Alojamento para Estudantes

Entrei na universidade: onde procuro alojamento para estudantes?

Formação e Tecnologia

Entrar na Universidade implica mudar de terra e procurar alojamento. Apesar de todas as dificuldades, existem alternativas. 18-09-2020

Para muitos jovens, entrar no ensino superior significa mudar de casa. Saiba como e onde procurar alojamento para estudantes. Uma das opções para alunos de menores recursos pode ser a inscrição em programas de alojamento com a missão dupla de fazer companhia a pessoas mais idosas.

Estão a decorrer as admissões ao ensino superior e, em breve, muitos serão os universitários que vão ter de mudar de cidade e começar uma nova experiência de vida. Além dos desafios associados a esta nova fase, um marco importante na transição para a vida adulta, muitos têm ainda pela frente a missão de procurar alojamento para estudantes. Mas, por onde começar? Que alternativas de alojamento existem e quais os apoios a que podem recorrer?

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Onde procurar alojamento para estudantes?

Se vai iniciar o ensino superior numa outra cidade, é importante que comece a procurar casa o quanto antes.

A internet é, sem dúvida, um bom ponto de partida para começar a pesquisar ofertas de arrendamento. Através dos anúncios online - antes mesmo da mudança de cidade -, pode ficar a conhecer os valores praticados no mercado imobiliário, pesquisar as tipologias e localizações que estão de acordo com o seu orçamento, comparar os preços e as condições e, assim, tomar uma decisão mais acertada. Existem várias plataformas e sites que podem ajudar nesta missão. Aos portais imobiliários, juntam-se opções mais dirigidas às residências para estudantes. Por exemplo:

  1. Casa SAPO
  2. Uniplaces
  3. Alojamento Universitário
  4. BQuarto

 

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Que alternativas de alojamento existem?

Na procura de alojamento para estudantes, há sempre que fazer contas e ajustar a pesquisa ao orçamento disponível.

Para quem dispõe de um orçamento menos folgado, a solução mais em conta e prática passa por arrendar um quarto ou mesmo partilhar um pequeno apartamento com colegas ou com outros estudantes que também estejam a procurar casa.

Importa, contudo, não esquecer que a cidade onde se vai fixar e a distância do domicílio à universidade são fatores que podem fazer variar muito os preços. Por exemplo, Lisboa, Porto e Coimbra (por esta ordem) são cidades onde os preços serão sempre mais elevados. Da mesma maneira, um quarto situado mais próximo da faculdade será, à partida, mais caro. Se for mais afastado, poderá ser mais barato, mas, neste caso, há que ter em conta outras despesas, como o preço a pagar pelos transportes.

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Além daquelas opções, há outras alternativas de alojamento que pode incluir na sua pesquisa, nomeadamente:

 

1. Residências de estudantes privadas

Na capital, há uma série de residências de estudantes privadas que oferecem quartos e apartamentos com condições acima da média, mas a preços superiores aos praticados no mercado. Alguns exemplos são:

  1. Inlife
  2. LivinLisbon
  3. Lisbon Rooms
  4. ChaletJulia
  5. Collegiate

 

Em Lisboa e no Porto, vale a pena considerar a SPRU Residências Universitárias, que tem oferta de quartos e estúdios, individuais ou duplos, e apartamentos T0 para duas pessoas; e a Residência Universitária COFRE, do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado, que acolhe estudantes, desde que sejam associados.

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Este ano o alojamento aumenta?

O Governo já divulgou o reforço do parque disponível para alojamento universitário. A medida tenta responder às restrições sanitárias que obrigaram a uma quebra no número de camas disponíveis pelas tradicionais residências universitárias. Ainda em inicio de agosto, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) falava de um acordo global com hostels, entidades de alojamento local assim como pousadas da juventude para este reforço.

Uma articulação que incluía organizações ligadas à Igreja Católica. Mais recentemente, o MCTES veio dar conta de acordos efetivos de parceria com entidades de alojamento local, hotéis e pousadas da juventude que prometem robustecer a oferta de alojamento em cerca de 4500 camas. Pode obter uma visão antecipada sobre os valores médio por localidade assim como disponibilidades locais, aceda ao Observatório Digital do Alojamento Estudantil.

2. Alojamento universitário solidário

Uma alternativa de alojamento para estudantes - menos conhecida - é a possibilidade de partilhar casa com um idoso.

Porto, Coimbra e Évora têm projetos próprios criados com a dupla missão de alojar estudantes com carências económicas e, ao mesmo tempo, combater a solidão da população idosa em bairros históricos destas cidades.

Além da vertente solidária inerente a este tipo de programas, a grande vantagem para os estudantes é que podem obter residência naquelas casas a custo zero.

No Porto, o Programa Aconchego, aceita inscrições de estudantes entre os 18 e os 35 anos, que não residam no concelho. Em Coimbra, o Projeto Lado-a-Lado também promove esta forma de alojamento alternativo, tal como o Projeto Laços para a Vida, em Évora.

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3. Repúblicas estudantis

Associadas à tradição académica de Coimbra, as repúblicas estudantis também são boas opções a ter em consideração na procura de alojamento. Existem 28 repúblicas em Coimbra e os preços praticados são bastante em conta.

Na página de Facebook da Associação de Repúblicas de Coimbra, encontrará toda a informação sobre cada uma das repúblicas.

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4. Residências de estudantes

As residências de estudantes são espaços geridos pelas instituições de ensino superior e os preços são, por norma, muito vantajosos. As vagas são, prioritariamente, direcionadas a alunos bolseiros e a estudantes provenientes de intercâmbios.

A candidatura é dirigida aos Serviços de Ação Social (SAS) da universidade e, para os estudantes que ingressam no primeiro ano, só pode ser apresentada após o período das matrículas.

 

Check list para arrendar um alojamento

  1. Estipule um valor máximo que pode pagar pelo arrendamento;
  2. Se pretende partilhar a casa, defina critérios, como por exemplo, o número máximo de moradores e o perfil, se quer ter uma casa de banho privativa, entre outros;
  3. Defina a localização, tendo em vista os custos de transporte, o tempo para se deslocar e toda a logística associada. Se colocar as contas no papel, pagar um pouco a mais pela renda para viver perto da faculdade pode ser vantajoso;
  4. Ao entrar em contato com os arrendatários, informe-se sobre todas as condições do imóvel, inclusive se já tem moradores para ficar a conhecer o perfil;
  5. Evite fazer o contrato sem antes visitar o imóvel;
  6. Exija um contrato de arrendamento. Só assim poderá deduzir as despesas em sede de IRS;
  7. Prepare um inventário de entrada da casa e dos móveis, descrevendo todas as condições do imóvel, inclusive documentando com fotos;
  8. Caso o alojamento seja partilhado, tente definir regras antecipas de habitação com os demais colegas para uma convivência pacífica;
  9. Certifique-se de que o senhorio emite os recibos de renda eletrónicos mensais.

Tome Nota:

Já depois desta edição deste texto, a Direção Geral do Ensino Superior atualizou este valores conforme o novo Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior. De acordo com Despacho mais recente, prevê-se um reforço dos apoios de alojamento a estudantes bolseiros, nomeadamente com as seguintes atribuições:

1. Complemento de alojamento fora de residência dos serviços de ação social aumenta para 219€ (equivalente a 50% do indexante de apoios sociais);

2. Majoração do Alojamento para alunos deslocados em locais, onde os custo possam situa-se acima da média nacional. Para Lisboa passa a ser de 65% do IAS; para o Porto de 60% e para o Funchal de 55%.

 

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Quais os modelos de apoio existentes?

Aos estudantes universitários que estejam num contexto de mobilidade, nomeadamente como candidatos a instituições de ensino superior de regiões do país com menor procura e pressão demográfica, aconselhamos a leitura do Regulamento do Programa+ Superior para o ano letivo de 2020-2021.

As bolsas de mobilidade afetas ao Programa +Superior têm o valor anual de 1700 euros e destinam-se a estudantes quer dos ciclos de estudos de licenciatura, quer dos ciclos de estudos integrados de mestrado, ministrados nas instituições de ensino superior públicas.

Para os estudantes que ingressaram em Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), ou através do concurso especial para os titulares de maiores de 23 anos, a bolsa de mobilidade é majorada em 15%.

As candidaturas a estas bolsas de mobilidade estão a decorrer e o prazo para se candidatar termina a 15 de novembro de 2020.

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Ultrapassar etapas na vida implica mudanças complexas. A Caixa tenta acompanhar cada uma destas etapas com soluções à medida de cada uma delas, nomeadamente o ingresso na universidade.

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A que apoios posso recorrer?

O Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, devidamente enquadrado pelo Despacho n.º 5404/2017, de 21 de junho prevê que os estudantes bolseiros deslocados têm prioridade absoluta na concessão de alojamento nas residências de estudantes. Além disso, prevê um complemento de alojamento nas seguintes condições:

  1. Alojamento em residências dos SAS: se concedido alojamento em residência, os estudantes bolseiros deslocados beneficiam de um complemento mensal igual ao valor base mensal efetivamente pago pelos bolseiros nas residências, até ao limite de 17,5% do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) que, em 2020, é de 438,81 euros;
  2. Alojamento fora das residências dos SAS: se, tendo requerido a atribuição de alojamento em residência, não o tenham obtido, beneficiam de um complemento igual ao valor do encargo efetivamente pago pelo alojamento (comprovado por recibo), até ao limite de 30% do IAS;
  3. Caso o estudante recuse alojamento em residência de SAS, não pode beneficiar de complemento de alojamento;
  4. Os estudantes bolseiros deslocados têm prioridade absoluta na concessão de alojamento em residência SAS;
  5. Podem beneficiar de um mês adicional do complemento quando, através de comprovativo emitido pelos serviços competentes da instituição em que se encontram matriculados e inscritos, façam prova de terem realizado, ou estarem a realizar, atos académicos que envolvam a manutenção da sua situação de deslocados (provas de avaliação ou estágio já depois do final do ano letivo, por exemplo).

 

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Fiscalidade: o alojamento dos estudantes no IRS

Seja qual for a alternativa de alojamento que escolher, é importante que exija sempre contrato de arrendamento e recibos de renda eletrónicos mensais. Só assim poderá deduzir as despesas associadas ao alojamento em sede de IRS.

Note que o valor máximo dedutível com as rendas de imóveis ou quartos é de 300 euros anuais, sendo que, para efeitos de IRS, estas despesas são consideradas como despesas de educação. Para que estas despesas sejam dedutíveis, os estudantes não podem ter mais do que 25 anos e têm de estudar a mais de 50 quilómetros da residência permanente do agregado familiar.

Importa, contudo, não esquecer que o limite máximo total de todas as despesas de educação é de 800 euros, e que a percentagem a ter em conta é de 30%. Se ao juntar o valor gasto em rendas com as restantes despesas de educação e formação, o valor exceder os 800 euros do limite global, é possível aumentar a dedução em 200 euros, até ao máximo de 1 000 euros.

Vejamos um exemplo:

O João vai estudar na Universidade do Porto e arrendou um quarto perto da faculdade por 275 euros mensais. A habitação própria e permanente do seu agregado familiar é em Aveiro. O João terá, assim, uma despesa total anual relacionada com rendas imóveis de 3300 euros.

  1. 275 euros x 12 meses = 3 300 euros

Mas, como referido, apenas 30% de cada despesa de educação entra no IRS. Deste modo, neste caso em particular, só 990 euros contarão para a declaração.

  1.  3 300 euros x 30% = 990 euros

Destes 990 euros, a Autoridade Tributária vai considerar o máximo de 300 euros (incluídos no teto dos 800 euros relacionados com as despesas de educação). Se o João já tiver 800 euros de despesas de educação (com propinas, livros, material escolar, por exemplo), o limite máximo a deduzir passa dos 800 euros para os 1000 euros. A dedução máxima relativa às rendas passaria para 200 euros.

 

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