Orientação vocacional e profissional: como podem os pais ajudar?

Formação e Tecnologia

Os pais têm um papel crucial na construção do percurso formativo e profissional dos filhos. Conheça algumas dicas para os ajudar 02-03-2022

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

Por vezes é possível perceber desde cedo qual a vocação profissional dos seus filhos. Mas, em grande parte dos casos este é um processo de construção que se vai fazendo ao longo da vida e no qual os pais têm um papel preponderante.

À pergunta “o que queres ser quando fores grande?”, o mais provável é que as respostas dos seus filhos tenham mudado várias vezes ao longo dos anos. No entanto, chega uma altura em que essa escolha deixa de ser uma brincadeira de crianças e passa a ser um assunto mais sério. Seja porque têm de decidir uma área de estudos no ensino secundário ou porque se aproxima a altura de escolher um curso superior.

Para alguns é algo encarado com naturalidade mas, para outros pode ser uma decisão que causa alguma angústia. Aos pais cabe-lhes preparar os jovens para esses desafios, dando-lhes a orientação e o apoio necessários.

Tome Nota:

O documento O Papel dos Pais no Processo de Orientação , produzido pela Direção – Geral da Educação Ministério da Educação e Ciência, aponta alguns caminhos.

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O papel dos pais

Os pais, enquanto adultos e figuras centrais na vida dos filhos, estão em melhor posição para conhecer as suas preferências, expectativas e motivações. Além disso, são, geralmente, as pessoas para quem os jovens se voltam quando querem esclarecer dúvidas ou precisam de apoio para tomar uma decisão.

São, por isso, uma peça chave no percurso formativo e no processo de orientação vocacional e profissional dos jovens. E estes esperam que assim seja.

“Pais e filhos partilham fortes laços afetivos e, mesmo que estes expressem os seus projetos para o futuro de forma hesitante ou pouco explícita, desejam ser escutados pelos pais e aguardam atentamente as suas reações”, explica o documento O Papel dos Pais no Processo de Orientação.

As etapas decisivas no percurso formativo

No final do 9.º ano, os alunos têm de escolher entre quatro áreas para os três anos seguintes. Nomeadamente, Curso de Ciências e Tecnologias; Curso de Ciências Socioeconómicas; Curso de Línguas e Humanidades e Curso de Artes Visuais. Pode saber mais sobre cada uma delas no site da Direção-Geral da Educação.

No 12.º ano, confrontados com a possibilidade de prosseguir ou não estudos superiores, a escolha do curso envolve compatibilidade com as médias de acesso, pré-requisitos, calendário e execução de exames nacionais, localidades onde os cursos existem, entre outros. O site da Direção-Geral do Ensino Superior tem toda a informação necessária.

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O que fazer para ajudar?

Neste caminho de descoberta da vocação profissional, é importante transmitir aos seus filhos a ideia de que nenhuma decisão é definitiva, já que a educação e a formação devem estar presentes ao longo da vida.

Mudar de área de estudo, de curso e de emprego é algo cada vez mais comum, até porque há profissões que vão ganhando ou perdendo importância com o passar dos anos. As mudanças, de cidade, país ou de profissão são, hoje em dia, cada vez mais habituais e cabe aos pais preparar os filhos para estas mudanças no percurso académico e profissional.

Estas são algumas das características que os pais devem ajudar a desenvolver:

Capacidade de planear
Autonomia
Curiosidade
Confiança
Cooperação
Adaptabilidade
Flexibilidade
Empreendedorismo
Capacidade de trabalhar em equipa.

É igualmente importante que incentivem os filhos a recorrer aos serviços de orientação que possam existir na escola.

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O que são testes psicotécnicos?

Estes testes são usados na orientação vocacional e avaliam três áreas:

aptidões (competências em diferentes áreas),
interesses (gostos, motivações e a forma como o aluno projeta a sua vida profissional)
valores (o que valoriza na sua futura vida profissional).

Além dos resultados obtidos nestes testes, os psicólogos procuram também conhecer o aluno e o seu ambiente escolar e social. A análise de resultados tem em conta vários fatores, incluindo expetativas e grau de maturidade.

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5 estratégias para apoiar os seus filhos na escolha da área de ensino ou profissão

Tendo como referência o guia O Papel dos Pais no Processo de Orientação, veja algumas dicas para apoiar os mais jovens nas suas escolhas formativas e profissionais.

1. Ajudar a fazer planos

Converse com os seus filhos sobre o futuro que imaginam. Incentive a esperança e a criação de cenários positivos. Ajude-os a preparar decisões, avaliem juntos prazos e datas importantes, assim como fontes de informação e serviços de apoio que possam ser úteis para adoptar a melhor escolha.

Acompanhe-os no processo, ajudando-os a fazer pesquisa e a traçar planos para que possam atingir os seus objetivos. Mesmo que existam alterações, traçar um plano é fundamental para que as metas sejam alcançadas.

2. Promover a autonomia

Faça-os sentir que são capazes de assumir mais autonomia e de serem responsáveis pelas suas decisões. Partilhe histórias pessoais ou familiares que revelem a importância da determinação e capacidade pessoal. Faça com que os seus filhos tomem iniciativas e atribua-lhes responsabilidades em tarefas domésticas e familiares.

Desafie-os a que criem um orçamento para os seus gastos semanais ou mensais e a fazerem as suas próprias compras dentro desse orçamento. Ensine-os a gerir o tempo e a controlarem a sua própria vida.

3. Fomentar a curiosidade

Incentive-os a descobrir quem são e quais as alternativas educativas, formativas e profissionais que existem.

Pergunte quem são as pessoas que mais admiram e o que admiram nessas pessoas. A partir dos gostos dos seus filhos, estimule-os a procurar áreas de atividade similares.

Em conjunto, tentem descobrir como podem explorar áreas em que são mais competentes, que lhes despertem interesse e que valorizam.

Tente perceber quais as profissões que lhes despertam mais interesse e incentive a procura de informação através da internet ou do contacto com pessoas que trabalhem naquelas áreas. Pequenos estágios ou possibilidade de trabalho em part-time, durante as férias podem ajudar nesta descoberta.

4. Incentivar a confiança

Converse com os seus filhos para perceber como enfrentam os desafios. Enfrentam-nos com confiança ou com receio de falhar? Saliente os pontos fortes da sua personalidade, dos seus valores, interesses, assim como das suas capacidades e competências.

Encoraje e elogie. Mesmo que errem, explique que todas as experiências são uma forma de aprender e que ter medo de falhar é um obstáculo ao sucesso. Desafie-os a enfrentar medos para que se sintam mais confiantes.

5. Promover a cooperação

Tente perceber se os seus filhos gostam de trabalhar em equipa e como reagem quando têm de o fazer. Promova a partilha de tarefas em casa e, à medida que forem ficando mais velhos, envolva-os no planeamento e concretização de atividades como as compras para a família, férias, entre outros.

Encoraje-os a assumirem novos papéis sociais fora da família, por exemplo através de trabalhos em part-time, voluntariado, atividades recreativas e culturais ou pequenas formações fora do contexto escolar.

Onde encontrar informação?

Além dos Serviços de Psicologia e Orientação que existem em escolas do ensino básico e secundário, é possível encontrar informação nas escolas profissionais e universidades e em iniciativas como feiras de emprego ou Dias Abertos das instituições do Ensino Superior.

No portal do Instituto de Emprego e Formação Profissional vai encontrar o Espaço Orientação. Através de questionários, exercícios e fichas de reflexão tem um suporte para a tomada de decisões relacionadas com a mudança de ciclos de estudos, projetos profissionais, procura de emprego ou criação de projetos empresariais. Este portal tem igualmente um Centro Multimédia com jogos de orientação, podcast sobre formação e medidas de emprego e outros recursos úteis.

Outros links úteis para apoiar a vocação profissional dos filhos:

Quando se trata do futuro dos seus filhos…

Incentive a autonomia: quanto mais cedo os jovens começarem a tomar decisões e a assumir responsabilidade, mais autónomos serão;
Não dramatize a tomada de decisão: é sempre possível reformular projetos e optar por outros caminhos profissionais;
Deixe-os fazer as próprias escolhas: envolver-se no processo, não significa decidir por eles;
Ajude-os a conhecer as várias possibilidades que têm em termos formativos e profissionais.

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