Tempo estimado de leitura: 9 minutos
As alterações climáticas podem afetar a saúde física da população e a economia de um país. Mas, as consequências não ficam por aqui. Especialistas da Ordem dos Psicólogos referem que as alterações climáticas podem também afetar a saúde mental, chamando a atenção para o aparecimento da ansiedade climática.
Ainda que não seja considerada uma condição clínica, a ecoansiedade, outro nome para designar ansiedade climática, é o resultado de um medo crónico em relação ao futuro e à incerteza sobre as consequências ambientais. Afeta pessoas com maior consciência ambiental, sobretudo as mais jovens. De acordo com um estudo da Universidade de Bath, e num valor valor superior à média europeia, 81% dos jovens portugueses consideram o futuro assustador quando pensam nas alterações climáticas.
Leia também:
- Reservas da Biosfera e o desenvolvimento de uma economia sustentável
- Greenwashing: quando se quer parecer mais verde do que se é
- Saiba como denunciar crimes ambientais
Mas o que é a ansiedade climática?
A ansiedade climática é uma consequência direta da crescente consciencialização sobre a crise climática e do seu impacte nas nossas vidas. É a resposta emocional e psicológica às ameaças percebidas à volta das condições de vida e das incertezas em relação ao futuro.
O que sentem as pessoas com ansiedade climática
É normal ter preocupações ambientais mas, um sentimento de total impotência e falta de esperança em relação ao futuro pode provocar ecoansiedade que, por sua vez, pode trazer efeitos bastante negativos na saúde mental. Destacam-se sintomas de stress, de ansiedade, de depressão e outros, que incluem:
- Raiva ou frustração em relação às pessoas que não reconhecem os efeitos das alterações climáticas ou às gerações mais velhas por não alterarem os seus hábitos;
- Pensamento e disposição fatalista;
- Pânico existencial;
- Sentimento de culpa ou de vergonha relacionada com a sua própria pegada de carbono;
- Luto e tristeza pela perda de ambientes naturais ou populações de animais selvagens;
- Pensamentos obsessivos sobre o clima.
Leia também:
- É um consumidor muito ou pouco sustentável? Conheça o seu perfil
- Sobre-embalamento, já ouviu falar? Saiba o que fazer para reduzir
- Quais os principais indicadores ambientais a que Portugal está obrigado?
Estes sentimentos podem ainda provocar alguns problemas secundários como alterações de sono e de apetite, dificuldade nas relações interpessoais e um bloqueio ou alheamento em relação a outras responsabilidades pessoais, profissionais ou académicas.
Tome Nota:
Aprovada em 2021, a Lei do Clima tem como objetivo atingir a neutralidade climática em 2050. Ao abrigo dos objetivos ali declarados, a Europa será o primeiro continente neutro em carbono.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
No âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, e do seu esforço em cumpri-la nas várias valências ali inscritas, a CGD foi distinguida - reconhecimento da exclusiva responsabilidade de quem o atribuiu - como uma das 400 empresas que lideram o combate às alterações climáticas, de acordo com o ranking Europe’s Climate Leaders 2022 desenvolvido pelo Financial Times, em parceria com a Statista.
Saiba Mais Aqui.
Leia também:
- Quem cuida do Ambiente? Conheça o papel das autoridades ambientais
- Sabia que a banca vai avaliar o risco ambiental do crédito a conceder?
- Carro e casa sustentáveis? Conheça os apoios à transição energética
Como lidar com a ansiedade climática
Apesar de poder ser um bloqueio, a ansiedade climática pode também motivar a ação. Nomeadamente, para exigir mudanças políticas ou a adoção de medidas de defesa e preservação ambiental, como seja por exemplo reduzir as emissões de carbono.
Mas se a ansiedade climática é caracterizada pela incerteza e perda de controlo, a melhor maneira de lidar este desafio é agir:
- Mantenha-se informado, recorrendo a fontes de confiança;
- Desligue, quando sentir que é necessário. O consumo de informação em quantidade exagerada pode causar stress;
- Partilhe as suas preocupações e medos com amigos e outras pessoas de confiança, ou até em grupos de apoio;
- Adote um estilo de vida mais amigo do ambiente, de modo a reduzir a sua pegada ecológica como, por exemplo, usar menos o carro ou investir num carro elétrico, reciclar, evitar o desperdício alimentar ou tomar duches menos demorados.
- Avalie os seus hábitos de consumo e torne-se num consumidor mais consciente e sustentável;
- Junte-se a organizações ou comunidades que procuram aumentar a consciencialização pública sobre as alterações climáticas. Pode ajudar a racionalizar sentimentos e a tomar medidas significativas;
- Passe mais tempo em contacto com a natureza.
Consumo consciente e responsável
Consumo consciente visa a adoção de comportamentos responsáveis e sustentáveis na compra de bens e serviços, capazes de ter em conta as consequências do seu consumo, no ambienta mas também na economia e comunidade. Ligado ao consumo consciente e responsável está o conceito de economia circularque nasce da ideia de ciclo, repetição e regeneração.
Leia também:
- Sustentabilidade: sabe o que está por detrás deste conceito?
- Impostos ambientais: sabe onde o ambiente lhe é cobrado?
- Hortas comunitárias: um espaço para alimentos saudáveis
Quais as consequências das alterações climáticas na economia?
As alterações climáticas têm impacto significativo em diferentes setores da economia global.
Alguns exemplos registam-se na agricultura, onde o aumento de temperaturas, secas e inundações afetam a produção de alimentos e a produtividade. Também a produção de energia - renovável ou renovável pode ser afetada. Acontece por exemplo no caso das hidroelétricas. A poluição, o aumento das temperaturas e a ansiedade climática têm efeitos negativos na saúde das populações assim como das economias e do trabalho.
O desafio é grande e é fundamental que a sociedade em geral trabalhe em conjunto para o enfrentar.
Leia também:
- Subscrever certificados de aforro: rendimento e impostos
- Como compreender a atual crise? Conheça as causas e efeitos
- Porta 65: 10 perguntas e respostas para perceber este apoio
- Trabalhador-estudante: Conheça as regras e os direitos
- É possível ter uma redução no salário? O que diz a lei?
- TSU: como ter isenção ou redução na Taxa Social Única?
- As dívidas prescrevem? Conheça prazos e condições
- Indexante dos apoios sociais: qual é a importância do IAS?