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A Internet das Coisas (IoT) está a revolucionar a forma como interagimos com o mundo à nossa volta. Desde eletrodomésticos que antecipam as nossas necessidades até sistemas industriais que preveem falhas antes que ocorram. A Internet das Coisas tem vindo a transformar objetos do quotidiano em dispositivos inteligentes capazes de comunicar, recolher dados e tomar decisões autónomas.
Venha daí descobrir o maravilhoso mundo novo da IoT e deslumbre-se com a Internet das Coisas, como funciona, com os seus impactos no dia-a-dia em todo o potencial que abre para o futuro.
O que é a Internet das Coisas?
A Internet das Coisas, ou IoT (do inglês, Internet of Things), diz respeito à rede de objetos físicos, como eletrodomésticos, veículos, sensores industriais e até mesmo vestuário e acessórios ligados à internet e que podem comunicar entre si. É como se funcionassem em rede e articulados com a vontade dos seus utilizadores.
Estes objetos são equipados com sensores, software e tecnologia de comunicação que lhes permite recolher, processar e partilhar dados de forma autónoma, sem necessidade de intervenção humana constante.
A conectividade é estabelecida por Wi-Fi, mas com o aparecimento do 5G e de outros tipos de plataforma de rede prevê-se que o tratamento de dados aconteça com velocidade e fiabilidade, praticamente em todos os lugares.
Imagine tudo aquilo com que pode contar. Por exemplo, que tem em casa um termostato capaz de ajustar automaticamente a temperatura com base nos seus hábitos diários. Mais, um frigorífico que avisa quando está na altura de comprar leite. Estes dispositivos inteligentes fazem parte do universo da IoT. Transforma objetos do quotidiano em tecnologias capazes de interagir com o ambiente que as rodeia e de tomar decisões com base nos dados que recolhem.
Como tudo começou e como evoluiu
O conceito começou a ganhar forma na década de 1990. Alguns engenheiros começaram a integrar sensores e processadores em objetos comuns. O progresso inicial foi lento porque os componentes tecnológicos eram grandes e caros. Com o avanço da miniaturização e redução dos custos de produção dos chips de computador, foi possível adicionar conectividade até mesmo a objetos pequenos e simples, como interruptores de luz ou fechaduras. Hoje, qualquer dispositivo pode ser ligado à internet, desde uma simples lâmpada até máquinas industriais complexas. A IoT não se limita apenas à utilização doméstica. Na indústria, por exemplo, instalar sensores em algumas máquinas permite monitorizar o seu desgaste e prever falhas. Nas cidades, há sistemas de iluminação pública que ajustam o brilho das luzes com base no movimento de pessoas e veículos, economizando energia.
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Mas como funciona a IoT?
Os dispositivos inteligentes funcionam através de quatro etapas principais:
- Recolha de dados: os sensores integrados nos dispositivos captam informações do ambiente, como temperatura, localização ou consumo de energia;
- Transmissão de dados: os dados recolhidos são enviados para uma plataforma de processamento através de redes Wi-Fi, móveis ou protocolos específicos de IoT;
- Análise de dados: a informação é processada, muitas vezes com recurso a inteligência artificial para identificar padrões, prever comportamentos ou detetar anomalias;
- Ação automática: com base na análise, os dispositivos podem tomar decisões e agir automaticamente, como ajustar a temperatura de um termostato ou enviar alertas de segurança.
Este processo permite otimizar recursos, melhorar a eficiência e tornar o dia-a-dia mais inteligente e automatizado.
O que é a Internet Industrial das Coisas (IIoT)?
A IIoT (Industrial Internet of Things) visa o uso de dispositivos inteligentes na indústria, para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência. Integra sensores e sistemas, permite decisões mais rápidas e informadas. É um dos pilares da Indústria 4.0 (ou Quarta Revolução Industrial). Eis algumas aplicações:
- Manutenção preventiva: sensores que monitorizam máquinas e alertam para falhas antes que ocorram, reduzindo paragens e prolongando a vida útil dos equipamentos;
- Segurança dos operadores: dispositivos no vestuário que detetam riscos, como gases tóxicos. Alertam os trabalhadores ou desligam máquinas automaticamente;
- Gestão de fornecimento e frotas: sensores que acompanham mercadorias e veículos. Otimizam transporte e reduzem os custos;
- Automação de inventário: robôs IoT controlam stocks em armazéns e lojas;
- Gestão de recursos: sensores que controlam o consumo energético e a qualidade do ar, promovendo cidades mais sustentáveis.
Que benefícios traz a IoT para a nossa vida?
A Internet das Coisas (IoT) tem vindo a transformar profundamente o nosso dia-a- dia ao possibilitar que as máquinas assumam tarefas repetitivas ou complexas. Além de permitir a automatização de processos, oferece soluções personalizadas e inteligentes que tornam o nosso ambiente mais eficiente e adaptado. Vejamos algumas das suas potencialidades.
Automação das habitações
A IoT permite que alguns equipamentos e eletrodomésticos inteligentes trabalhem de forma coordenada para simplificar a rotina diária. Eis alguns exemplos:
Frigoríficos inteligentes: permitem monitorizar os alimentos armazenados e emitir alertas sobre a sua validade ou avisar quando algum produto termina. Enviam uma lista de compras para o seu smartphone ou até podem encomendar os produtos diretamente, no supermercado online. Alguns frigoríficos inteligentes sugerem receitas com base nos ingredientes disponíveis.
Sistemas de iluminação e climatização: os sensores de movimento e os dispositivos inteligentes podem ajustar automaticamente a iluminação e a temperatura da casa com base na sua rotina. O termostato pode ajustar a temperatura antes de chegar a casa e garante conforto sem desperdício de energia.
Mobilidade inteligente
Os carros inteligentes são outro exemplo de como a IoT pode melhorar a nossa vida. Não só facilitam a condução, como também aumentam a segurança e a eficiência. Senão vejamos.
Manutenção preventiva: os sensores instalados no veículo controlam o estado dos pneus, dos travões e do motor. Quando detetam sinais de desgaste ou potenciais problemas, o sistema alerta o condutor e agenda automaticamente uma visita ao mecânico.
Condução autónoma: embora ainda esteja em desenvolvimento, a IoT tem impulsionado avanços significativos na condução autónoma. Os carros autónomos usam sensores, câmaras e algoritmos de inteligência artificial para circular nas estradas de forma segura, reduzindo o risco de erro humano e de acidentes.
Transportes: a IoT também já está a ser usada em sistemas de transportes públicos. Por exemplo, autocarros e comboios conectados podem ajustar as suas rotas em tempo real (com base no tráfego real ou no número de passageiros) com maior eficiência e redução de tempos de espera.
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Saúde e bem-estar
A IoT está a revolucionar a área da saúde. Permite que médicos e pacientes controlem a saúde de forma remota e contínua e já conta com exemplo como:
Wearables (ou tecnologia que se pode usar) para monitorização de saúde: dispositivos como smartwatches (relógios inteligentes) e pulseiras inteligentes controlam os batimentos cardíacos, os níveis de oxigénio no sangue, padrões de sono e até mesmo níveis de stress. Esses dados, enviados para aplicações ou para um médico, permitem diagnósticos precoces e intervenções rápidas.
Acompanhamento remoto: os pacientes com patologias crónicas, como diabetes ou hipertensão, podem usar dispositivos IoT para monitorizar os seus sinais vitais em tempo real. Caso algo anormal seja detetado, o sistema pode alertar automaticamente o médico ou o cuidador.
Cuidadores: os sensores IoT instalados em casas de idosos podem supervisionar quedas, movimentos e hábitos diários. Se algo fora do normal for detetado, como uma queda ou inatividade prolongada, o sistema envia alertas para familiares ou serviços de emergência.
Ambiente: a IoT também está a ser utilizada para controlar a qualidade do ar e outros fatores ambientais, medindo níveis de poluição em tempo real e fornecendo recomendações personalizadas para pessoas com problemas respiratórios.
Cidades inteligentes
As cidades inteligentes usam a IoT para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e otimizar recursos. Vejamos alguns exemplos:
Iluminação pública inteligente: os sistemas de iluminação conectados à IoT ajustam automaticamente a intensidade das luzes com base no movimento de pessoas e veículos, economizando energia e melhorando a segurança nas ruas.
Gestão de tráfego: sensores IoT instalados em semáforos e ruas podem controlar o fluxo de veículos em tempo real e ajustar os sinais de trânsito para reduzir congestionamentos. Além disso, os sistemas de estacionamento inteligente conseguem informar onde existem vagas disponíveis, reduzem o tempo à procura de um lugar para estacionar.
Otimização da recolha de lixo: os depósitos e contentores ligados à IoT podem controlar os níveis de lixo e alertar os serviços de limpeza quando precisam de ser esvaziados. Otimizam as rotas dos camiões de recolha.
E quais os riscos?
Quando se fala em IoT, é importante também abordar os riscos que mais frequentemente lhe são apontados:
- Segurança: à medida que aumenta o número de dispositivos ligados à internet, crescem também as oportunidades para ocorrerem violações de segurança. A interconexão destes dispositivos pode levar a que redes inteiras fiquem vulneráveis a ataques;
- Privacidade: com os dispositivos IoT a recolher constantemente dados pessoais existe um risco de invasão de privacidade, caso sejam mal geridos ou acedidos por utilizadores não autorizados;
- Complexidade na integração: integrar a IoT com redes existentes pode ser complexo;
- Sobrecarga de dados: a enorme quantidade de dados gerada pelos dispositivos IoT pode levar a problemas na gestão e análise de dados. Desafia as organizações a extrair conclusões significativas sem ficarem sobrecarregadas;
- Questões regulatórias e de conformidade: cumprir os requisitos de conformidade da IoT, especialmente em indústrias altamente regulamentadas, pode ser desafiante e requer atenção contínua às mudanças legislativas.
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