A era digital teve uma enorme evolução nos últimos anos e, com ela, surgiram novas soluções, que revolucionaram o mercado financeiro.
Antigamente, a abertura de uma conta bancária impunha uma deslocação a um balcão e o preenchimento e assinatura de um incontável número de documentos, que seriam depois digitalizados e enviados para aprovação - o que poderia levar semanas…
A tecnologia veio simplificar este e outros processos semelhantes. Atualmente, qualquer um pode abrir uma conta de forma segura através de uma aplicação de telemóvel, ou de um computador, sem ter de se deslocar a um balcão tradicional.
Esta mudança permitiu aos clientes usufruírem de boa parte dos serviços prestados ao balcão a partir do seu computador ou aplicação móvel. A subscrição de poupanças passou a ser feita em poucos clicks, a realização de transferências bancárias tornou-se mais imediata e até o acesso aos mercados de capitais se tornou mais democrático.
As mudanças digitais que envolvem benefícios
Todas estas vantagens têm associados outros benefícios menos evidentes, que vale a pena destacar:
- Maiores Juros sobre Poupanças – Como um negócio digital é mais eficiente, a capacidade das entidades pagarem juros sobre as poupanças é maior;
- Menos Comissões – Os serviços digitais cobram tradicionalmente menos comissões do que os balcões tradicionais, porque têm menos custos de estrutura, o que se traduz num benefício de poupança para os clientes;
- Menos Correio – Os serviços digitais privilegiam uma comunicação sustentável, com o mínimo de papel possível, o que resulta em menos comunicações via correio e mais comunicações via email ou através da própria plataforma de home banking.
Maior rapidez e funcionalidade
- Mais Conveniência – Hoje em dia, como há cada vez mais pessoas a fazerem pagamentos online, há menos necessidade de ir a um balcão levantar cheques ou dinheiro;
- Mais Funcionalidades – Por norma,os serviços digitais oferecem aos clientes uma série de funcionalidades, que não são disponibilizados nos balcões tradicionais, como são disso exemplo:
- A conversão em tempo real de diferentes tipos de moedas sem comissões associadas. Uma realidade que torna os pagamentos mais rápidos para clientes no estrangeiro;
- A criação de carteiras digitais em Criptomoeda;
- A criação de alertas em tempo real;
- Mais Rapidez e Eficiência – É tudo mais rápido e eficiente no mundo digital e isto aplica-se aos bancos. Mesmo o suporte ao cliente acaba por ser mais rápido, uma vez que, por norma, os serviços digitais recorrem a assistentes virtuais como primeira linha de esclarecimento de dúvidas.
Mas e os benefícios dos balcões físicos?
Obviamente que as vantagens não se resumem aos serviços digitais. A existência de milhares de balcões físicos espalhados pelo país também envolve vantagens a diferentes níveis:
- Ligação física com a entidade bancária: O facto do cliente saber a morada, conhecer o edifício e se relacionar com as pessoas que nele trabalham facilita a criação de uma relação de confiança. Aliás, como se deseja entre uma entidade financeira e os seus clientes;
- Ligação emocional: A empatia que se cria entre as pessoas reforça o sentimento de confiança existente e pode contribuir para que os clientes se sintam mais à vontade para realizarem determinadas operações bancárias, de forma presencial;
- Conhecimento da realidade local e do cliente: Os gestores dos balcões têm um conhecimento profundo, não apenas da realidade local, mas também dos seus clientes, o que ajuda, no momento do aconselhamento, a identificar os produtos que melhor se adequam às suas necessidades e expectativas;
- Maior rede de ATM: Os balcões tradicionais têm uma vasta rede de ATM, o que facilita muito o levantamento de numerário. Algo que os balcões digitais não conseguem replicar. O mesmo se aplica aos depósitos em numerário.
Em resumo, é evidente que existem diferenças entre os serviços prestados num balcão físico, dito tradicional, e um balcão digital. Ainda assim, como estas duas realidades convivem em simultâneo, facilmente se percebe que os serviços prestados se complementam e que, em alguns casos, se podem adequar mais a determinados tipos de clientes, mais ou menos familiarizados com a realidade digital.
Miguel Agostinho Antão, manager da área de banca da everis NTT DATA Portugal