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Um esquema piramidal, ou seja uma proposta de investimento baseada em novas entradas de dinheiro que, mesmo sem qualquer ativo financeiro associado, comissiona novas entradas e destas depende para crescer e se sustentar é uma fraude.
Apesar dos inúmeros alertas, trata-se de um esquema que continua a atingir muitas pessoas ansiosas por obter os rendimentos milagrosos que lhe são prometidos mas que, não só não ocorrem como põem em risco poupanças de uma vida. Muitas vezes com a sua perda total.
Sendo propostas fraudulentas não estão contempladas pelas habituais salvaguardas que tanto a Banca como as entidade financeiras, autorizadas pelos reguladores, nomeadamente pelo Banco de Portugal.
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Em que consiste?
Trata-se de um expediente financeiro que cresce com base no número de pessoas que consegue angariar ou recrutar. A promessa é a possibilidade de receber altos rendimentos, muito acima dos obtidos pelas vias tradicionais no sistema financeiro oficial. Uma ideia que capta a atenção e o interesse de muitas bolsas.
No entanto sem qualquer ativo financeiro para alimentar a rendibilidade dos montantes que se investem, estes fundos acabam por resultar numa bolha financeira prestes a estoirar.
E é exatamente isso que acontece quando o volume de pessoas que entram nesta pirâmide financeira, ou seja o volume de novos fundos angariados, deixa de ser suficiente para pagar rendas prometidas a toda a cadeia.
Na prática, uma cadeia que se quebra assim que as entradas de dinheiro começam a estancar.
Habitualmente, este esquema é apresentado como uma oportunidade única de negócio e envolve os seus interlocutores com promessas infundamentadas de uma vida de luxo com altos rendimentos, independente e sem preocupações. Uma nova fonte de rendimentos extraordinária, livre de patrões e horários.
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Os 5 sinais de alerta
Para evitar cair neste conto do vigário, deve manter-se vigilante. O Banco de Portugal aconselha especial cuidado aos sinais com que estas propostas são apresentadas, o seu tom e a sua promessa, assim como à credibilidade da conversa dos seus interlocutores.
- Argumento e promessa: Desde logo, a promessa é de lucros fáceis, muitos rápidos e com pouco risco associado. Ou seja, um compromisso impossível de conseguir. O esforço de quem entra é também minimizado e o retorno, aparentemente, quase imediato, depende do volume de investimento inicial.
- Como aderir: O mecanismo é apresentado como muito fácil e passa pela subscrição de um produto financeiro ou serviço que na prática não existe. Ou, se existe, tem uma rendibilidade muito abaixo do prometido. É-lhe apresentado o pagamento de um montante com subscrição altamente disputada no mercado.
Tome Nota:
Evite subscrever produtos, propostas ou serviços que lhe seja apresentados ou vendidos por entidades pouco fiáveis. As suas poupanças são meios de conseguir um rendimento para o futuro mas há que saber aplicá-lo. Siga estes mandamentos para defender o seus investimentos.
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- Como funciona: A proposta passa pela entrega de um montante elevado por quem adere ao esquema que, por sua vez é convidado a recrutar mais investidores com base nos quais recebe o seu comissionamento. Basicamente, o que importa é recrutar cada vez mais gente porque nisso reside a solidez e continuidade do esquema
- Acolhimento e comunicação: Acontece habitualmente em grandes festas e iniciativas de convívio. O seu objetivo é criar um ambiente de sedução e envolvimento assim como de grande escala à volta deste projeto de negócio.
- Informação sobre a empresa: É sempre muito vaga e pouco consistente. Habitualmente falamos de entidades que nem sequer têm residência física mas que aparentem ser suportadas por grandes estruturas.
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Como deve gerir as poupanças
Poupar é um exercício a longo prazo mas que deve ser acompanhado por um exercício sério e rigoroso de aplicação de investimento. Sem isto, as poupanças não conseguem o retorno que podem alcançar e o seu objetivo de salvaguardar o futuro pode ficar gravemente comprometido.
Para que isso seja evitado, tente seguir um roteiro preciso de procedimentos com o foco e prudência necessários na defesa do seu património.
Desde logo, estabeleça objetivos de rendibilidade. Quer manter alguma liquidez ou não precisa que assim aconteça? Depois conheça-se a si próprio, qual o seu perfil de risco? Acha que lhe permite ganhar um pouco mais com o retorno das aplicações que subscrever?
Imponha-se critérios de exigência na avaliação das propostas, conheça o mercado e tente obter informação fundamentada e comparada entre as diversas opções. Procure aconselhamento em caso de necessidade.
Muito importante, diversifique sempre as suas aplicações. Nada de pôr todos os seus ovos de poupança no mesmo cesto. Deve saber garantir esse exercício ao longo do tempo.
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