Fundos de Investimento

Como subscrever um Fundo de Investimento: tipos, vantagens e riscos

O Banco e Eu

A subscrição de um fundo de investimento, sobretudo para quem esteja menos familiarizado, pode ser complexa. Esclareça-se aqui. 16-09-2020

Saiba como subscrever um Fundo de Investimento e conheça as vantagens e os riscos associados.

Se procura alternativas aos depósitos a prazo, um fundo de investimento pode ser uma opção. Apesar de os depósitos a prazo representarem um dos produtos de poupança mais populares em Portugal, a verdade é que as taxas de juro praticadas atualmente acabam por não compensar o investimento. Tenha em mente que, se decidir deixar o seu dinheiro aplicado num produto financeiro que quase não rende juros, o dinheiro que está a poupar eventualmente perderá valor devido à inflação. É praticamente equivalente a ter as suas economias guardadas em casa.

Por esta razão, muitos cidadãos optam por aplicar o seu dinheiro em fundos de investimento, um instrumento financeiro que visa captar dinheiro de investidores para, posteriormente, ser gerido e aplicado por sociedades gestoras, de forma a obter uma maior rendibilidade desses investimentos. Estas sociedades estão sujeitas à supervisão do Banco de Portugal e da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM).

Num fundo de investimento, cada investidor é titular de quotas-partes ou parcelas desse Fundo, designadas de unidades de participação (UP), sendo que o valor do património global de um Fundo é igual ao somatório das unidades de participação de cada investidor.

Se estiver interessado em subscrever um Fundo de Investimento, importa saber como funcionam e ficar a par tanto das vantagens, como dos riscos associados a estes instrumentos financeiros.

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Como subscrever um fundo de investimento

Os investidores que subscrevem fundos de investimentos têm um perfil dinâmico ou mais agressivo, isto é, com grande tolerância ao risco. Estes investidores tendem a aplicar as suas poupanças em unidades de participação de Fundos que investem em ativos de risco moderado a elevado mas, com um potencial de rendibilidade maior.

Entre fundos geridos em Portugal ou fundos estrangeiros, existem vários tipos de Fundos, como:

  1. Fundos Monetários ou Tesouraria
  2. Fundos de Ações
  3. Fundos de Obrigações
  4. Fundos Mistos
  5. Fundos de Poupança-Reforma (PPR)
  6. Fundos Especiais de Investimento

 

Precisa apenas de escolher aquele que se encaixa melhor no risco que está disposto a correr e, por conseguinte, na rentabilidade que pretende atingir.

A forma mais simples de subscrever um fundo é dirigir-se ao seu banco e preencher o impresso de subscrição ou fazê-lo online. Nesse momento, terá de indicar o montante que pretende subscrever ou o número de unidades de participação, sendo a sua conta debitada pelo maior número de unidades de participação que é possível subscrever sem ultrapassar o montante inicialmente definido.

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Ao subscrever este instrumento financeiro, entrega à equipa ou sociedade gestora a responsabilidade pela escolha e comercialização dos ativos em causa, o exercício dos direitos relativos a esses ativos (juros, dividendos ou direito a voto em Assembleias Gerais) e o cálculo do valor das unidades de participação.

Como uma das vantagens dos fundos de investimento é permitir que pequenos investidores também possam aceder a mercados e produtos financeiros, o montante mínimo de investimento é, por norma, baixo. A título de exemplo, com 500 euros consegue comprar unidades de participação e subscrever um fundo de investimento.

 

Cuidados na subscrição

A subscrição de fundos tem custos. Por isso, antes de subscrever um Fundo, importa estar atento à comissão de subscrição, à comissão de resgate e à comissão de gestão. Estes custos podem fazer a diferença na escolha de um fundo em detrimento de outro.

Informe-se devidamente sobre cada uma destas comissões no Regulamento do Fundo ou no prospeto informativo. Não subscreva um Fundo sobre o qual não compreende as regras de comercialização, características e riscos.

 

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Como funciona um Fundo de Investimento

Cada fundo de investimento é dividido em pequenas parcelas iguais que se designam por unidades de participação e que representam o investimento de cada investidor individual. Ou seja, a titularidade das unidades de participação corresponde à quota de propriedade do Fundo de Investimento, na proporção representada por essas mesmas unidades de participação.

A sua soma corresponde ao valor que cada participante detém, sendo que o conjunto das unidades de participação de cada investidor representa o valor do património global do Fundo.

O valor de uma unidade de participação, o Net Asset Value (NAV) tem, regra geral, cotações diárias, podendo o investidor acompanhá-las na página da CMVM, em plataformas digitais associadas ao investimento ou ao balcão da instituição financeira.

O NAV serve de base quer às subscrições, quer aos resgates e permite acompanhar a evolução de cada fundo, quer quanto à sua rendibilidade, quer quanto ao seu nível de risco.

 

O que é a Política de Distribuição?

Um mesmo fundo poderá ter diferentes tipos de unidades de participação que, por norma, distinguem-se consoante a Moeda (Euro ou Dólar Americano, entre outros) e a Política de Distribuição.

Relativamente à Política de Distribuição, os fundos podem ser de Distribuição ou de Comercialização. Isto é, permitem a distribuição ou a acumulação do retorno obtido.

Aos detentores de unidades de participação num Fundo de Distribuição é pago um dividendo periodicamente. Nos Fundos de Comercialização, esse dividendo não é distribuído, mas capitalizado pelo Fundo.

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Os riscos e os benefícios de subscrever um Fundo de Investimento

Riscos

Nos Fundos de Investimento não há garantia de retorno, isto é, de rendibilidade positiva. Quanto maior for o nível de risco de um Fundo, maior o potencial de valorização dos ativos desse fundo. Mas lembre-se, maior será o risco de capital.

Além do risco de capital, também existe o risco de mercado. Ou seja, o mercado onde se transacionam os ativos detidos por cada fundo de investimento é suscetível a variações do preço desses mesmos ativos. Estas variações, se positivas, podem gerar ganhos, se negativos podem conduzir a perdas.

No momento em que se subscreve um Fundo também há o risco de remuneração, pois os rendimentos por ele gerados são desconhecidos, uma vez que estão sempre associados à evolução das respetivas cotações e preços.

 

Benefícios

Do lado dos benefícios, importa destacar o facto de ter uma equipa de especialistas sempre atenta às flutuações de mercado e, por conseguinte, sempre pronta para comprar e vender ativos financeiros no momento certo. Se o processo correr bem, os ganhos para o investidor podem ser muito significativos. Além disso:

  1. Subscrever um fundo de investimento permite uma maior diversificação dos investimentos, que é uma das regras de ouro das finanças;
  2. Em determinados fundos, existe a possibilidade de obter um regime fiscal mais favorável, nomeadamente os Fundos de Seguradoras e Fundos Imobiliários;
  3. Permite que pequenos investidores também possam aceder a mercados e produtos financeiros e fazê-lo de forma simples.

 

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Se tem dúvidas sobre como avançar com a subscrição de um fundo de investimento e sobre a melhor maneira de o garantir, parta sempre do seu perfil de investidor. A Caixa pode ajudá-lo a construir a carteira mais adequada ao seu perfil.

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Fundos Sustentáveis: uma tendência entre os Fundos de Investimento

De acordo com um relatório da CMVM, o investimento em Fundos ESG (Environmental, Social and Governance) tem vindo a crescer em Portugal, sendo que no final de 2019, havia já cerca de 20 mil investidores nos cinco Fundos ESG comercializados no mercado nacional. Esses Fundos são os seguintes:

  1. IMGA Iberia Fixed Income ESG
  2. IMGA Iberia Equities ESG
  3. Caixa Ações Europa Socialmente Responsável
  4. Caixa Investimento Socialmente Responsável
  5. Santander Sustentável

 

Estes Fundos investem em ativos de empresas sustentáveis. Mais concretamente, analisam o comportamento das empresas face a critérios ambientais (relacionados com a conservação da natureza e do meio ambiente), sociais (relação entre a atividade empresarial e as pessoas) e de governação corporativa (boas práticas de gestão da empresa, etc.) sendo que, não raras vezes, têm desempenhos superiores aos benchmarks tradicionais.

Em termos práticos, investir em Fundos ESG significa reconhecer que as empresas que solucionam os atuais desafios do mundo podem estar mais bem posicionadas para crescer.

 

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