Já só pensa em viajar depois do período de confinamento? Saiba o que deve ter em conta no momento de planear as suas férias de 2021.
Com o plano de desconfinamento a avançar, já são muitos os portugueses a sonhar com as férias. Contudo, como planeá-las, quando ainda há medidas de restrição vigentes e um alerta de cautela? Como escolher o seu destino de descanso? Deixamos-lhe algumas dicas úteis a considerar.
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Contexto das férias em Portugal em 2020
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no 3º trimestre de 2020 (correspondente, grosso modo, aos meses de verão), as viagens turísticas de residentes diminuíram 84,8% com destino ao estrangeiro e 18,5% em território nacional, com as viagens em território nacional a representar 97,5% das deslocaçõesA explicação para estes números está, naturalmente, relacionada com a pandemia de COVID-19 e com o clima de incerteza e de imprevisibilidade que se viveu no verão do ano passado e que, muito provavelmente, se irá repetir no verão deste ano de 2021.
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O que deve ter em conta ao planear as férias de 2021
De acordo com as mais recentes estatísticas da Oxford Economics, citadas pela Plubituris, “a realidade vivida no verão de 2020 nos países mediterrânicos, (...) deverá repetir-se neste verão de 2021.”
Espera-se que os turistas voltem a privilegiar os seus países de residência para fazerem férias, até porque as restrições às viagens internacionais devem ser as últimas a serem levantadas nos vários planos de desconfinamento, em curso neste momento.
Se o trafego aéreo em países que integram a União Europeia, nomeadamente entre países que integram o Espaço Schengen está autorizado, mantém-se restrições e condicionantes sobre as quais se deve atualizar.
Eis alguns aspetos que deve ter em conta.
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Escolher o destino
O primeiro passo para traçar o seu plano de férias passa, provavelmente, por escolher o destino. Além de considerar os seus gostos e orçamento disponível, este ano, assim como aconteceu em 2020, também deve ter em conta o contexto pandémico, as restrições fronteiriças que possam estar ainda em vigor e a situação epidemiológica do destino.
Para isso, pode consultar o site Re-open EU, através do qual é possível ficar a par da situação epidemiológica nos países membros da UE e das restrições de circulação vigentes, entre outras informações úteis e atualizadas para quem pretende viajar para fora do país.
Lembre-se que, ao viajar para o estrangeiro, pode ter de realizar teste à COVID-19 e manter-se em quarentena durante alguns dias, mesmo que o resultado do teste seja negativo. O site da transportadora aérea nacional TAP fornece-lhe informação sobre essas restrições.
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Mais, ao entrar em território nacional fica sujeito ao controlo de temperatura por infravermelhos. Os passageiros com sinais de febre podem ter de fazer teste à covid-19. Além disso a proveniência de países como a India, Brasil ou África do Sul exige, neste momento, obriga a 14 dias de isolamento em casa ou em local a indicar pelas autoridades sanitárias nacionais.
Se optar por fazer férias em Portugal, deverá informar-se se estão previstas medidas de restrição à circulação entre concelhos, ou entre ilhas e continente que podem interferir nos seus planos de férias. Lembre-se que estamos a consolidar o nosso desconfinamento e de que existem ainda zonas do País com maior grau de risco. As regiões autónomas para onde pode igualmente viajar podem impor regras específicas sobre as quais se deve atualizar.
Certificado verde digital a caminho
No âmbito da presidência do Conselho da União Europeia, Portugal já manifestou a sua intenção de fazer aprovar e implementar o livre-trânsito digital. Um certificado bilingue e munido de QRCode, capaz de provar a testagem recente negativa, a potencial imunidade pela vacinação ou em casos de recuperação da Covid-19. Uma opção que facilitará e dará maior segurança sanitária às deslocações internacionais.
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Escolher o meio de transporte
Também é importante determinar qual ou quais os meios de transporte mais adequados para as suas férias. Claro que isso dependerá do destino que definiu; do orçamento de que dispõe; da duração das férias e do seu próprio gosto. Mas este ano, há que ter em conta as restrições pandémicas.
Qualquer meio de transporte que não seja próprio (avião, comboio, autocarro ou outros) obriga ao cumprimento de certas medidas de prevenção do contágio, uma vez que vai partilhar um espaço fechado com outras pessoas. Referimo-nos, por exemplo, ao uso de máscara, à desinfeção das mãos e ao distanciamento físico, por exemplo durante embarques e desembarques.
Embora a circulação fronteiriça com o país vizinho se tenha normalizado, a circulação aérea, terrestre ou marítima noutros pontos do globo ainda apresenta condicionamentos. Comece portanto a avaliar qual o meio de transporte mais prático para usar nestas férias.
Onde obter informações oficiais sobre as fronteiras
Além do site Re-open EU, na página do Serviço Nacional de Saúde também consegue acompanhar as principais recomendações deixadas ao viajante, no que respeita às suas deslocações.
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O que deve ter em conta ao comprar os bilhetes de avião e ao fazer as reservas
Nesta fase, flexibilidade deve ser a palavra de ordem e, por isso, tudo aquilo que reservar deve ser passível de ser cancelado ou, pelo menos, reagendado. Para isso, antes de reservar seja o que for, deve informar-se acerca das condições de remarcação ou de reembolso.
Saiba que, ao abrigo das regras comunitárias da União Europeia, os turistas que tiverem os seus pacotes de viagem cancelados têm direito a reembolso ou ao reencaminhamento. Além disso, podem receber vouchersde viagem.
Quanto ao alojamento a escolher, terá de ter em atenção o número de pessoas que vão de férias, as suas características (por exemplo, se há pessoas com limitações de mobilidade) e o orçamento disponível.
Caso opte por ficar alojado num espaço com áreas comuns, como um hotel ou parque de campismo, observe se conta com o selo Safe & Clean e não se esqueça de cumprir com todas as medidas de proteção.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Quando reservar hotel para as suas férias, esteja atento às oportunidades e evite ter preocupações. Da montanha à praia, para umas férias em família, saiba das condições a que pode aceder ao usar um cartão da Caixa.
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Cuidados a ter durante a viagem
Sobretudo quem vai viajar num meio de transporte partilhado, deve ter alguns cuidados especiais, reforçando as medidas de prevenção do contágio pelo Sars-Cov-2. Além do dever cívico de usar máscara sempre que estiver a partilhar um espaço (aberto ou fechado) com outras pessoas, deve certificar-se de que troca de máscara sempre que a sentir húmida ou depois de 4 horas continuas de uso. Além disso, a higienização e desinfeção das mãos deve ser frequente, principalmente antes e depois de tocar em objetos ou comida.
Se houver paragens durante a viagem, aproveite-as para comer, preferencialmente num espaço aberto e distante das pessoas que não pertencem ao seu círculo de contactos.
Também deve ter cuidados redobrados quando usa espaços comuns, como casas-de-banho públicas, reforçando medidas de higiene, como a desinfeção das mãos.
Posso viajar com o cartão de cidadão expirado?
Qualquer documento de identificação emitido pelos serviços de registo e da identificação civil, incluindo licenças e autorizações, com validade extinta a partir de 24 de fevereiro de 2020 podem ser aceites até final deste ano. Esta medida contudo, aplica-se exclusivamente ao território nacional. Noutros pontos do globo, as regras podem divergir. Lembre-se que nalguns países há ainda necessidade de emissão de visto e passaporte.
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Cuidados de saúde a ter durante as férias
À medida que a data da sua viagem se aproxima, deve informar-se sobre a situação epidemiológica do seu destino de férias e sobre eventuais medidas de restrição que estejam em vigor nesse território, no momento da partida.
Há sites seguros onde pode recolher informação fidedigna, nomeadamente o mapa de regulamentação de viagens com as restrições de determinadas companhias aéreas e destinos e o Worldometer que apresenta a evolução da doença COVID-19 nos vários países do mundo. É fundamental perceber que os indicadores sanitários no mundo evoluem ao longo do tempo pelo que, mais perto da data, deve atualizar-se.
Outro aspeto importante é informar-se acerca dos contactos para assistência clinica, disponíveis no país de destino. Isto prevenindo a possibilidade de lhes recorrer em caso de algum problema de saúde, nomeadamente sintomas suspeitos de COVID-19. Antes de partir consulte ainda o Portal das Comunidades Portuguesas onde pode encontrar informação útil para os viajantes nacionais.
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O que deve evitar
De um modo geral, deve evitar ir para territórios que, à data das suas férias, não sejam recomendados pelas autoridades nacionais de saúde. Além disso, após consultar a situação epidemiológica do destino, deve fazer a sua própria avaliação. Por exemplo, se é considerado um doente de risco e a situação epidemiológica do país para onde vai de férias está a registar um agravamento, não se deve sentir à vontade para embarcar.
Um ponto fundamental é que nunca deve viajar se teve algum contacto de risco ou, se apresentar sintomas suspeitos de COVID-19, independentemente do seu destino de férias ser nacional ou internacional. Nunca é demais lembrar que em caso de febre superior a 38ºC, tosse, falta de ar, dificuldade respiratória, perda de olfato e de paladar, deve isolar-se de imediato e contactar a linha de Saúde 24 (808 24 24 24). O mesmo é válido se esteve com alguém que, entretanto, testou positivo ao novo coronavírus.
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Os conselhos a ter em conta
Mesmo com a pandemia (ou especialmente com ela) e com a incerteza e a imprevisibilidade a manterem-se durante os meses de verão, as férias revelam-se um momento particularmente útil e importante para todos.
Como a Ordem dos Psicólogos explica, as férias “reduzem o stress, diminuem o risco de ataque cardíaco e melhoram o nosso sono e produtividade”, além de ajudarem a desligar do trabalho, a relaxar e a descontrair, contribuem para o bem-estar mental e físico.
Tendo em conta o atual contexto, mais do que nunca fez tanto sentido planear bem as férias e, até, traçar um plano A e um plano B, caso surjam imprevistos ou alterações nas regras de funcionamento dos espaços e de circulação.
De acordo com a Ordem dos Psicólogos, o plano A deve corresponder à sua opção preferida; enquanto o plano B, deve corresponder a uma alternativa. Se tudo correr bem, até pode ser que consiga conciliar ambos os planos.
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É justamente a mesma Ordem dos Psicólogos a sintetizar os cuidados prévios no planeamento destas férias.
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Daqui destacamos alguns passos a ter em conta de modo partilhado, num momento em família:
- Identificar o período de férias disponível e o destino;
- Listar as atividades durante as férias, tendo em conta os interesses de todos, mas também a situação pandémica local. Importa considerar opções que possam mesmo exigir estar recolhido, por exemplo;
- Planear as deslocações, os itinerários e meios de transporte;
- Como custear as despesas? Recorrer a um fundo maneio ou a regularidade com que pode recorrer ao crédito, por exemplo ao seu cartão de crédito. É importante que as férias não representem uma ocasião propícia a dívidas. Pondere, por exemplo, ajustar o número de dias, caso considere o seu plano inicial fora do controlo orçamental;
- Tenha especial atenção às burlas e aos esquemas online, por exemplo em compras ou contratações em sites pouco fiáveis. Saiba mais sobre compras online neste Guia;
- Mantenha um espirito de flexibilidade e defenda sempre uma margem de ajustamento face aos planos iniciais;
- Mantenha a calma e a racionalidade se essa mudança de planos lhe for exigida;
- Muito importante ainda, esclareça-se sempre junto de fontes oficiais e evite tomar decisões com base em meras opiniões ou tendências. Consulte fontes oficiais como a Organização Mundial de Saúde ou a Direção Geral de Saúde.
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