investir e como proceder em caso de riqueza súbita

Como posso investir?

Ganhei a lotaria!

Proteção

Saiba onde investir e como proceder em caso de riqueza súbita, para que o dinheiro cresça e fique protegido. 08-08-2019

Conferiu, voltou a conferir, pediu a alguém para confirmar, algarismo a algarismo, se estava mesmo certo. Ultrapassada a emoção de ter ganho a lotaria, e depois de ter criado mentalmente o filme de tudo o que quer e pode fazer nos próximos meses, há que respirar fundo e ter em conta duas coisas.

A primeira é que os prémios superiores a cinco mil euros estão sujeitos a imposto de selo, que corresponde a 20 por cento do seu valor. O prazo de pagamento termina 90 dias depois da extração da lotaria. Ou seja, o dinheiro não fica logo disponível, mas é importante reclamar, quanto antes, o seu prémio.

A segunda é que, se teve mesmo muita sorte e ganhou mais de um milhão de euros, pode contar com o apoio do Grupo de Apoio ao Alto Premiado, um atendimento personalizado criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Este serviço vai acompanhá-lo até à entrega do prémio, esclarecer todas as dúvidas e até ajudar a lidar com a segurança do bilhete premiado. O primeiro passo é ligar para a Linha Direta Jogos: 808 20 33 77.

Como investir o dinheiro?

Agora que tudo acalmou, e enquanto aguarda pela entrega do dinheiro que vai mudar a sua vida, é altura de decidir o que vai fazer com o prémio: comprar uma casa e um bom carro, viajar e ajudar a família são, quase sempre, as primeiras ideias que lhe surgem. Mas, com um valor tão elevado, quer certamente assegurar um futuro tranquilo para si e para os seus. Estabeleça uma percentagem para gastar em pequenos grandes prazeres e outra, que deve ser bastante maior, para poupar e investir. O rácio pode ser de 20/80, o que lhe garante, à partida, que vai poder divertir-se, mas também viver com mais tranquilidade.

O importante é que diversifique as suas poupanças e investimentos, optando por diferentes soluções que lhe garantam rendibilidade, mas também segurança. Se recorrer ao simulador de poupanças da CGD pode de forma simples, projetar uma alternativa para aplicar a sua recente fortuna - consoante o prazo, o tipo de reforço, entre outros fatores. Subscrever um PPR é outra forma de garantir que, quando a idade avançar, terá à sua espera um rendimento que lhe permite viver de forma confortável. 

Conheça as categorias de fundos de investimentos

Se não quer apenas guardar o dinheiro no banco, existem opções além dos depósitos, como os fundos de investimento. Existem quatro categorias principais de fundos de investimento mobiliário:

  • Os fundos de Mercado Monetário são, de acordo com a CMVM, os menos arriscados, já que a lei os obriga a investir em ativos com maior liquidez e facilmente transacionáveis. Por isso, não podem investir em ações, títulos de participação e ativos semelhantes.
  • Os fundos de Obrigações  tendem a ser mais rentáveis, mas o grau de risco é variável. Os mais seguros serão, teoricamente, os que estão ligados a obrigações do Estado, mas estão sujeitos a variações das taxas de juro, que podem desvalorizar o valor de mercado das obrigações. 
  • Os fundos de Ações têm um risco mais elevado, embora sejam quase sempre mais rentáveis, sobretudo a longo prazo.    
  • Os fundos Multiativos combinam as características dos fundos de obrigações e dos fundos de ações e investem em ambas, pelo que o risco e o rendimento são variáveis. 

 

O mais importante, seja qual for o seu investimento, é ter a certeza que está a trabalhar com uma entidade devidamente autorizada pelo Banco de Portugal. Através do Departamento de Relação com o Investidor e Desenvolvimento do Mercado da CMVM, pode obter informações e orientações quanto a aplicações financeiras, ou apresentar reclamações caso algo corra menos bem. 

Por outro lado, a Diretiva 2014/65/EU relativa aos Mercados e Instrumentos Financeiros (DMIF II), transposta para a ordem jurídica portuguesa através da Lei nº 35/2018, de 20 de julho, em vigor desde 1 de agosto de 2018, trouxe novas regras que têm como objetivo mais proteção e informação a quem investe em produtos financeiros.

Como investem os portugueses?

Segundo o Global Investor Study 2019, elaborado pela Schroders, uma empresa multinacional de gestão de ativos, o investidor português é conservador, preferindo arriscar pouco e investir no que conhece e também impaciente, mudando rapidamente o foco do investimento caso não obtenha rapidamente o rendimento desejado ou exista alguma volatilidade.

Outra característica revelada por este estudo é a preferência pela diversificação, ou seja, a distribuição do portefólio por vários mercados, regiões e estratégias. Os investidores nacionais preferem também fundos temáticos, como os que estão relacionados com Saúde, Tecnologias Disruptivas, Economia de Longevidade, Sustentabilidade e Consumo.

Quem ganha prémios elevados costuma também investir em imóveis e, neste caso, a melhor opção também é diversificar, quer em termos de tipo e segmento de imóvel, quer na localização geográfica. Convém estar atento a eventuais flutuações no valor de mercado e à valorização/desvalorização de determinadas áreas, bem como conhecer a legislação, nomeadamente fiscal, relativa à posse de imóveis. A opção por fundos imobiliários, como o Fundimo, é outra opção a ter em conta. No caso deste fundo, poderá receber rendimentos semestrais com rendibilidade atrativa. 

Ganhar a lotaria é, para muitos, a hipótese de deixar de trabalhar, mas há também quem prefira investir no seu negócio de sonho ou reconverter um já existente. Os franchisings, por exemplo, podem ser uma boa forma de desenvolver a economia local e de ter um negócio “chave na mão”. Investir em startups é cada vez mais comum, mas, como em qualquer um dos casos anteriores, há que estudar e conhecer o mercado, avaliando bem os riscos e vantagens. 

Cada investidor tem o seu perfil e a forma como vai gerir o seu prémio tem certamente em conta uma série de fatores, nomeadamente emocionais. Por isso, e até porque nem sempre é fácil tomar uma decisão informada, procure aconselhamento especializado, por exemplo no seu banco.

Mais detalhes em CMVM.