Telemóvel ou computador? Descubra qual o dispositivo mais seguro para fazer compras ou aceder ao homebanking e os cuidados a ter.
O funcionamento dos sistemas operativos dos telemóveis e dos computadores é distinto e isso reflete-se na sua segurança, nomeadamente no que diz respeito a algumas operações, como as bancárias, por exemplo.
Esta circunstância faz com que estes sistemas tenham vantagens e, também, desvantagens que vale a pena conhecer de modo a perceber, entre telemóvel e computador, qual é mais seguro.
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Telemóvel ou computador: qual destes dispositivos é mais fácil de "piratear"?
Pôr em confronto o sistema operativo do telemóvel e do computador não é uma tarefa tão simples quanto possa parecer. Isto porque ambos são usados em condições distintas, com propósitos também eles diferentes.Um computador tem de ter necessariamente medidas de segurança distintas das dos telemóveis. Neste sentido, pode considerar-se que as ferramentas de segurança dos desktops são mais completas, permitindo um maior controlo do sistema operativo. Já no que se refere aos telemóveis, podemos dizer que eles são mais difíceis de hackear, embora também tenham outras fragilidades e problemas.
Basicamente, como o computador tem mais funções, acaba por ser mais difícil deixá-lo cem por cento seguro. Logo, ele pode tornar-se num alvo mais fácil para invasores.
Porém, há que ter noção que também há contextos em que os telemóveis ficam mais vulneráveis a ataques, sendo o mais indicado aprender a prevenir estes problemas, quer com o seu telemóvel, quer com o seu computador.
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Risco de roubo
Em tese, por ser um dispositivo pequeno e portátil, é mais fácil perder ou roubarem-nos o telemóvel do que o computador. Além disso, está mais acessível para que outras pessoas o manuseiem. Se não tomarmos as devidas precauções, podem instalar no nosso telemóvel uma aplicação de espionagem com acesso física. Esta app fica oculta ao utilizador do telemóvel que, nem se apercebendo da sua instalação, compromete, assim, a sua segurança.
De resto, isto mesmo pode acontecer com o computador, bastando para isso que a senha de acesso seja burlada, por exemplo. A partir daí, é possível iniciar o computador com outros sistemas.
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Risco de instalação de aplicações maliciosas
Neste campo, os riscos inerentes ao uso de um telemóvel e de um computador são distintos.
No que diz respeito aos telemóveis, os seus principais sistemas (Android, iOS e Windows Phone) apenas permitem a instalação de programas das suas lojas oficiais. O iOS e o Windows Phone, por exemplo, não permitem sequer a instalação de aplicações de outras fontes.
Na prática, o hacker só consegue “atacar” os telemóveis se encontrarem aplicações de fontes desconhecidas. Ou seja, se o pirata conseguir introduzir um programa malicioso na loja do aparelho ou, então, encontrar alguma outra vulnerabilidade que lhe permita a instalação de uma app perniciosa. Podemos portanto concluir que nestes casos, o hacker não tem a vida facilitada.
No que diz respeito aos computadores, a situação é diferente. Por exemplo, no Windows, é possível instalar aplicações de qualquer fonte, com apenas alguns cliques; já no Linux, a instalação e a execução de programas é mais difícil; no OS X, é apenas possível instalar aplicações da Mac App Store.
Dependendo do sistema operativo em causa, pode ser mais ou menos fácil para o pirata conseguir que o utilizador execute o programa malicioso que ele pretende.
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Risco de autorização de permissão
Os telemóveis limitam o que um programa pode fazer. Isto é, as aplicações não podem aceder a dados das restantes apps; não podem sobrepor elementos no ecrã, sem permissão; e não podem usar recursos específicos, como a câmara, sem autorização do utilizador.
Nos computadores, os programas têm acesso a tudo: câmara, teclado, rato e ecrã. Deste modo, conseguem alterar configurações e, assim, redirecionar para um site falso; registar o que é digitado; desviar senhas; aceder a informações de janelas - podendo, assim, capturar o número de um cartão de crédito, no caso de uma compra, por exemplo.
Portanto, mesmo não interferindo nas configurações do sistema, um vírus é capaz de desviar vários dados de um computador. Para evitar que o próprio sistema do desktop seja atacado, deve instalar programas de segurança e usar o Controlo de Contas de Utilizador ou uma conta padrão.
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Risco das desatualizações
Um telemóvel ou computador não atualizados estão mais vulneráveis a ataques. Alguns sistemas, como o Android ou o Windows Phone, podem disponibilizar atualizações tardiamente. Neste caso, é importante precaver-se e instalar um antivírus, embora não seja o mesmo que ter um sistema completamente atualizado.
Principais riscos de ataque aos telemóveis
No caso dos telemóveis, os hackers recorrem essencialmente a duas técnicas. O SMS premium, em que o vírus é enviado por meio de um link, por exemplo, conduzindo a publicidade falsa da responsabilidade do pirata. Ou, ainda, a “oferta” de apps em que os piratas induzem à instalação de determinado programa. Em ambas as situações, os hackers ganham dinheiro através dos cliques, dos acessos e dos downloads feitos pelos utilizadores.
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Cuidados a ter com o telemóvel
Embora nem sempre seja possível evitar alguns ataques, há medidas que devemos adotar de modo a aumentar os níveis de segurança do nosso telemóvel. Tome nota:
- Certificar-se de que o telemóvel tem suporte do fabricante para atualizações;
- Definir uma senha de bloqueio forte e bloqueio automático, com um tempo de expiração curto;
- Usar a criptografia no armazenamento;
- Instalar apenas aplicações oficiais e não deixar ativa a opção de instalar apps de fontes desconhecidas;
- Avaliar a segurança dos links que recebe por SMS;
- Ser criterioso ao instalar aplicações e duvidar das "ofertas" de outras apps.
Cuidados a ter com o computador
Também há cuidados a ter com o computador e que não passam apenas por ter um bom antivírus instalado. Conheça dicas que deixam o seu computador mais seguro e protegido de ataques:
- Não se esquecer de instalar as atualizações de cada software;
- Avaliar a pertinência da criptografia do disco, tendo em conta o risco de roubo;
- Ao seguir links ou ao abrir arquivos, deve tomar precauções e executar apenas softwares confiáveis;
- Mudar o utilizador do sistema para uma conta padrão (não administrativa), de maneira a monitorizar as ações das apps.
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Telemóvel ou computador: qual é mais seguro na hora de fazer compras ou operações de homebanking?
Tendo em conta tudo aquilo que foi dito, na hora de proceder a alguma operação em que faça uso de dados mais pessoais, deve preferir o telemóvel em detrimento do computador.
As aplicações móveis são, globalmente, mais seguras e não são alvo de tantos ataques. Aceder à conta do banco através do telemóvel pode mesmo ser a melhor opção.
Ainda assim, há cuidados específicos que deve ter, mesmo usando o telemóvel para consultar a sua conta bancária, a saber:
- Não é recomendado ser root;
- Deve fazer download da App do banco, tendo por base uma fonte fiável ou a loja oficial;
- Usar sempre a app do banco e não o navegador do telemóvel;
- Privilegiar o 3G e 4G e não recorrer a wi-fi público.
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Carteiras digitais
Para quem prefere as compras online, é importante dizer que também para essas operações o telemóvel se apresenta como uma solução mais segura, por todas as razões elencadas ao longo do artigo.
Para tornar estas operações ainda mais seguras, pode optar por uma digital wallet (carteira digital), onde pode guardar virtualmente dinheiro e cartões de crédito e usá-la nas transações online que fizer, como compras, transferências ou carregamentos. As carteiras digitais são bastante seguras, seguindo o protocolo SSL (Secure Sockets Layer) da proteção de dados.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
No Espaço Cliente do cgd.pt, pode encontrar todas as orientações a ter em conta para segurança do seu computador da sua informação bancária.
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