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O alojamento universitário passou a ser um problema para muitos estudantes que tendo conseguido êxito nas metas académicas e chegar à universidade, têm de abandonar este sonho por falta de meios para pagar o seu alojamento.
De acordo com o Índice de Preços de Alojamento Estudantil, publicado pelo Observatório do Alojamento Estudantil em dezembro 2022, o preço médio por quarto em Portugal atingia 340 euros, uma tendência de subida desde o início do ano na casa dos 24,8%.
A disponibilidade de camas permanece aquém do nível de procura.
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É que estamos a atingir números record de estudantes a entrar no ensino superior, muito deles deslocados, e isso implicou um contexto de grave dificuldades na identificação de alojamento.
O Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior prevê a meta de 15 mil camas para estudantes até 2026.
Até lá, preparamos este kit de cinco ferramentas básicas para dar uma ajuda a quem mantém os seus esforços de pesquisa por alojamento académico.
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As 5 ferramentas para encontrar alojamento universitário
1. Comece a pesquisar opções com antecedência
Este exercício pode valer-lhe uma vantagem importante na altura em que se confirmar ter conseguido vaga na universidade. Os locais a que se candidata devem naturalmente orientar esta pesquisa.
Mesmo com o risco de identificar oportunidades interessantes nos locais onde acabará por não ficar colocado, se começar esta pesquisa com a devida antecedência, estará muito mais orientado no exato momento em que é premente uma solução.
São diversos os canais onde pode procurar. Nomeadamente os canais digitais, por exemplo, sites, redes sociais e plataformas dedicadas ao alojamento universitário, por telefone, ou com contactos e divulgação locais (por exemplo, nas lojas de comércio ou nas associações de estudantes das academias onde vai estudar.
Caso o objetivo passe por partilhar um apartamento com amigos ou conhecidos, vale a pena recorrer a uma imobiliária que garanta um contrato de arrendamento.
Tome Nota:
Nunca deixe de visitar os locais antes de contratar o seu alojamento. Alugar um apartamento, mesmo que partilhado ou um quarto numa residência deve necessariamente passar por um conjunto de cuidados. As visitas são essenciais para despistar se cada proposta corresponde ao que precisa.
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2. Apostar nos meios digitais
Pare, escute, e olhe. Existem múltiplas plataformas a que pode recorrer para esta pesquisa inicial e que podem orientar a identificar soluções sem no entanto as esgotar.
Trata-se de um canal importante mas deve ser sempre complementado por visitas locais e uma procura mais próxima com contatos diretos nas cidades onde pode vir a ser colocado para prosseguir os estudos universitários.
Avance para visitas exploratórias onde antecipará oportunidades viáveis para cada limite orçamental. Eis algumas plataformas a que pode recorrer:
Tome Nota:
A cidade do Porto tem em curso o programa Aconchego que parte de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Federação Académica. Na prática permite que os estudantes possam alojar-se em casas de pessoas idosas com possibilidade de as acolher. Um apoio intergeracional com grande potencial para ser replicado noutras localidades. Procure por soluções deste tipo na cidade onde vai estudar.
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3. Aproveitar todos os apoios
As candidaturas a bolsas de estudo e a bolsas de mérito assim como à rede de residências universitárias deve ser a primeira abordagem para quem se vê confrontado com a procura de alojamento na Universidade.
Procure saber os apoios oficiais atribuídos pela DGES assim como os critérios para sua atribuição. Note que existem inúmeras entidades privadas que também atribuem bolsas capazes de aliviar bastante o orçamento para estudar. Por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos e outras empresas atribuem-nas.
É fundamental procurar essa informação em fontes oficiais como a Direção Geral de Ensino Superior (DGES). Caso não lhe seja possível aceder às residências universitárias, lembre-se que pode, pelo menos, aceder ao apoio financeiro capaz de complementar as despesas que vier a ter que pagar com o alojamento.
Tome Nota:
Existe ainda a possibilidade de se recorrer à rede de Pousadas de Juventude gerida pela Movijovem. Das 48 a funcionar, 18 já fazem parte do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. Os preços variam entre 200 e 285 euros mensais para contratos de um ano.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Dar o passo universitário é também o primeiro passo para começar a caminhar na conquista de uma carreira. Consolidar este início de trajeto envolve cuidados adicionais como por exemplo gerir a vida financeira e bancária.
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4. Alojamento e rendimento
Estudar longe de casa agrava em muito o nível de despesas mensais. Mas existem sempre maneiras de contrariar ou minimizar este efeito no equilíbrio financeiro.
É que se a balança pende mais para o lado das despesas, há que contrariar do lado do rendimento. E isto consegue-se com boas ideias mas também com boa gestão de tempo. Tente fazer um plano para poder incluir um part time compatível com a carga académica.
Lembre-se que o sonho comanda vida e para isso é importante recorrer à força da vontade. A sua vontade de ultrapassar as dificuldades que encontrar.
Que despesas de alojamento pode deduzir no IRS?
O limite da dedução como alojamento em sede de IRS pode chegar a 300 euros anuais para estudantes com mais de 25 anos. Isto desde que matriculados em estabelecimentos de ensino reconhecidos pelo Ministério da Educação e a mais de 50 quilómetros do local de residência. No entanto, a dedução global com despesas de educação, desde que inclua faturas com alojamento, pode atingir mil euros anuais. Atenção que a fatura-recibo deve estar associada ao setor Educação. Os estudantes devem registar-se como estudante deslocado no portal das finanças na área e-arrendamento, opção Registar Estudante Deslocado. Sem que isso fique garantido a cada ano lectivo, a despesa não será incluída automaticamente.
Tome Nota:
Pode ainda contar com o apoio adicional para estudantes bolseiros ou deslocados de agregados familiares com baixos rendimentos, nomeadamente com o salário mínimo. Em 2023, o apoio financeiro pode chegar a 55% do IAS, 264,24 euros mensais ou mais, caso falemos de alojamentos em zonas centrais como Lisboa, Cascais ou Oeiras. Saiba mais detalhes no despacho que oficializa estes apoios.
5. Criar uma poupança para quando chegar o momento
A preocupação de ter um plano a prazo é fundamental. Não basta começar uns meses antes. Se as dificuldades apertarem é fundamental que não o impeçam de prosseguir os seus estudos e concretizar os seus objetivos.
Para que tudo aconteça conforme esperado, comece a trabalhar para conseguir um fundo maneio para aplicar no momento do ingresso na faculdade. Faça este exercício de modo persistente, dedicado e com uma margem de tempo anterior ao arranque da época universitária.
Isso vai permitir-lhe ter um grau de autonomia considerável e ao mesmo tempo aliviar o orçamento familiar neste momento, por definição, mais penalizador.
Organize este fundo maneio de modo de modo a conseguir gerir a sua vida nos primeiros 6 a 12 meses, após chegada à Universidade. É uma margem razoável para se orientar no novo espeço e conseguir também organizar novas fontes de rendimento, nomeadamente com um part-time.
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