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A construção de uma casa é, para muitos, um sonho e um objetivo de vida. É, também, um processo que exige um significativo investimento. Explicamos-lhe, passo a passo, quais os custos a ter em consideração.

Quais as despesas com que devo contar?

Quando decide avançar com a construção de uma casa, além de ter de acompanhar todas as etapas do processo para garantir que o que idealizou é concretizado, tem de avaliar e controlar bem os custos, para que o seu orçamento não derrape.

Para deixar as surpresas de lado, explicamos o tipo de despesas a ter em conta.  Mãos à obra.

1. Compra do terreno

A primeira questão a assegurar é a compra do terreno. É importante garantir que o local que pretende está integrado numa área que possui autorização para construção.

Há vários fatores que podem influenciar o preço do terreno, entre eles:

• A localização e a área: os preços dos terrenos diferem bastante entre o litoral e o interior, se estão próximos ou afastados dos grandes centros urbanos, mas também em função da procura e da oferta;
• O loteamento: os terrenos loteados possuem já algumas infraestruturas importantes, como, por exemplo, esgotos e eletricidade. Se optar por comprar um terreno não loteado, terá de assumir o encargo com essas infraestruturas, o que pode aumentar os custos do projeto.

A localização é determinante. A título de exemplo, fomos ver preços médios em plataformas de anúncios de venda de imóveis em Julho de 2023. No concelho de Mértola, por exemplo, os preços por metro quadrado variam entre os 57 e os 177 euros. No concelho de Lisboa variam entre os 496 e mais de 6 000 euros por metro quadrado. 

2. Elaboração do projeto

Antes de avançar com o pedido de licença de construção, junto da Câmara Municipal, tem de tratar do projeto. Nesta fase, deve recorrer a um arquiteto, que ficará responsável por realizar:

• Estudos prévios;
• Projetos de licenciamento, de arquitetura e de engenharias;
• Projetos de execução, de arquitetura e de engenharias;
• Certificação Energética;
• Certificação Acústica e outras certificações.

Em julho de 2023, analisamos diferentes páginas da especialidade e chegamos a um valor médio. Mais uma vez, os valores dependem de muitos fatores. Por exemplo:

• Um projeto de arquitetura (execução) para uma moradia pode rondar, em média, os 6 000 euros;
• Um projeto de especialidades (estabilidade, águas e esgotos, gás) pode custar, em média, 3 000 euros.

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3. Licença de construção e alvará

Antes de avançar com a construção, tem de pedir à Câmara Municipal a licença de construção que autoriza a obra. Uma vez emitida, é necessário solicitar o respetivo alvará.

O custo de todas as licenças e certificados varia de acordo com a localização do imóvel. Os valores médios estão entre os 2 500 e os 4 000 euros.

4. Preparação do terreno

Antes de dar início à construção, é preciso garantir que o terreno está preparado. Nesta fase, pode ser necessário movimentar terras, nivelar, drenar, entre outras manobras. Idealmente, se não possuir conhecimentos que lhe permitam supervisionar este processo, deve contratar um profissional.

Os preços variam de acordo com os processos necessários e o seu nível de complexidade. Revestir um declive com madeira, para evitar desmoronamentos, por exemplo, pode custar cerca de 16 euros/m².

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5. Construção

Os custos de construção devem ainda contemplar as empreitadas de construção civil e os materiais a utilizar; as infraestruturas assim como as ligações ramais de água ou de eletricidade; a fiscalização da obra; os seguros; e até o policiamento e a segurança, caso seja necessário.

Na obra de construção em si, optamos por dividir em 10 partes, para que consiga fazer as contas ponto a ponto e passo a passo. Aqui não avançamos com projeção de custos, porque as variáveis dependem muito das escolhas de cada um, além de todos os outros fatores.

Estrutura e Alicerces: construção das fundações que podem incluir blocos de betão, estacas ou outras técnicas. Nesta fase também é feita a construção das paredes, pilares, vigas e lajes estruturais.

Alvenaria e Serralharia: construção de paredes com tijolos, blocos de betão ou outros materiais. Também a instalação de portas, janelas e elementos de serralharia, como portões ou grades. A parte de serralharia é normalmente uma das que pesa mais no orçamento final.

Cobertura: construção da estrutura do telhado, incluindo ripas e telhas. Inclui a instalação de caleiras e tubos de águas pluviais.

Instalações Elétricas: planeamento e instalação de todo o sistema elétrico, incluindo pontos de luz, tomadas, interruptores e disjuntores. Inclui a passagem dos cabos elétricos, a sua proteção e a ligação à rede elétrica.

Canalizações e Sistemas Hidráulicos: instalação das tubagens de água fria e quente; dos sistemas de esgoto e drenagem; de torneiras, chuveiros, banheiras e outros dispositivos de canalização.

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Acabamentos Interiores: revestimento interno das paredes, como estuque, reboco ou placas de gesso cartonado (pladur). Inclui também a Instalação de pavimentos, como azulejos, cerâmica, madeira ou piso flutuante e a pintura das paredes e tetos.

Acabamentos Exteriores: aplicação de revestimentos exteriores, como estuque, pintura, azulejos ou pedra. Passa também pela construção de passeios, pátios, muros ou vedações.

Carpintaria: instalação de portas interiores, roupeiros embutidos e móveis de cozinha. Inclui ainda a construção e instalação de escadas e rodapés.

Isolamento e Ventilação: instalação de isolamento térmico e acústico nas paredes, tetos e pavimentos, mas também a instalação de sistemas de ventilação, como ventoinhas e extratores.

6. Vistoria, Licença e alvará de Utilização

Depois da vistoria, é à Câmara Municipal que compete a emissão da licença de utilização do imóvel. É obrigatória, para que o imóvel possa ser utilizado para a finalidade pretendida, seja habitação, comércio, indústria ou serviços.

Em média, nesta fase final, pode gastar cerca de 250 euros.

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