A clonagem de cartões bancários é um crime silencioso que pode passar despercebido, mas existem formas eficazes de se proteger.
Descubra os cuidados indispensáveis para evitar que o seu cartão seja clonado e saiba o que fazer se detetar movimentos suspeitos na sua conta.
Este tipo de fraude utiliza tecnologia sofisticada para copiar os dados do cartão sem que a vítima perceba. Normalmente, os criminosos recorrem a dispositivos instalados em caixas multibanco ou terminais de pagamento, capazes de capturar as informações do cartão.
Proteja-se hoje mesmo. Siga as melhores práticas de segurança e mantenha-se atento para garantir que o seu dinheiro está sempre seguro.
Como funciona a clonagem de cartão?
Já com acesso ao PIN e ao número de cartão, é feita uma cópia dessa informação. Dados a usar em operações bancárias ilícitas que, se não forem detetadas a tempo, e imediatamente comunicadas, podem levar à rutura da sua conta bancária.
As notícias sobre a clonagem de cartões são frequentes e continuam a acontecer, cada vez com maior sofiticação. De acordo com o Report on Payment Systems do Banco de Portugal 2024, em finais do ano passado, existiam 30 milhões de cartões de pagamento ativos. Cada português possuia dois cartões, e fez uma média anual de 395 pagamentos a esmagadora maioria com tecnologia contactless.
O volume de registos de fraude mantinha-se abaixo da média europeia mas só em 2024, a PSP registou 2 802 ocorrências por abuso de cartão, quase o dobro daquelas já acompanhadas pela Policia Judiciária.
Os bancos estão atentos e, muitas vezes, são as próprias entidades bancárias a alertar os clientes de comportamentos pouco frequentes e que podem indicar que o cartão foi clonado.
As medidas de segurança relativas aos ATM e aos terminais de pagamento automático também são regularmente reforçadas, mas os utilizadores de cartões são uma parte fundamental para ajudar a travar este tipo de crime.
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Cuidados a ter para que o seu cartão não seja clonado
Zelar pela segurança do seu cartão é, acima de tudo, um dever que assumiu quando subscreveu o serviço. Entre os deveres dos titulares dos cartões bancários estão, não só tomar todas as medidas razoáveis para a segurança do cartão e códigos de acesso, mas também a comunicação em caso de extravio, roubo, furto, apropriação abusiva ou qualquer utilização não autorizada.
Cuidados com os códigos
O primeiro cuidado a ter, logo que recebe o cartão, é destruir o PIN.
Caso tenha medo de se esquecer, pode, por exemplo, memorizá-lo como um número de telemóvel na sua agenda telefónica, mas acrescentando sempre alguns algarismos, para que se pareça com um número real.
Se quiser guardar o envelope com o PIN escolha um local seguro, que nunca poderá ser junto ao próprio cartão.
O código nunca deve ser revelado a terceiros, nem inserido em mensagens ou links enviados por e-mail. Telefonemas em que lhe são pedidos os dados relativos ao seu cartão são certamente uma tentativa de fraude.
Não ceda essas informações a terceiros e contacte o seu Banco para que este possa tomar as medidas necessárias.
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Caixas multibanco e TPA
A utilização do cartão bancário é um gesto tão rotineiro que, muitas vezes, o fazemos enquanto falamos ao telefone ou conversamos com alguém. Nessa altura, não prestando muita atenção aos equipamentos ou ao que se passa à nossa volta.
Um dos cuidados a ter para que o seu cartão não seja clonado é ver se a caixa multibanco ou o terminal de pagamento têm um aspeto normal ou se estão danificados. Esteja atento sobretudo à ranhura onde insere o cartão.
É justamente neste ponto que são colocados os dispositivos que fazem a clonagem. Por isso, se achar que algo não está bem, procure outro local ou encontre outra forma de pagar.
Se inserir o cartão e este ficar retido, pode estar a ser vítima de uma tentativa de fraude. Um dos métodos para clonagem é manipular o equipamento para que este impeça a saída do cartão, que será depois recolhido para utilização indevida.
Caso desconfie que pode ser esse o caso, não aceite a ajuda de desconhecidos e comunique imediatamente ao seu Banco.
Nos pagamentos, contactless ou não, nunca perca o seu cartão de vista. Tenha o cuidado de verificar a soma que lhe é cobrada e não repita a operação se não houver registo de que a operação foi inválida. Peça sempre o comprovativo de pagamento.
Tome Nota:
Uma dica passa por evitar as caixas multibanco que estão na rua e preferir, por exemplo, as que estão no interior das agências ou em locais mais movimentados e seguros, como centros comerciais.
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Ao usar o cartão
Outra das técnicas usadas para clonar cartões é levá-los para longe da vista do cliente, para que os dados sejam copiados.
Quando estiver a pagar, não perca o cartão de vista. Confirme sempre que o valor no ecrã corresponde ao que vai pagar e exija os recibos de todas as transações efetuadas.
O seu cartão também não deve ser deixado em casacos ou malas que estejam em locais públicos sem vigilância.
Se usar o multibanco, nunca deixe os talões na máquina ou abandonados junto ao terminal. Rasgue-os e repita este procedimento com todos os documentos que tenham informações relacionadas com as suas contas bancárias.
Acompanhe regularmente a atividade da sua conta e analise todos os recibos e extratos. Se detetar algum movimento suspeito, deve entrar imediatamente em contacto com o seu Banco.
Tome Nota:
Destrua todos os documentos que possam ter informação sobre a sua conta bancária e sobre os seus movimentos, nomeadamente os talões do multibanco.
Cartões inutilizados
Se o seu cartão está bloqueado, estragado ou fora de validade, não o guarde em casa ou na carteira. Corte-o em vários pedaços, inutilizando completamente a banda magnética ou o chip. Não coloque todos os pedaços no mesmo local. Por exemplo, deite uns no lixo em casa, outros no emprego ou noutros locais. Lembre-se que a Caixa tem um Programa de reciclagem de cartões inutilizados que permite destrui-los em total segurança e sem danos para o ambiente.
Transações online
Mantêm-se as recomendações quanto ao perigo de ceder os seus dados bancários a terceiros.
Utilize páginas seguras (com a indicação https: e o símbolo de um cadeado), não abra links suspeitos, mantenha os seus dispositivos eletrónicos protegidos com um antivírus e informe-se sobre a fiabilidade dos sites onde pretende fazer compras. Mantenha-se a par das últimas recomendações de segurança online.
Use alternativas que possam dar-lhe maior controlo sobre os seus pagamentos – nomeadamente com o recurso a cartões pré-pagos. Lembre-se ainda da possibilidade de ter um cartão virtual.
O que fazer se o seu cartão foi clonado
Se o seu cartão foi roubado, perdido ou extraviado, deve entrar imediatamente em contacto com o seu Banco, para que sejam tomadas as medidas necessárias e se proceda ao cancelamento.
É importante ter consigo o número de cartão, que pode encontrar no contrato de adesão ou nos extratos bancários.
Este contacto praticamente imediato é importante por duas razões. Por um lado, evita que sejam realizadas mais operações fraudulentas com recurso ao seu cartão.
Por outro lado, porque, depois de ter alertado o seu Banco, não pode ser responsabilizado pelas operações que venham a ser realizadas de forma fraudulenta.
Se o cartão já tiver sido usado, e se não tiver existido, da sua parte, negligência ou incumprimento das suas obrigações, só terá de suportar as perdas dentro do limite do saldo disponível ou da linha de crédito associada à conta ou ao cartão, até ao máximo de 50 euros.
No entanto, se não respeitar as condições de utilização do cartão ou se não comunicar o seu extravio ou utilização fraudulenta, terá de pagar todos os valores das operações de pagamento não autorizadas.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Além das recomendações em caso de movimentos suspeitos, perda ou de fraude consumada, a CGD ajuda-o a ajustar os seus meios de pagamento às suas reais necessidades, objectivos e perfil de utilização.
Esclareça a suas dúvidas sobre este tema no Portal do Banco de Portugale ainda na sua página de alertas sobre fraude com cartões.
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A informação deste artigo não constitui qualquer recomendação, nem dispensa a consulta necessária de entidades oficiais e legais.
