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Já reparou na sua conta de eletricidade? É natural que passe a sentir um agravamento do que paga ao final de cada mês já a partir de julho. É que as tarifas de acesso à rede estão também mais caras. Esta medida foi aprovada recentemente pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e que vem agravar toda a cadeia de custos até ao consumidor final.
O que aconteceu?
Os valores das tarifas de acesso às redes beneficiaram desde janeiro deste ano de uma redução de 296% face ao seu valor médio em 2022. Isto implicou que um dos custos com maior peso na fatura de eletricidade tenha passado a ter valores negativos a partir de janeiro deste ano.
Ou seja, em vez daquela componente, tarifas de acesso, se constituir como um valor a acrescentar à tabela de cada comercializador, representava na prática um desconto.
Por este motivo, e de acordo com a avaliação da ERSE, aquele beneficio ou desconto teria que ser corrigido. Isto para adequar “a tarifa de energia e as tarifas de acesso às redes às atuais condições de mercado”.
Com o recuo destes benefícios e o aumento líquido das tarifas de acesso às redes, aumentam também as tarifas a pagar pelo consumidor final.
Embora as taxas de acesso à rede se mantenham em valores negativos face a 2022, a diferença será atenuada
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O que vai passar-se? Os preços sobem para todos?
Desde logo, a alteração vai atingir os consumidores com tarifários indexados que imediatamente perdem parte da parcela de desconto direto de que até agora tinham vindo a beneficiar.
Também os clientes do mercado liberalizado podem ver as suas contas aumentar. Isto acontecerá quase certamente nos casos em que os operadores não optem por medidas que anulem o efeito das novas taxas (quer na energia quer na potência contratada).
Pode acontecer no seu caso, pelo que deve esclarecer-se e comparar com as restantes ofertas do mercado.
Quem não sentirá qualquer mudança no bolso serão basicamente os clientes do mercado regulado. Neste caso concreto, o regulador já veio garantir que a mudança não terá qualquer efeito.
O que vai representar para a generalidade das famílias?
Embora a componente de energia seja efetivamente penalizada, nomeadamente nos casos dos clientes de baixa tensão, ou seja a que serve os particulares e as famílias, isso não se aplica à componente potência contratada cujos valores, regra geral se mantém idênticos após a subida das TAR.
Ainda assim, a ERSE estima que grande fatia das famílias fiquem protegidas de qualquer aumento nos custo a pagar pela eletricidade. A partir de julho, um casal sem filhos com potência contratada de 3,45 kVA, e com um consumo 1900 kWh/ano paga 36,62 €. Já um casal com dois filhos, com potência contratada de 6,9 kVA, e com um consumo de 5000 kWh/ano paga 92,43 €
Ou seja, nas contas da ERSE, não se regista variação face ao que pagavam em junho.
A ERSE ainda alerta que os consumidores com tarifa social continuam a beneficiar de um desconto de 33,8% sobre as tarifas dos clientes finais.
Saiba mais detalhes sobre os efeitos das TAR aqui.
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