taxas de juro

Com as taxas de juro a subir, qual o efeito nos depósitos?

O Banco e Eu

A subida das taxas de juro não traz só mais despesas. Para quem aplicou dinheiro em depósitos, até pode ser uma boa notícia. 31-05-2022

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

Uma eventual subida das taxas de juro pode ser benéfica para quem tem depósitos bancários? E qual o impacto real nas suas poupanças?

Quando falamos em subida das taxas de juro, pensamos normalmente no aumento das prestações do crédito, nomeadamente do crédito habitação. Mas uma subida das taxas de juro também pode ter repercussões na remuneração dos seus depósitos bancários. Isto é, no montante que recebe por confiar o seu dinheiro ao banco.

Em teoria, se os juros subirem, irá receber mais pelo seu depósito. Em teoria, porque na prática há que fazer algumas contas para perceber se está mesmo a ganhar dinheiro. Ou se está a ganhar tanto quanto pensa.

As taxas de juro e a inflação: afinal quando é que ganha com os seus depósitos?

Quando as taxas de juro estão baixas, como aconteceu nos últimos anos, a remuneração dos depósitos é também muito reduzida ou até mesmo nula. Seja qual for o objetivo da sua poupança, isso quer dizer que vai demorar mais tempo até conseguir juntar o montante que pretende.

Mas este não é o único fator a ter em conta. Para que a sua poupança possa ter retorno, há ainda que considerar a depreciação monetária ou seja, a desvalorização do dinheiro causada pela inflação.

Imagine, por exemplo, que aplica mil euros numa poupança a 12 meses com uma taxa de juro de 1%. No final do prazo vai receber 10 euros de juros, obtendo um total de 1 010€ (antes dos impostos).

Mas imagine, também, que ao longo desse ano se registou uma inflação de 2%. Isso significa que, para comprar o mesmo que compraria com esses mil euros que tinha no banco, precisaria agora de 1 020€.

Ou seja, apesar de ter ficado com mais dinheiro na conta do que tinha inicialmente, na realidade o seu investimento desvalorizou-se. A chamada taxa de juro real do seu depósito (obtida subtraindo a taxa de inflação à taxa de juro nominal) foi, de facto, de -1%. O que quer dizer que, em termos reais, acabou por perder dinheiro.

Para que não se registe aquela depreciação monetária, os juros que recebe pelo seu depósito devem, pelo menos, acompanhar a inflação. No entanto, para que a sua poupança possa efetivamente crescer, a taxa de juro do depósito deverá ser sempre superior ao valor da inflação.

 

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E ainda há o imposto…

Os juros dos depósitos bancários estão igualmente sujeitos ao pagamento de IRS. No momento em que o rendimento é disponibilizado, é imediatamente aplicada a chamada taxa liberatória de 28%.

Deste modo, quando recebe os juros na sua conta já lhe foi descontado o devido imposto, pelo que não necessita de declarar estes rendimentos no IRS, a menos que opte pelo englobamento.

Nesse caso, estes rendimentos serão somados aos restantes, ficando sujeitos à taxa de IRS aplicável ao seu escalão. Terá obrigatoriamente de os incluir na declaração de rendimentos.

Como só compensa optar pelo englobamento se a taxa de IRS a pagar for inferior a 28% - o que só acontece se tiver rendimentos mais baixos -, o melhor será fazer as contas antes de decidir.

Ainda assim, tenha sempre presente que uma subida de juros nos depósitos significa que, ao ter uma melhor remuneração na sua poupança, vai pagar mais de IRS.

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