As medidas de contingência em breve podem tornar-se menos severas. Há que proporcionar alguma abertura - para a Economia respirar. O segredo para regressar em segurança é ser prudente.
Numa das últimas conferências de imprensa sobre a evolução da covid-19, a diretora geral de Saúde dava conta da preocupação das autoridades em enfrentar uma nova etapa no combate à disseminação da Covid-19.
A responsável destacava que “o vírus tem uma dinâmica própria que, se não for contrariada, tende a propagar-se”. Ou seja, independentemente das nossas ansiedades ou necessidade de regressar ao trabalho e abrir as medidas de contingência, a ação do vírus continuará.
Além de referir o papel das autoridades de Saúde - em identificar e isolar os casos, assim como tratar os que se confirmam -, Graça Freitas lançava o alerta para a responsabilidade da sociedade - que se deve preparar para um novo contexto de vida.
Descubra qual e de que modo enfrentá-lo.
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Redução do IVA: máscaras e produtos de desinfeção
Ainda no debate quinzenal na Assembleia da República de 22 de Abril, o primeiro-ministro António Costa anunciava a possibilidade de implementação de medidas que possam acomodar este novo normal em comunidade. Estas medidas devem atuar, quer no acesso a produtos de proteção sanitária, quer no restabelecimento de um ambiente de confiança do lado dos consumidores - num regresso às suas rotinas de consumo.
No primeiro caso, falamos da redução do IVA para as máscaras e para o álcool e álcool gel. No segundo caso, falamos de uma regulamentação própria para a higienização dos espaços que pode, inclusive, resultar na atribuição de um selo sanitário que ofereça garantias adicionais aos consumidores.
Um desafio ainda mais difícil
Apesar de ainda vivermos sob as determinações do terceiro Estado de Emergência, aprovado a 16 de abril pelo Presidente da República, reabrir a atividade económica é o grande desafio de que nos aproximamos a passos largos.
O momento servirá então para testar, ainda com mais vigor, a nossa capacidade de resistência e controlo.
É que mais difícil do que nos salvaguardamos em casa - como tem acontecido com uma franja da população -, retomar muitas das rotinas que nos garantem sustento económico coloca-nos desafios ainda mais difíceis.
Conciliar as exigência destas rotinas e mesmo assim, mantermo-nos fieis às regras de protocolo sanitário e social impostas pela autoridades de Saúde, nomeadamente pela Direção Geral de Saúde (DGS) será um exercício exigente - de disciplina e determinação suplementares.
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O que pode mudar?
As regras ainda estão a ser estudadas mas podem passar pela abertura do comércio de maior proximidade, a imposição de regras de circulação e acesso a espaço públicos, com horários específicos para grupos de maior risco.
Ainda que o teletrabalho possa continuar a ser a maneira mais adequada para o exercício profissional, pode vir a permitir-se um regresso às empresas, com horários desencontrados entre as equipas residentes.
Mais, os transportes podem beneficiar de um reforço horário mas também podem tornar as regras de circulação ainda mais exigentes - com o uso obrigatório de máscara pelos passageiros.
As novas regras - ainda que em cima da mesa e objeto de análise pelas autoridades - devem sempre ser acompanhadas por uma consciência muito aguda de todos nós que as cumpriremos. O esforço de contenção é individual e permanente. E assim se aconselha até à descoberta de uma vacina.
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Como devem reagir as pessoas de idade?
Na sequência de um longo período de reserva em casa, muitas pessoas podem sentir-se tentadas em aproveitar alguma abertura para arriscar o regresso aos antigos hábitos. Um exercício que pode ser bastante mais arriscado no caso das pessoas com mais idade.
Sinalizadas desde o início como grupo etário de maior risco clínico, a taxa de mortalidade estimada para doentes acima dos 70 anos mantém-se acima dos 12%.
Significa que este grupo etário deve permanecer focado nas medidas que agora cumpre. Ou seja, salvaguarda do ambiente exterior, cautelas de socialização e total cuidado na higienização dos espaços. Veja aqui algumas sugestões de como lidar com um contexto de maior isolamento sénior.
As regras são para se continuar a cumprir
Já imaginou regressar ao trabalho com a obrigação de se fazer acompanhar por uma máscara de proteção? Já imaginou poder partilhar o mesmo espaço com os seus colegas de sempre mas, com códigos de conduta social bastante menos calorosos? Já imaginou poder recuperar antigas visitas a gente de quem se afastara há muito?
Nada será como dantes, a não ser a nossa capacidade de nos adaptarmos a novas circunstâncias de vida. Concentremo-nos portanto nisso.
Ou seja, o regresso às rotinas, quando acontecer, será acompanhado por novas normas de convivência entre todos. Em casa, no trabalho, com os amigos; nos espetáculos; nas lojas e superfícies comerciais; na prática desportiva, e em todas as dimensões da vida.
Considere portanto este estágio, por que todos estamos a passar - com três declarações sucessivas de Estado de Emergência - como uma preparação. Um treino persistente que, depois de cumprido, nos fará chegar a todos à meta final desta corrida de longo curso. Mantenha-se vigilante.
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