Se tem um crédito já terá ouvido falar da Euribor. Mas sabe o que é e como se reflete na sua vida financeira?
A Euribor surge associada à concessão de crédito. Se a Euribor sobe, a prestação da casa aumenta. Mas, afinal, qual a relação entre estas duas entidades? O que é a Euribor e porque é tão importante na vida financeira de tantas pessoas?
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Euribor: afinal, para que serve?
Euribor é a forma abreviada de European Interbank Offered Rate. É uma taxa de referência baseada na média dos juros praticados por um conjunto de bancos da zona euro, nos empréstimos que fazem entre si, num determinado prazo.
Tal como as famílias e as empresas, também os bancos têm necessidade de financiamento e tem de existir uma taxa de juro também para esses empréstimos.
O valor é definido diariamente pela Federação Europeia de Bancos e diz respeito a vários prazos, uma semana, um mês, três meses seis meses e 12 meses.
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O cálculo é feito a partir da média das taxas de juro de 52 bancos europeus, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, único representante nacional neste grupo. Para se chegar ao valor da Euribor excluem-se 15% das taxas mais altas e 15% das mais baixas.
A Euribor nasceu a 1 de janeiro de 1999, no mesmo dia em que surgiu o Euro, e desde essa altura é usada como referência em vários produtos financeiros. Além do crédito habitação, também serve como referência nos instrumentos de taxa de juro (obrigações e derivados).
Os seus efeitos abrangem igualmente as taxas a aplicar em alguns instrumentos de poupança, como as contas poupança ou os certificados do tesouro.
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Como influencia a nossa carteira
Se tem um crédito habitação com taxa variável, é certo que sente o impacte da Euribor na prestação que paga.
A taxa de juro que lhe é cobrada pelo Banco resulta da soma de duas componentes, a Euribor (a três, seis ou 12 meses) e o spread (margem de lucro do Banco).
Enquanto o valor do spread se mantém geralmente estável ao longo do contrato, a menos que ocorra uma renegociação, o da Euribor é revisto no prazo definido no contrato. Isto é, trimestralmente, semestralmente ou anualmente e mantém-se fixo no período subsequente. Por exemplo, nos contratos com Euribor a seis meses, o valor dessa taxa só pode ser revisto de seis em seis meses.
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No final deste período de três, seis ou 12 meses, é definido o valor da Euribor para a prestação que irá vigorar nos meses seguintes. É calculado com base na média aritmética simples das taxas que vigoraram diariamente no mês anterior. O valor tem de ser obrigatoriamente arredondado à milésima.
Ou seja, refletindo a tendência da Euribor, a taxa de juro do seu crédito habitação pode subir ou descer. Atualmente, como as taxas de juros praticadas nos empréstimos entre bancos têm estado excecionalmente baixas ou negativas, a Euribor tem estado também com valores negativos.
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Esta situação tem mantido as taxas de juro dos créditos habitação em valores baixos, mas tenha atenção. Num cenário de subida, a situação pode alterar-se. Se a Euribor subir, a sua prestação mensal irá também aumentar.
Tenha, portanto, este cenário em conta quando estiver a negociar o seu crédito à habitação e mantenha uma margem de segurança no seu orçamento.
Tome Nota:
O Instituto Europeu dos Mercados Monetários (EMMI) é a entidade administradora da Euribor. No site desta entidade pode acompanhar a evolução desta taxa.
Evolução e tendência atual
Embora não seja o Banco Central Europeu (BCE) a determinar o valor da Euribor, as flutuações deste indicador dependem bastante das políticas económicas a nível europeu.
Num contexto de crise, como o atual, a tendência é manter as taxas de juro baixas, para facilitar o acesso ao financiamento por parte de instituições bancárias, empresas e famílias. Assim, é previsível que a Euribor se mantenha em valores baixos. Em cenários de crescimento económico, tende a subir.
Um bom exemplo foi o que sucedeu na crise financeira, iniciada em 2007 e que se agravou em 2008. Consultando a Pordata, confirmamos que, em 2007, a Euribor a três meses atingiu 4,68% e registou uma queda abrupta até 2009, quando atingiu 0,7%.
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