Fundo de Emergência

Constituir um fundo de emergência: poupe para uma urgência

Proteção

A almofada financeira minimiza os efeitos que venha a sentir em momentos de maior dificuldade e crise. Confira como assegurá-lo. 08-12-2020

Ter um fundo de emergência permite-lhe estar prevenido para fazer face a algum contratempo financeiro. Numa altura em que a crise pandémica se adensa, saiba como constituir um e como geri-lo.

Talvez nunca tenha feito tanto sentido falar-se sobre a importância de ter um fundo de emergência como neste momento.

Face à incerteza económica provocada pelos constrangimentos da pandemia, ter uma rede de segurança financeira pode ser um fator decisivo para muitas famílias, seja para fazer face a um problema de saúde, seja para lidar com uma situação de corte de rendimentos ou mesmo de desemprego.

Como proceder para constituir esse montante? Que estratégias devem ser traçadas para o garantir? Qual o valor que um fundo de emergência deve ter?

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O que fazer para constituir um fundo de emergência?

Para constituir um fundo de emergência, o primeiro passo a dar é analisar a sua situação financeira e identificar o valor mensal de receitas e de despesas. A partir daqui, subtraia às receitas o valor das despesas totais (fixas e variáveis), de forma a avaliar o montante mensal que pode reservar para constituir uma poupança.

O objetivo de um fundo de emergência é suportar as despesas correntes em determinado período de tempo, caso perca parte ou a totalidade dos rendimentos.

A meta de poupança para o fundo deve corresponder ao somatório de, pelo menos, seis meses de despesas. Se ficar sem trabalhar durante seis meses, o seu pé-de-meia tem o valor suficiente para suportar despesas durante aquele período de tempo.

Tome Nota:

Embora as boas práticas de gestão pessoal recomendem que um fundo de emergência tenha em conta o valor equivalente a seis meses de despesas mensais, o contexto de incerteza económica e financeira aponta para que fixe aquela margem de tempo para, pelo menos, um ano de despesas.

Imagine que as suas despesas mensais fixas (como a renda de casa) e variáveis (como as despesas domésticas) totalizam, em média, 800 euros por mês. O seu fundo de emergência deverá ter um valor total de 9 600 euros. A meta a atingir determina o seu esforço de poupança. 

 

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Como gerir as poupanças para o fundo de emergência?

Depois de identificar o montante a reunir no seu fundo de emergência, e quanto vai poupar para atingir essa meta, importa saber como pode gerir esta poupança de maneira a rentabilizá-la.

O primeiro conselho para a aplicação da poupança é o de prudência. Desde logo, evite as aplicações com retorno a mais longo prazo. Se o seu objetivo é a disponibilidade do dinheiro assim que dele precise e se não tem previsão sobre a data em que isso vai ocorrer, prefira soluções que lhe permitam reaver o dinheiro a qualquer momento. Ou seja, de fácil mobilização.

Depois, tão ou mais importante, fuja do risco de capital. O objetivo deste fundo maneio é garantir fácil acesso e evitar as depreciações de capital. Ou seja, deve apostar sempre em soluções com garantia de capital e sem exposição a oscilações de mercado.

Tente ainda que a rendibilidade da solução escolhida para aplicar as suas poupanças tenha valor equivalente ou acima da inflação, situada em outubro deste ano, nos 0,11%, conforme dados mais recentes do INE. O impacte da inflação é determinante para o valor real do dinheiro. Mais inflação vem implicar desvalorização no capital da sua poupança. 

 

O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?

Aceder ao produto de uma poupança envolve um passo inicial que é saber onde aplica-la. A Caixa Geral de Depósitos pode ajudá-lo com soluções para vários perfis e objetivos.

SAIBA MAIS AQUI

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Onde aplicar o dinheiro?

Deverá aplicar as suas economias numa conta-poupança ou depósito a prazo que sejam mobilizáveis. Mesmo com taxas de retorno abaixo da taxa de inflação, a possibilidade de aderir a uma conta ordenado remunerada ou de subscrever certificados de aforro podem ser opções em cima da sua mesa. Note que os certificados de aforro podem condicionar o acesso a liquidez em, pelo menos, três meses.

Se optar por uma conta poupança, esteja atento à possibilidade de programar automaticamente o valor a poupar, com transferência periódicas pré-determinadas. Este automatismo pode ajudá-lo a chegar ao objetivo mais depressa e de maneira menos dolorosa.

 

Principais indicadores de poupança

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo trimestre de 2020, a taxa de poupança das famílias portuguesas aumentou para 10,6%. No trimestre anterior, ficara-se pelos  7,5%. Estes dados estão em linha com as estimativas do Eurostat, onde se confirma que, à exceção da Suécia, a taxa de poupança cresceu em 8 p.p. face ao trimestre anterior e em 11 p.p face ao trimestre homólogo. Trata-se do maior incremento, desde o início de 1999, embora motivado pela forte redução dos níveis de consumo. Em todos os Estados-Membros, o consumo real per capita diminuiu 12,3 % no segundo trimestre de 2020, após uma redução de 3,2 % no trimestre anterior.

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E depois de ter assegurado um fundo de emergência?

Se já tem assegurado um fundo de emergência e pretende manter algum esforço de poupança, pode sempre pensar em alternativas que lhe possam proporcionar maior retorno, embora com maior grau de risco. Nesta fase, pode ainda projetar a sua poupança para um retorno a mais longo prazo.

Falamos por exemplo de opções como fundos de investimento, subscrição de PPR, ações, seguros financeiros ou mesmo obrigações. As possibilidades são muitas e todas elas estão sujeitas a algum nível de risco.

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Tenha sempre em conta que investir comporta risco. E mais, quanto maior a margem prometida de retorno, maior a margem de risco a suportar. Isto embora haja muitas formas de o mitigar, como por exemplo saber diversificar o investimento.

É ainda essencial que saiba identificar o seu perfil de investidor assim como as especificações de cada aplicação que considerar de incluir na sua carteira de investimentos.

Assim como nem todas as aplicações são adequadas para todos os investidores, também os investidores devem ter noção prévia das alternativas que lhe são oferecidas. Ou seja, conhecer as suas características, margem de risco e potencial de ganho. Esclareça-se com o seu gestor ou com alguém com experiência para o aconselhar.

 

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