crédito tem riscos ambientais

Sabia que a banca já avalia o risco ambiental do crédito a conceder?

Negócios

O seu negócio é ambientalmente neutro? E quais são os seus riscos ambientais? As perguntas podem ser feitas pelo Banco. Saiba porquê. 01-04-2024

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

Sabia que a Banca pode ter em conta as emissões do seu negócio? Descubra o impacto que estas medidas podem ter na sua empresa.

A Banca já tem muitos exemplos em que avalia o risco ambiental das empresas para apreciar pedidos de crédito. Uma alteração que procura reforçar a adoção de práticas amigas do ambiente pelas empresas mas que já inclui as escolhas de familias e particulares, por exemplo no crédito habitação.

A medida insere-se numa estratégia mais alargada e global que visa adotar medidas válidas para a redução da emissão de gases com efeito estufa, cujo balanço foi feito recentemente, em final de 2023 no âmbito da Cimera do Clima, COP28. 

Recorde-se que em 2015, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas foi delineada a estratégia, conhecida como o Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. Entre outros, traça a meta de, a longo prazo, manter o aumento da temperatura média mundial abaixo dos 2°C face aos níveis pré-industriais.

Qual o significado destes novos padrões no acesso ao crédito?

Face aos novos padrões que começam gradualmente a ser aplicados, as empresas cujo risco ambiental, social ou até de governança sejam avaliados de forma negativa podem ver limitadas as suas possibilidades de acesso a crédito.

Uma medida inserida no Plano de Ação para o financiamento sustentável aprovado pela Comissão Europeia em 2018. Uma das metas passa por ajudar a reorientar os investimentos para projetos ambientalmente sustentáveis ao mesmo tempo que assegura o crescimento das economias globais de forma socialmente inclusiva.

No caso da Banca nacional, o compromisso por um financiamento sustentável está refletido e sistematizado na Carta de Compromisso para o Financiamento Sustentável (CCFS) em Portugal. Trata-se de um documento subscrito pela generalidade das entidades bancárias a operar em Portugal e que manifesta o alinhamento entre a atividade financeira e os grandes princípios e objetivos globais do Acordo de Paris.

Este compromisso passa basicamente pelos critérios a ter em conta na atribuição do crédito. Quer na avaliação dos projetos a financiar; quer na avaliação do desempenho da própria empresa, onde o risco ambiental pode passar a ser considerado, quer ainda criando linhas de créditos especificas, dirigidas a famílias e empresas, para apoiar esta conversão para uma Economia mais sustentável e amiga do Ambiente. 

 

O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?

Como o mundo pede uma mudança, é importante que as empresas a possam assumir nos seus ciclos de crescimento. Por exemplo, tendo em conta o rating social, ambiental e de governança (rating ESG). Este passo pode trazer-lhe ganhos reputacionais e na fidelização de clientes mas não só. Por exemplo, pode trazer-lhe condições diferenciadoras de preço e acesso a linhas especiais de financiamento.

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O que implica a transição para uma Economia limpa?

Ter uma economia “mais segura, neutra em carbono e resiliente ao clima; mais eficiente na utilização dos recursos e circular, são fatores de competitividade”. Estes princípios, defendidos pela própria Comissão Europeia, envolvem na prática um esforço de investimento da comunidade em geral.

E aqui entra o papel dos bancos que compreendem a necessidade de apoiar esta transição. Na adoção de energias renováveis, na mobilidade descarbonizada – como já acontece com a Caixa Geral de Depósitos,ou na eficiência energética dos edifícios, entre outras medidas que ajudam na neutralização do impacte ambiental. Entre as medidas em cima da mesa está, por exemplo,  “acompanhar a revisão dos critérios PME Líder e PME Excelência de forma a incorporar gradualmente os temas da sustentabilidade”, conforme a CCFS.

     

    A sustentabilidade ambiental nos apoios europeus

    Os apoios comunitários previstos no Portugal 2030 , onde um dos cinco objetivos anuncia Portugal +Verde e de onde decorrem Programas Temáticos vocacionadas para a transição  energética e ambiental são um bom principio para apoio ao trabalho e volume de investimento a lançar pelas empresas de todas as escalas e dimensão.  Trata-se de uma oportunidade única que deve ser aproveitada de modo racional e numa perspetiva de futuro.

    Procurando minimizar os graves impactos económicos e sociais na União Europeia decorrentes da pandemia COVID-19, o Conselho Europeu criou o Next Generation EU. Um instrumento temporário que visa apoiar os países europeus no relançamento da economia, mas que, em simultâneo, engloba medidas que incentivam a introdução de alterações mais sustentáveis nas suas economias.

    Ao abrigo deste mecanismo europeu, surgiu ainda o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, que conta com recursos de cerca de 16,6 mil milhões de euros, a ser executados até 2026. Incluindo uma dimensão referente à Transição Climática.

     

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