabalha na economia GIG?
O estudo do Instituto McKinsey Independent Work, Choice, Necessity, and the gig Economy dividiu os trabalhadores GIG em 4 grandes grupos:
- Pessoas que escolhem o trabalho independente, sendo esta a sua principal fonte de rendimento
- Casuais: usam o trabalho independente como forma de rendimento extra
- Relutantes: vivem sobretudo de trabalho independente, mas preferiam um emprego tradicional
- Financeiramente dependentes: executam tipo de trabalho por necessidade
Independentemente dos motivos que levam à escolha da economia GIG, cada vez mais trabalhadores procuram esta nova forma de trabalho. Uma realidade que veio para ficar e que, a par da inteligência artificial ou da automação, mostra que é necessário pensar o futuro do trabalho. O Livro Verde sobre o futuro do trabalho 2021, coordenado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, é um passo nesse sentido.
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