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Os Contos do Sebastião

Esta estória aconteceu no Natal mas, podia ter acontecido noutra altura do ano. Partilhar e ajudar é para continuar e inspirar. 16-12-2022

Idade recomendada de leitura: 5 a 7 anos

 

PARTILHAR E DOAR PARA INSPIRAR

 

Chegara o momento mais aguardado do ano, as crianças adoram-no e os adultos enchem-se de alegria porque gostam de ver as suas crianças felizes e cheias de esperança.
As ruas iluminam-se e enchem-se de gente com cara alegre e narizes muito redondos e encarnados com o frio que se sente. Foi numa destas ruas que o Sebastião encontrou uma árvore de Natal muito bonita e tão colorida como qualquer outra mas, esta tinha algo diferente que chamava a atenção.

Era um menino, alto e com os olhos muito vivos que ali ficava sozinho durante muito tempo. Este pequeno estava sem a companhia dos pais e sem qualquer outra criança ao seu lado.

O Sebastião achou-muito triste e foi ter com ele. Perguntou-lhe de onde era e porque ficava tanto tempo a olhar para a árvore sem que nada acontecesse a não ser, o brilho das luzes.
- Gostas de ver as luzes a brilhar, é isso? Perguntou-lhe.

 

Uma resposta inesperada…

 
O menino parecia envergonhado e não respondeu logo. Ali permaneceu com os olhos pregados no chão sem nada dizer. O Sebastião agarrou-lhe então na mão e insistiu:
- Mas porque não respondes? Como te chamas?
- Eu sou o Sebastião, Sebastião Valente. E lá continuou…
- Os meus pais não sabem que venho para aqui mas, moro ali, do outro lado da rua. Muito perto. Por isso venho para aqui. Gosto de ver a árvore iluminada mas não só…

O Sebastião tentou saber mais. E achou curioso que aquele menino triste e sozinho tivesse o mesmo nome que ele. Naquele dia não descobriu grande coisa. Teve que lá voltar.

 

Faltam três dias para o Natal

 
Nessa tarde fria de Inverno, a neve acabara de cair. O Sebastião voltou àquela árvore onde tinha conhecido o menino com o seu nome e a quem agora chamava Valente.

O Sebastião Valente quando o viu, e pela primeira vez, mostrou os dentes  com um sorriso largo. Parecia ter recebido uma surpresa. Desde aquele dia passou a conversar mais à vontade com o nosso Sebastião.
Contou-lhe então o que se passava e o verdadeiro motivo pelo qual ali ia desde que aquela árvore passou a iluminar-se para o Natal.
O que se passava deixou o Sebastião espantado mas, ao mesmo tempo,  com uma grande vontade de ficar ainda mais amigo e próximo deste menino que, embora com o mesmo nome que ele, tinha uma estória bem diferente da dele.

 

O que fez o Sebastião?

 
Assim que chegou a casa, contou logo aos pais a resposta do Valente.
Ele ia todos dias visitar a árvore porque os pais com quem vivia, não muito longe, lhe tinham dito que naquele ano o pai Natal não passaria lá por casa para lhe encher a meia de presentes.
O Valente não sabia o motivo mas, julgava perceber que os pais não teriam como deixar-lhe presentes no sapatinho como nos natais anteriores.

A sua árvore de Natal ficaria vazia durante toda época. Sem presentes.
O Valente ia por isso visitar todos dias o fundo da rua e aguardava que alguma coisa pudesse acontecer. Levava com ele aquele segredo que o entristecia mas também uma esperança secreta e forte.
O Valente aguardava que o pai Natal ali lhe deixasse os presentes que não receberia em casa. Sonhava que um dia, antes do dia de Natal, os levaria para casa e assim surpreenderia os pais.

 

A árvore de Natal que se iluminou duas vezes

 
O Sebastião e os pais contaram esta estória aos outros meninos da rua e aos seus amigos. E todos se uniram para que o Natal do Valente fosse igual ao de todos os meninos.
Faltava apenas um dia para o Natal e o Valente mais uma vez, visitava a suas luzes de Natal – ao fundo da rua. Algo contudo lhe parecia diferente…

Além de toda a cor e brilho habituais, a árvore deixara crescer nas suas hastes lindos embrulhos de natal que se escondiam atrás dos arbustos, quase envergonhados, como o Sebastião Valente quando contou a sua estória ao novo amigo.
E de repente além do Sebastião Valente, ali estavam os meninos e meninas da rua que ali tinham deixado um dos seus presentes. Rodearam-no - com as mãos dadas e, numa só voz, ouviu-se alto e em bom som:

- Feliz Natal Sebastião!

O Sebastião Valente, destinado a ter um Natal tão diferente, passou a partilhar a alegria, o tempo, e os presentes que se trocam para simbolizar os laços de união entre todos. O seu conto de Natal passou por isso a ser o conto de todos os meninos daquela rua.

 

O que fica deste conto de Natal?

O exemplo do Sebastião e dos seus amigos deve inspirar-nos a todos para as boas ações de partilha - não só no Natal mas em todas as épocas do ano. O nosso Sebastião e cada um dos seus amigos escolheram um dos presentes recebidos naquele Natal e foram colocá-los na árvore que o Valente visitava. Ele confiava que ali podia vir a acontecer algo inesperado que o surpreendesse a si e aos pais. E assim aconteceu porque todos ajudaram. Feliz Natal!