Num ano atípico, como manter o espírito natalício? Conheça as dicas das psicólogas do projeto nowuknow.pt e as medidas de segurança para preparar o Natal.
É em momentos difíceis, como o que atualmente vivemos, devido à pandemia, que as tradições ganham mais importância, “porque é nas tradições que, muitas vezes, encontramos o sentido de pertença e atribuímos significado ao nosso dia-a-dia”, explica a psicóloga clínica, Carla Capucha.
A quadra natalícia está ligada à família, à vida e à esperança no futuro. Este ano, e para evitar a propagação da Covid-19, o Natal permitirá menor proximidade física de quem gostamos mas, nem por isso, deverá ser encarado como um Natal para não ser vivido. Além dos recursos tecnológicos, que nos têm ensinado novas formas de proximidade e interação, podemos criar novas tradições, sem deixar de reforçar as que já nos foram ensinadas.
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As 7 atitudes para reinventarmo-nos este Natal
Conversamos com a psicóloga organizacional e clínica Alexandra Cordeiro e com a psicóloga clínica Carla Capucha, que fazem parte do projeto nowuknow.pt, em busca de sugestões para manter o espírito de família durante a quadra natalícia, mesmo com todos os desafios que estamos a viver e num contexto de pandemia. Conheça algumas das dicas das psicólogas:
1. Exercitar a (auto)compaixão: mais do que nunca, é fundamental expressar sentimentos positivos e oferecê-los a quem é mais importante para nós. Não é o momento de culpar ou de culpabilizarmo-nos por aquilo que correu menos bem. Natal é tempo de perdoar e de ser generosos, inclusive connosco.
2. Agradecer: o sentimento de gratificação é um dos mais poderosos que podemos ter, e é o princípio de um maior bem-estar ligado ao espírito do Natal. Agradeça às pessoas e a tudo o que viveu durante o ano. O que é verdadeiramente importante surge quando se parte desta intenção. Partilhar a gratidão com quem estiver presente fará o Natal de todos melhor.
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3. Ter uma atitude positiva: criar pensamentos realistas, com uma atitude positiva é um desafio para tempos difíceis. Fisiologicamente, exercitar o pensamento realista e mais positivo é um comportamento preventivo. Combate a estados emocionais desgastantes, que têm caraterizado os nossos dias nesta época de pandemia. Para muitas pessoas, 2020 ficará marcado como um ano de perdas - de familiares e amigos, de emprego, de rendimentos. Ainda assim, o pensamento deve ter uma perspetiva construtiva, a planear o futuro e a analisar o que é possível mudar, abrindo espaço para o pensamento positivo e para o otimismo.
4. Ajustar as expetativas: desejar ou planear um Natal como dos anos anteriores trará frustração. Ajustar as expetativas sobre esta fase, de acordo com o atual contexto, é essencial para promover uma maior sensação de harmonia, de renovação e de conexão com o presente. É preciso aceitar os tempos que estamos a viver, e ter a perceção de que é uma crise global. Pensar o coletivo é importante para estarmos mais pacificados com o que acontece numa esfera pessoal e familiar.
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5. Ter autocuidado: é urgente promover o autocuidado. Aceite os sentimentos e abra espaço para a reflexão sobre este ano desafiante. Permita que as emoções apareçam e sejam partilhadas, sem esconder o que se sente. Tudo isto é muito importante para uma dinâmica de união e verdadeiro espírito de família este Natal.
6. Ressignificar: é importante não focar nos pontos negativos ou nas pessoas que não podem estar presentes nas celebrações da quadra natalícia devido à pandemia. Procure significar o presente, valorizar o que tem e agradecer. Essa atitude ajuda a desenvolver a sensação de eficácia e associação com algo positivo. Assim, também contribuirá para que se sinta melhor e irá, de certeza, contagiar as pessoas de quem gosta a também sentirem-se melhor.
7. Criar boas memórias: os tempos não são os melhores, mas pode criar para o futuro boas recordações deste Natal, que de qualquer das formas ficará marcado na história. Enviar vídeos com mensagens de Feliz Natal aos familiares que estarão distantes e enviar fotos na noite de Natal é uma forma de partilhar o momento, e guardar para a posteridade as imagens felizes de um ano que ficará na memória.
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“O diferente não tem de ser pior”
Para Alexandra Cordeiro, psicóloga organizacional e clínica, a forma ideal de manter o espírito de família e de união, este ano, é sentir e acreditar que podemos fazer acontecer algo. ”O diferente não tem de ser pior. Por isso, devemos ajustar expetativas e focarmo-nos no que é realmente importante para nós. Compreender dentro desse espaço o que é possível criar. Porque é possível. Acreditar nisso é fazer acontecer uma realidade que está além das fronteiras do espaço e do tempo, onde a criatividade é bem-vinda. Devemos também usar os recursos todos que temos disponíveis para transformar as fraquezas em forças”.
O espírito de família e de união tão característicos desta época “só acontecem quando canalizamos essa intenção de união e agimos de acordo com ela. A intenção do amor. Um amor-próprio. Um amor que se oferece, partilha e multiplica. É algo intrínseco e depende de cada um. Criar aquilo que pensamos e refleti-lo nas ações”, afirma Alexandra Cordeiro, acrescentando “comecemos a aceitar a hipótese de um Natal diferente, que pode ser bom - caso exista a sensação de que algo foi feito para isso acontecer”.
Tome Nota:
Estado de emergência mantém-se
Com a reavaliação da situação epidemiológica no país, divulgada a 17 de dezembro, a lista dos concelhos de risco foi atualizada, e o estado de emergência foi prorrogado em todo o território continental, no período entre a meia-noite de 24 de dezembro de 2020 e as 23h59 de 7 de janeiro. Confira-o neste comunicado do Governo.
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Para evitar sensações de desgaste e frustração, a psicóloga organizacional e clínica considera que é importante aceitar esta realidade “mesmo que diferente. E sentir que existe a liberdade de podermos criar. Aceitar esse desafio com coragem é permitir sermos maiores do que um tempo e espaço confinados”.
No que diz respeito às restrições causadas pela pandemia que estamos a viver, Alexandra Cordeiro diz que “é fundamental permitirmo-nos à reflexão de que as restrições não têm de significar estarmos limitados ao ser, ao sentir e ao expressar. Essas são as fronteiras, mais do que físicas, geográficas, de que o ser humano tende a apropriar-se para justificar o seu desconforto”.
E acrescenta “é necessário dissociar o significado das palavras que ouvimos numa realidade externa e colocar o filtro para a nossa realidade interna”.
Tome Nota:
Natal: O que pode e o que não pode fazer
As medidas de combate à pandemia mantém-se conforme explicado neste artigo do Saldo Positivo e que pode ainda confirmar aqui.
Pensamentos abstratos como “não podemos fazer nada, não vivemos, etc”, até que ponto são reais? “Serão sim”, responde a psicóloga “caso nos deixemos levar por eles. Objetivar e filtrar estes significados para a vida pessoal ajuda a reduzir a dimensão que têm na generalidade e cria espaço, mesmo que num certo vazio, a partir do qual podemos criar infinitas realidades possíveis. Reinventar tradições. Reinventarmo-nos”.
Tome Nota:
Ano Novo: O que pode e o que não pode fazer
De acordo com atualização de 17 de dezembro, está proibida a circulação interconcelhia entre a meia-noite de 31 de dezembro de 2020 e as 5 horas de 4 de janeiro de 2021. Com exceções para motivos de saúde, urgência imperiosa ou outros especificamente previstos.
A circulação pública fica proibida a partir das 23 horas de 31 de dezembro, assim como a partir das 13 horas de 1, 2 e 3 de Janeiro.
Em todo o território continental, os restaurantes devem fechar portas às 22h30 de 31 de dezembro e às 13 horas de 1, 2 e 3 de janeiro.
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