Usa as redes sociais para falar com o seu Banco? Saiba os cuidados a ter para garantir que é mantido o sigilo bancário.
Sabia que o sigilo bancário se aplica também às redes sociais? Se utiliza estes canais para falar com o seu Banco, é importante conhecer quais são as informações que podem ou não ser transmitidas por esta via. Deve também saber que esta forma de comunicação nunca é usada para pedir dados pessoais ou de acesso às suas contas.
As redes sociais tornam mais simples a comunicação entre pessoas e destas com entidades como os Bancos. Ainda assim, devem ser usadas com cautela, sobretudo quando está em causa a privacidade ou a divulgação de dados que possam afetar a sua identidade e património financeiro.
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Isto é, ao contactar com o seu Banco através destes canais deve ter presente que não deve fornecer dados sensíveis, como números de conta ou códigos. E que, se o fizer, o Banco não pode prestar esclarecimentos relacionados com número de conta, saldos e movimentos de conta ou informações pessoais.
A lei é bastante clara e restringe o tipo de informações que podem ser partilhadas. Tudo para garantir a segurança dos Clientes.
O Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF) estabelece as condições de acesso e de exercício da atividade bancária. Estas normas abrangem também regras de conduta e relações com os clientes, o que inclui o sigilo bancário.
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O que é o sigilo bancário?
O chamado sigilo bancário abrange membros da administração ou fiscalização das instituições de crédito, seus colaboradores, mandatários, comissários e outras pessoas que lhes prestem serviços de forma permanente ou ocasional.
O dever de segredo, definido pelo artigo 78.º do RGICSF, tem como objetivo garantir a confidencialidade da informação bancária. Só assim é possível que os clientes possam confiar nas instituições de crédito e garantir a segurança do seu património.
Ao abrigo do sigilo bancário estes profissionais não podem revelar ou utilizar informações, obtidas no exercício das suas atividades, respeitantes à vida da instituição ou às relações desta com os seus Clientes.
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O segredo bancário abrange os nomes dos Clientes, contas de depósito e seus movimentos e outras operações bancárias. As informações relativas às contas bancárias só podem ser dadas se comprovar, perante o Banco, que é titular da mesma. O mesmo se aplica à execução de ordens bancárias.
Isto significa que estes dados, por serem sensíveis, não devem ser divulgados de qualquer forma, incluindo através das redes sociais. Até porque não existe forma de comprovar a entidade de quem as está a usar.
Mais, nas plataformas sociais, como é caso das páginas sociais do seu banco, por exemplo no facebook, nunca deve solicitar informação pessoal. E não a pode solicitar, desde logo, porque deve saber salvaguardar a confidencialidade dessa informação mas também, e sobretudo, porque o Banco nunca o poderá esclarecer. Está legalmente impedido de o fazer pelos motivos de sigilo que explicamos.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Os bancos têm deveres de sigilo e de segurança de dados dos seus clientes. Se contactar a Caixa nos perfis LinkedIn ou no Facebook não partilhe números de conta, contactos pessoais ou detalhes sobre os seus movimentos. Garanta-o exclusivamente num dos seus canais digitais ou numa agência CGD.
Nestes canais pode apenas obter esclarecimentos gerais sobre a oferta de produtos bancários ou tirar dúvidas sobre como constituir um depósito a prazo, por exemplo. Esclarecimentos que não necessitam da identificação de quem pergunta e na verdade implicam as soluções disponibilizados pelo banco. Não a sua situação financeira. Essa deve ser esclarecida por outras vias.
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Quais os riscos de usar as redes sociais para falar com o banco?
Tenha em conta que ao usar as redes sociais para falar com o seu Banco embora seja uma alternativa de comunicação imediata e fácil, pode igualmente fazê-lo correr alguns riscos se não tiver as cautelas adequadas. Por exemplo, ao fazer um comentário num post, identificando-se como cliente do banco, já está a expor informação pessoal a outros utilizadores da mesma rede. O que significa que essas informações podem ser usadas para fraudes, incluindo roubo de identidade ou até lavagem de dinheiro.
Pode, por exemplo, vir a ser contactado por alguém que diz ser funcionário do seu Banco e que lhe pode pedir dados pessoais usando a informação que viu numa rede social. E, ao obter esses dados, pode aceder à sua conta bancária ou fazer-se passar por si.
Por outro lado, ao abordar o seu Banco através das redes sociais esta instituição não tem como confirmar a sua identidade. E por isso, ao abrigo do dever de segredo, não pode facultar-lhe informações pessoais, como por exemplo o saldo da sua conta, e que estão protegidas por sigilo.
Tome Nota:
Lembre-se dos cuidados de confidencialidade na partilha de informação sobre a sua conta. As redes sociais, mesmo as páginas oficiais dos bancos, não são por isso a via adequada para estas dúvidas. Recorra antes aos meios à distância do seu banco. Nas redes sociais, pode solicitar informação sobre soluções do banco por exemplo; ou dar conta de qualquer ocorrência via mensagem privada, ainda que sem qualquer partilha de informação pessoal.
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Quando vai a uma agência, e antes de poder, por exemplo movimentar a conta ou pedir cartões, tem de se identificar com um documento. Ao aceder ao homebanking ou ao apoio telefónico é obrigado a confirmar a sua identidade através de códigos de acesso. Este tipo de validação não pode ser feito nas redes sociais.
Por isso, não deverá recorrer a este canal para resolver situações em que tenha de prestar informação privada.
Se o fizer, estará a revelar dados confidenciais que podem ser intercetados por terceiros e usados em fraudes.
Além disso, certamente que não conseguirá dar seguimento ao seu pedido. O Banco, por imposição legal, não pode resolver este tipo de questões fora de um ambiente de confidencialidade.
Por tudo isto e para se proteger, deve aceitar a sugestão de usar outras formas de comunicação.
Exemplos de fraude
Um cliente recebe chamadas telefónicas e mensagens via WhatsApp, supostamente em nome do Banco, em que é pedida uma foto do cartão matriz. Trata-se de um esquema em que, depois de obtidas as coordenadas e, por outras vias, outros dados, os infratores podem ter acesso à movimentação da sua conta bancária.
O Banco nunca solicita informação pessoal, como os dados do cartão matriz através de mensagens, SMS, chamadas ou e-mails. Lembre-se, nunca aceda ao seu homebanking através de links - mesmo que aparentemente remetam para a página oficial. Assegure-se que a sua entrada é feita na página oficial do banco com inicio de endereço https://.
Tenha cuidado com mensagens a pedir qualquer ação ou interação urgente. Não responda, não clique nos links nem abra anexos dessas mensagens.Vejaaquialgumas das tentativas de fraude já detetadas.
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Que alternativas existem?
Se quer falar com o seu Banco sem correr riscos, deve procurar fazê-lo de forma privada, pela vias que hoje em dia os canais à distância de homebanking já proporcionam, por telefone, internet ou app. No limite, desloque-se a uma agência mais próxima.
Recorde-se que se estiver numa plataforma social, como o facebook ou o Instagram, permite que a informação ali partilhada passe a ser pública. Ora, tudo o que menos precisa é que o seu número de conta, saldo bancário ou referências bancárias tenham este tipo de visibilidade. Use as plataformas para esclarecer dúvidas genéricas sobre o serviço do seu banco e solicitar.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Lembre-se que para resolver assuntos ligados à sua vida financeira e bancária, dispõe de vários canais que - mesmo à distância - garantem-lhe toda a segurança e confidencialidade na troca de dados, informação e na verificação da sua identidade.
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As 3 regras para proteger os seus códigos
Os dados de acesso ao homebanking, os PINS dos seus cartões ou passwords de acesso a aplicações bancárias devem ser protegidos. Se partilhar estes dados permitirá que outras pessoas acedam às suas contas. Há 3 regras importantes a respeitar:
- Não divulgue esses dados, mesmo a pessoas que se identifiquem como colaboradores do seu Banco;
- Não os escreva, porque podem ser consultados por terceiros;
- Não os envie por correio eletrónico (nem mesmo para si próprio).
Os 4 casos de que deve desconfiar
Confrontado com uma destas situações, não responda. Estas mensagens não são enviadas pelo seu Banco:
- Pedidos de informação pessoal ou confidencial através de mensagens de correio eletrónico e SMS;
- Solicitação do número de telemóvel para aceder aos serviços homebanking;
- E-mails, SMS ou outras mensagens eletrónicas a solicitar o download de aplicações;
- SMS com atualizações para o seu telemóvel ou Smartphone.
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