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Há diversas tiplogias de contratos de seguro no mercado, com coberturas e benefícios diferenciados. Sendo o objectivo da contratação ter um o dia a dia tranquilo, existem vários cuidados a ter em conta.
Independentemente do motivo e da obrigatoriedade, a escolha do seguro adequado às necessidades deve ser feita com base numa análise detalhada e criteriosa. Evite coberturas desnecessárias ou o risco de desproteção em momentos críticos. Damos-lhe 10 dicas para o ajudar a tomar a melhor decisão no momento de contratar um seguro.
10 cuidados a ter antes de contratar um seguro
A análise cuidada de necessidades e objetivos, assim como a comparação de várias ofertas, ajuda a evitar inconvenientes. Aqui ficam algumas dicas práticas para garantir que faz a melhor escolha.
Que seguros pode contratar?
Há seguros para cobrir praticamente todos os riscos: seguros de vida, de acidentes pessoais, de saúde, de trabalho, de responsabilidade civil, automóvel, de habitação, entre outros. Podem ser individuais ou de grupo. Os individuais dizem respeito a uma única pessoa, um agregado familiar ou um conjunto de pessoas em economia comum. Os de grupo cobrem riscos de um conjunto de pessoas ligadas ao tomador do seguro, como trabalhadores de uma empresa, por exemplo.
1. Avaliar o tipo de seguro necessário
O primeiro passo é perceber as suas necessidades, quer individuais, quer familiares. Avalie as circunstâncias da sua vida, quais os seguros obrigatórios, e identifique aquilo que é mais urgente ou importante proteger a cada momento.
2. Determinar o orçamento disponível
Confira que valor pode direcionar para o seguro. É fundamental encontrar uma oferta que se ajuste à sua capacidade financeira, sem comprometer a proteção necessária. O prémio de seguro deve ser equilibrado com gestão das suas contas e poupança e com a proteção que deseja garantir.
3. Analisar a cobertura do seguro
Compreenda a diferença entre as coberturas mínimas obrigatórias (caso existam) e as coberturas complementares assim como os cutos associadas a cada modalidade.
Leia atentamente as exclusões e limitações da apólice. Desconhecer estes aspetos pode resultar em surpresas desagradáveis no momento em que precisar de acionar o seguro.
Seguros obrigatórios
- Seguro automóvel: o seguro automóvel de responsabilidade civil cobre danos causados a terceiros e é obrigatório. Pode, no entanto, alargar a sua cobertura.
- Seguro de habitação: se é proprietário de um imóvel (fração autónoma de prédio em propriedade horizontal) tem obrigação de fazer um seguro de incêndio, que cubra a sua fração e as partes comuns do edifício.
- Seguro para trabalho doméstico: a contratação de um seguro de acidentes de trabalho para um trabalhador doméstico é obrigatória;
- Seguro para animais perigosos: caso tenha um cão de raça potencialmente perigosa tem de contratar um seguro de responsabilidade civil com um capital mínimo de 50 mil euros.
No site da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), pode conhecer todos os seguros obrigatórios por lei
4. Comparar diferentes propostas
Para garantir o melhor valor, peça informações a várias seguradoras. Compare não só os preços, mas também as condições, coberturas e franquias. O preço mais baixo nem sempre é a melhor opção. Um seguro mais barato cobre menos riscos.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Em matéria de segurança, existem múltiplas facetas da nossa vida a salvaguardar. Por exemplo, face ao futuro da familia, face a uma situação de desemprego ou de quebra de rendimento, face a decisões com efeitos a mais longo prazo como por exemplo a compra de casa.
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Tome Nota:
Verifique também a reputação da seguradora, especialmente em termos de atendimento ao cliente e rapidez. Confirme junto da ASF se a seguradora está autorizada a explorar o tipo de seguro que procura.
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5. Verificar os limites de cobertura e franquias
Os limites de cobertura determinam o valor máximo pago pela seguradora em caso de sinistro. Escolher um limite demasiado baixo pode resultar numa proteção inadequada.
A franquia, por sua vez, é o valor a pagar do seu bolso em caso de sinistro. Uma franquia elevada pode reduzir o prémio do seguro, mas pode ser pior se não tiver condições para pagar esse valor quando for necessário acionar o seguro.
Qual é a diferença entre Seguro Vida e Não Vida?
Existem dois ramos essenciais na contratação de seguro. O ramo Vida e o ramo Não Vida. A Lei n.º 147/2015 detalha os seguros abrangidos por cada um dos ramos. O ramo Vida abrange seguros de vida, de nupcialidade e natalidade, seguros ligados a fundos de investimento (unit linked) e os planos de poupança reforma (PPR). Inclui seguros complementares dos seguros de vida (incapacidade para o trabalho, morte por acidente ou invalidez em consequência de acidente ou doença). Os seguros do ramo Não Vida incluem todos os seguros de bens patrimoniais e riscos pessoais, como os seguros de acidentes (por exemplo de trabalho ou pessoais), habitação, saúde, viagens, automóvel, mercadorias, incêndios, colheitas, responsabilidade civil, entre outros.
6. Avaliar a relação custo-benefício
O prémio do seguro não deve ser avaliado apenas pelo seu custo mensal ou anual. É importante garantir que o que está a pagar corresponde à proteção de que realmente precisa.
Considere as coberturas adicionais que algumas apólices oferecem, como assistência em viagem ou cobertura contra desastres naturais.
7. Ter atenção ao período de carência
Muitos seguros, especialmente os de vida e saúde, têm períodos de carência, ou seja, um intervalo de tempo entre a assinatura do contrato e a possibilidade de usufruir das coberturas. Certifique-se de que conhece estes períodos para evitar surpresas.
Tome Nota:
O seguro de acidentes de trabalho é obrigatório, tanto para trabalhadores por conta de outrem como para trabalhadores independentes. A ausência deste seguro pode resultar em coima.
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8. Entender as condições de renovação e de cancelamento
Alguns seguros renovam-se automaticamente. É essencial estar ciente das condições de renovação e saber se as coberturas ou prémios podem ser alterados.
Informe-se também sobre as condições de cancelamento da apólice, incluindo possíveis custos ou penalizações.
9. Nunca prestar falsas declarações
Forneça informação verdadeira e rigorosa à seguradora. Caso contrário, pode induzir em erro na avaliação de risco, o que pode resultar na anulação do contrato ou na impossibilidade de acionar o seguro.
10. Ler as letras pequenas do contrato
Nunca deve assinar um contrato sem ler e compreender todas as condições. As letras pequenas podem conter detalhes importantes que afetam o valor ou as condições da cobertura.
Conheça também as suas obrigações, como a necessidade de notificar a seguradora rapidamente após um sinistro. Cumprir estas obrigações é essencial para garantir que o seguro seja acionado sem problemas.
Que informação tenho de receber?
No caso dos seguros do ramo Não Vida, a legislação obriga a que o cliente receba, antes de assinar o contrato, o Documento de Informação sobre Produtos de Seguros. Este documento normalizado permite analisar o que é oferecido, comparar preços e condições, nomeadamente:
- Tipo de seguro;
- Síntese das coberturas e exclusões;
- Modalidades e período de pagamento dos prémios;
- Principais exclusões em relação às quais não pode participar sinistros;
- Obrigações do tomador do seguro no início e durante a vigência do contrato e em caso de sinistro;
- Duração do contrato de seguro, incluindo datas de início e de termo;
- Formas de cessação do contrato.
Os seguros do ramo Vida devem ainda esclarecer sobre :
- Definição de cada cobertura e respetivo prémio;
- Exigência de acesso aos dados médicos de exames realizados.
- Informações gerais comunicadas do contrato de seguro;
Algumas seguradoras disponibilizam esta informação nas Condições Pré-contratuais ou no Documento de Informação sobre Produtos de Seguros.
Cuidados na manutenção do seguro
Ao longo do seu contrato, garanta que o seguro se mantenha ativo. Pague os prémios dentro do prazo. Periodicamente, reveja os seus seguros para verificar se as coberturas contratadas ainda se adequam às suas necessidades ou se está a pagar o que já não necessita.
Por exemplo, no seguro automóvel, pode compensar ter uma cobertura contra todos os riscos quando o carro é novo. À medida que o veículo vai perdendo valor, pode ir retirando algumas coberturas. Da mesma forma, no seguro de recheio da casa deve atualizar o valor dos bens à medida que faz aquisições ou vendas significativas.
Renegociar o seu contrato é também uma possibilidade que o pode ajudar a poupar. Quando se aproxima a data de renovação da apólice, peça propostas a outras seguradoras ou tente negociar com a sua atual seguradora.
Proposta e apólice de seguro: diferenças e objetivos
Ambos os documentos são importantes no momento da contratação de um seguro. Na proposta de seguro, o tomador manifesta o seu desejo de contratar um seguro e fornece informações sobre o risco que quer cobrir. Este é o primeiro passo para celebrar um contrato de seguro. O formato da proposta pode ser preenchido em papel ou online. Se for aceite, é emitida a apólice de seguro. A apólice ou contrato de seguro formaliza os termos acordados entre as partes. A seguradora assume a cobertura de determinados riscos, comprometendo-se a pagar as indemnizações ou o capital seguro em caso de sinistro, nos termos acordados. Já a pessoa ou entidade que celebra o seguro (o tomador do seguro) fica obrigada a pagar à seguradora o prémio correspondente, ou seja, o custo do seguro. No site da ASF, encontra informação adicional sobre a contratação de um seguro.
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A informação deste artigo não constitui qualquer recomendação, nem dispensa a consulta necessária de entidades oficiais e legais.