Se não tem capacidade financeira para continuar a suportar os custos de um curso superior ou mesmo se pondera voltar a estudar, mas o orçamento disponível não o permite, gostará de saber que há diferentes formas de financiar os estudos superiores.
Bolsas de estudo, crédito bancário, linha de crédito com garantia mútua, programas de apoio das autarquias ou trabalho em part-time são algumas das soluções disponíveis para quem quer investir na sua formação.
Financiar os estudos: os apoios a que pode recorrer
Além das bolsas de estudo financiadas pelo Estado - um importante benefício social para quem não tem recursos suficientes para prosseguir os estudos -, há outras alternativas a considerar.
Antes disso, importa saber que estas bolsas dirigem-se sobretudo a alunos inscritos em cursos Técnico Superiores Profissionais, de Licenciatura ou de Mestrado, cujo rendimento do agregado familiar não ultrapasse 16 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (que, em 2019, é de 435,76€) e que não tenha um património mobiliário acima dos 100 mil euros.
Já para alunos de Doutoramento e Pós-Doutoramento, há casos de empresas que, com interesse particular em determinadas teses e investigações financiam as despesas que lhes estão associadas. Para a maioria, no entanto, as Bolsas de Formação Avançada atribuídas anualmente pela Fundação para Ciência e a Tecnologia (FCT) são a solução para financiar os estudos.
Para os estudantes que não são elegíveis pela bolsas financiadas pelo Estado e para aqueles que não conseguem financiamento para o curso de Doutoramento ou Pós-Doutoramento, há que encontrar outras alternativas. Listamos algumas.
1.Crédito bancário
O crédito bancário é, sem dúvida, uma das soluções a considerar para financiar os estudos. Existem muitas opções que de uma maneira geral - e justamente pela especificidade do seu propósito - permite obter vantagens face às restantes tipologias de crédito, nomeadamente as seguintes:
- Taxas de juro mais reduzidas quando comparadas com outros créditos especializados
- Possibilidade de não pagar quaisquer prestações mensais durante os estudos, começando a reembolsar o empréstimo após o término do curso
- Em alguns casos, é possível ver reduzidas as taxas de juro, caso o estudante tenha um excelente aproveitamento escolar
- Possibilidade de escolher diversas formas de pagamento (que variam consoante o tipo de curso): prestações mensais, trimestrais ou até a liquidação do financiamento apenas no final dos estudos.
Antes de solicitar este tipo de crédito, informe-se junto da Instituição de Ensino Superior onde pretende tirar o curso, pois poderá já ter parcerias de financiamento com determinadas entidades bancárias e, desse modo, poderá tirar vantagem dos protocolos existentes.
A CGD é um dos bancos com alternativas neste segmento de crédito.
2. Linha de crédito com garantia mútua
A linha de crédito com garantia mútua é na verdade um crédito que tem o Estado como fiador - particularidade especialmente vantajosa para quem não tem como dar garantias ao banco. Pode ser solicitado por qualquer aluno do Ensino Superior, sendo que o empréstimo pode ter um montante máximo de 30 mil euros, mas nunca pode ultrapassar os cinco mil euros por ano.
Neste tipo de crédito, os estudantes podem pedir um período de carência de capital de, no máximo, dois anos, antes de começarem a reembolsar a banca. Ou seja, durante este período ficam a pagar apenas os juros referentes ao crédito. O período de amortização é, no máximo, de dez anos.
A taxa de juro que é aplicada pelos bancos a estes créditos é calculada a partir de uma taxa swap da Euribor, acrescida de um spread máximo de 1,25 por cento. Os estudantes que beneficiem de bolsa de ação social têm um desconto de 0,25 por cento.
3. Programas de apoio das autarquias
No sentido de financiar os estudantes mais carenciados, algumas autarquias têm parcerias com instituições de ensino superior (públicas e privadas). A atribuição de bolsas está sujeita, contudo, ao cumprimento de alguns critérios.
Veja-se, por exemplo, o caso da Câmara Municipal do Porto, em que os critérios são os seguintes:
- Reunir as condições de acesso ao Ensino Superior e ao curso a que se propõe
- Ter concluído o 12.º ano de escolaridade em escola secundária do Porto no ano em que se candidata à Bolsa ou ter obtido aprovação nas provas especialmente adequadas para avaliar a capacidade para a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos (ao abrigo do DL 64/2006, de 21 de março, com as alterações do DL 113/2014, de 16 de julho)
- Ser beneficiário de apoio no âmbito da ação social escolar ou ter situação económico-financeira equiparada à desses beneficiários
- Ter domicílio fiscal no município do Porto
Se quer prosseguir a carreira académica, mas não tem como financiar os estudos, informe-se sobre este programa junto da autarquia da sua área de residência.
4. Conciliar os estudos e um part-time
Outra forma de financiar os estudos passa também por conseguir conciliar um trabalho em part-time. Dar explicações, produzir conteúdos para plataformas online, consultoria, são apenas alguns exemplos. Mesmo que seja bolseiro, conciliar o estudo e o trabalho é uma boa oportunidade para manter o equilíbrio das suas finanças pessoais.