Fundo de Recuperação Europeu

As novidades e dificuldades do Conselho Europeu

Leis e Impostos

O último Conselho Europeu conseguiu aprovar o fundo de recuperação por que Portugal e os seus parceiros aguardam. E a seguir? 05-08-2020

O último Conselho Europeu conseguiu aprovar o Fundo de recuperação que promete dar um impulso económico decisivo quer para Portugal, quer para os nossos parceiros. Saiba o que se passa.

Tratou-se de um momento determinante tanto para nós, portugueses, como para História da União Europeia. Uma verdadeira novidade quer na forma e nos procedimentos quer nos resultados que se conseguiram obter. Conheça aqui as sete novidades que destacamos para entender a importância deste Conselho Europeu.

 

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As cinco novidades...

O que fez este Conselho Europeu?

Basicamente, conseguiu um acordo entre todos os Estados-membro à volta do volume de apoios canalizados para o Fundo Europeu de Recuperação. Uma grande conquista dado os montantes em causa assim como as enormes disparidades entre países.

 

Qual foi o volume de dinheiro que aprovou?

O fundo de recuperação obteve um montante muito próximo do inicialmente previsto, ou seja 750 mil milhões, com algumas nuances à partição prevista antecipadamente entre subvenções e empréstimos. Além deste fundo de recuperação, este envelope agrega os fundos do quadro financeiro plurianual e ainda os apoios do Eurogrupo. Quase dois biliões e uma total novidade.

 

Qual foi a sua duração?

A extensão de tempo exigida para se conciliar todos os interesses em cima desta mesa europeia foi também inédita. Ao todo, foram cinco dias de trabalhos intensivos, quase sem paralelo. 

 

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Como se pode financiar o Fundo de Recuperação?

Este fundo de recuperação deverá assentar em volumes de dinheiro que a Europa vai buscar ao mercado. Mas não só, é que para isso há que haver garantias que a própria União terá que salvaguardar com recurso por exemplo, a taxas e impostos a aplicar a atividade transfronteiriça. Fala-se de impostos a aplicar ao Ambiente e às Tecnologias. Outra novidade, portanto.

 

Qual a importância deste financiamento?

Esta fonte de financiamento permite reduzir a dependência europeia da contribuição dos Estados-membro. Uma abordagem nova e que pode abrir portas a uma política fiscal comum. Mais uma grande, e decisiva, novidade na História europeia.

 

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E as três dificuldades…

O que pode vir a acontecer por causa disso?

A possibilidade de se lançar mão a estas fontes de financiamento extraordinárias, nomeadamente com o lançamento de impostos, carece do crivo e aprovação dos parlamentos nacionais num processo complexo e demorado. Isto traz algumas incertezas sobre quendo e de que maneira este plano europeu pode concretizar-se.

 

A decisão da Comissão Europeia é autónoma e suficiente?

Não. Como acaba de se confirmar, além da aprovação do parlamento europeu (que já fez saber de um conjunto de objeções, nomeadamente no que diz respeito a alguns cortes no quadro financeiro de apoio) este plano ainda deve ainda passar pelo crivo dos parlamentos nacionais. Num total de 41 entidades.

 

Esta decisão afastou a lógica de rebate a que alguns os países estão habituados?

Não. Efetivamente, neste ponto a novidade não foi muita. Os países que mais contribuem mantém os seus mecanismos de compensação. Ou seja, continuam ser entregues cheques de compensação financeira a alguns Estados-membro numa tentativa de aliviar a sua participação no orçamento europeu. Um mecanismo de capaz de manter alguma descompensação.

 

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