Ansiedade climática

Ansiedade climática: o que é e que efeitos tem na sua vida

Sustentabilidade

Sustentabilidade e proteção ambiental já fazem parte do vocabulário geral. Mas já ouviu falar de ansiedade climática? Saiba o que é. 24-03-2023

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

As alterações climáticas podem afetar a saúde física da população e a economia de um país. Mas, as consequências não ficam por aqui. Especialistas da Ordem dos Psicólogos referem que as alterações climáticas podem também afetar a saúde mental, chamando a atenção para o aparecimento da ansiedade climática.

Ainda que não seja considerada uma condição clínica, a ecoansiedade, outro nome para designar ansiedade climática, é o resultado de um medo crónico em relação ao futuro e à incerteza sobre as consequências ambientais. Afeta pessoas com maior consciência ambiental, sobretudo as mais jovens. De acordo com um estudo da Universidade de Bath, e num valor valor superior à média europeia, 81% dos jovens portugueses consideram o futuro assustador quando pensam nas alterações climáticas.

 

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Mas o que é a ansiedade climática?

A ansiedade climática é uma consequência direta da crescente consciencialização sobre a crise climática e do seu impacte nas nossas vidas. É a resposta emocional e psicológica às ameaças percebidas à volta das condições de vida e das incertezas em relação ao futuro.

O que sentem as pessoas com ansiedade climática

É normal ter preocupações ambientais mas, um sentimento de total impotência e falta de esperança em relação ao futuro pode provocar ecoansiedade que, por sua vez, pode trazer efeitos bastante negativos na saúde mental. Destacam-se sintomas de stress, de ansiedade, de depressão e outros, que incluem:

  • Raiva ou frustração em relação às pessoas que não reconhecem os efeitos das alterações climáticas ou às gerações mais velhas por não alterarem os seus hábitos;
  • Pensamento e disposição fatalista;
  • Pânico existencial;
  • Sentimento de culpa ou de vergonha relacionada com a sua própria pegada de carbono;
  • Luto e tristeza pela perda de ambientes naturais ou populações de animais selvagens;
  • Pensamentos obsessivos sobre o clima.

 

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Estes sentimentos podem ainda provocar alguns problemas secundários como alterações de sono e de apetite, dificuldade nas relações interpessoais e um bloqueio ou alheamento em relação a outras responsabilidades pessoais, profissionais ou académicas.

 

Tome Nota:
Aprovada em 2021, a Lei do Clima tem como objetivo atingir a neutralidade climática em 2050. Ao abrigo dos objetivos ali declarados, a Europa será o primeiro continente neutro em carbono.

 

O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
No âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, e do seu esforço em cumpri-la nas várias valências ali inscritas, a CGD foi distinguida - reconhecimento da exclusiva responsabilidade de quem o atribuiu - como uma das 400 empresas que lideram o combate às alterações climáticas, de acordo com o ranking Europe’s Climate Leaders 2022 desenvolvido pelo Financial Times, em parceria com a Statista.
Saiba Mais Aqui.

 

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Como lidar com a ansiedade climática

Apesar de poder ser um bloqueio, a ansiedade climática pode também motivar a ação. Nomeadamente, para exigir mudanças políticas ou a adoção de medidas de defesa e preservação ambiental, como seja por exemplo reduzir as emissões de carbono.

Mas se a ansiedade climática é caracterizada pela incerteza e perda de controlo, a melhor maneira de lidar este desafio é agir:

  • Mantenha-se informado, recorrendo a fontes de confiança;
  • Desligue, quando sentir que é necessário. O consumo de informação em quantidade exagerada pode causar stress;
  • Partilhe as suas preocupações e medos com amigos e outras pessoas de confiança, ou até em grupos de apoio;
  • Adote um estilo de vida mais amigo do ambiente, de modo a reduzir a sua pegada ecológica como, por exemplo, usar menos o carro ou investir num carro elétrico, reciclar, evitar o desperdício alimentar ou tomar duches menos demorados.
  • Avalie os seus hábitos de consumo e torne-se num consumidor mais consciente e sustentável;
  • Junte-se a organizações ou comunidades que procuram aumentar a consciencialização pública sobre as alterações climáticas. Pode ajudar a racionalizar sentimentos e a tomar medidas significativas;
  • Passe mais tempo em contacto com a natureza.

 

Consumo consciente e responsável
Consumo consciente visa a adoção de comportamentos responsáveis e sustentáveis na compra de bens e serviços, capazes de ter em conta as consequências do seu consumo, no ambienta mas também na economia e comunidade. Ligado ao consumo consciente e responsável está o conceito de economia circularque nasce da ideia de ciclo, repetição e regeneração.

 

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Quais as consequências das alterações climáticas na economia?

As alterações climáticas têm impacto significativo em diferentes setores da economia global.

Alguns exemplos registam-se na agricultura, onde o aumento de temperaturas, secas e inundações afetam a produção de alimentos e a produtividade. Também a produção de energia - renovável ou renovável pode ser afetada. Acontece por exemplo no caso das hidroelétricas. A poluição, o aumento das temperaturas e a ansiedade climática têm efeitos negativos na saúde das populações assim como das economias e do trabalho.

O desafio é grande e é fundamental que a sociedade em geral trabalhe em conjunto para o enfrentar.

 

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