Emprego após 50

Como encontrar emprego depois dos 50 anos?

Trabalho

Ficar desempregado aos 50 impõe desafios adicionais mas não é impossível de ultrapassar. Algumas dicas para voltar ao mercado. 06-07-2022

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

Cair numa situação de desemprego com mais de 50 anos ainda é altamente penalizador. As empresas e os serviços de recrutamento ainda privilegiam as camadas mais jovens - com salários mais baixos e menos regalias sociais.

As primeiras etapas de qualquer processo de recrutamento colocam habitualmente de lado os currículos que já acusam maior experiência de vida e profissional. Em muitas empresas persiste o preconceito de que alguém com mais idade pode também tornar-se menos produtivo.

Uma realidade que se confronta frontalmente com os atuais modelos de sustentabilidade na segurança social que exigem carreiras contributivas cada vez mais longas e com maiores desafios profissionais.
Por muito duro que lhe possa parecer este cenário, atenção que nos cabe sempre reagir. Pior ainda que confrontarmo-nos com circunstâncias pouco favoráveis é deixarmos de ter energia para as contrariar e reagir à adversidade.

Por isso, deixamos-lhe um roteiro de boas práticas cuja missão é ajudar a ultrapassar um desafio complexo como este.

Leia também:

 

Aposte numa formação contínua

Os tempos do emprego vitalício foram há muito ultrapassados. Em pouco mais que uma geração, o contexto mudou radicalmente e há que saber lidar com um novo cenário - de maior volatilidade e onde a mudança é permanente.

Ou seja, não basta manter um espirito flexível e de grande capacidade de adaptação, há que saber acompanhar as exigências técnicas da sua área de trabalho. Ora isto  implica um foco contínuo em formação e soluções que possam ajudar a consolidar a sua experiência técnica.

Mais, desiluda-se se parte do princípio que basta aceder a formações pontuais para  complementar aquilo que já sabe. Em vez de um sprint rápido, falamos-lhe antes de uma maratona de longo curso que pode passar por uma reconversão total das suas competências. Ou seja, escolher um novo rumo para sua vida profissional.

Leia também:  

 

Preserve a sua rede de contactos profissionais

Se existe área onde o ditado “longe da vista, longe do coração” faz total sentido é mesmo na área profissional. Sem uma rede de contactos onde possa atualizar-se e  revelar os seus talentos será sempre mais difícil.

Lembre-se que o mundo do trabalho é um mundo de interdependências e de relacionamentos de onde não se deve excluir. Não baixe os braços e crie oportunidade de se apresentar a si; à sua experiência e às suas aptidões. Faça-o com persistência e mas também estratégia. Sonde oportunidades e avance sempre que possível.

Frequente feiras de emprego, assista a encontros, aceda a workshops ou conferências. Empenhe-se em consolidar esta rede de contactos porque será sempre a partir daqui que podem surgir novas oportunidades de trabalho.

Leia também:  

 

Mantenha o entusiasmo e o envolvimento

Este é talvez o passo mais difícil de conseguir em casos de desemprego. Sobretudo nas situações que tendem a arrastar-se no tempo. Manter um espírito de total empenho e de capacidade para resistir à adversidade pode tornar-se difícil e exigente mas, mesmo assim perfeitamente possível.

Defina pequenos objetivos e pequenas vitórias porque é aí que irá buscar as suas forças de resistência. Organize uma agenda de trabalho à volta deste grande objetivo que é o de encontrar o trabalho que mais se alinhar com as suas expectativas.

O pior que pode deixar acontecer-lhe é que as circunstâncias reprimam ou deprimam os seus talentos e a sua capacidade. Faça deste exercício de superação uma oportunidade para revelar valências desconhecidas.
Leia… Leia e encontre fontes de inspiração que abundam no mundo dos negócios; da gestão e na vida de todos os dias. Verá que todas as experiências derivam de um fator decisivo, acreditar em si próprio. 

Leia também:

 

Adapte o seu curriculum às necessidades da empresa a que se candidata

Tão importante como a persistência, é a capacidade de comunicar bem e sobretudo saber adaptar o modo como transmite e destaca a sua experiência profissional e técnica ao perfil da empresa a quem apresenta os seus préstimos.  

Nada de muitas variações entre apresentações mas tente ajustar os detalhes e a forma às exigências e necessidades de cada entidade. Por exemplo, tente que isso aconteça por áreas de atividade. Salve cada documento de apresentação por candidatura. Tente que o CV deixe em aberto o tópico da idade. Deixe esse assunto para a entrevista. Prefira ser vago com expressões como, “mais de 12 anos de experiência”.

Leia também:

 

Faça um resumo dos últimos 10 a 15 anos

Por falar em CV, é importante que da experiência já longa que conseguiu acumular, saiba destacar os principais últimos 10 a 15 anos – com particular atenção para as experiências com maior afinidade à empresa a que se pretende candidatar. 

Os seus potenciais empregadores irão relevar as valências de maior afinidade com a área de atividade em que trabalham. O que fez no início da sua carreira, além de longínquo no tempo, pode não ser assim tão importante para a empresa a quem se apresenta. Pode contudo, fazer referência a esses momentos de arranque da carreira num contexto de entrevista e se o contexto o proporcionar.  

Leia também:

 

Faça brilhar as suas competências de trabalho com gerações mais novas

É certo que muitas das empresas optam por recrutar os seus colaboradores junto das gerações mais jovens, entre os 20 e 30 anos de idade, mas isso não o pode fazer desanimar quem já tenha mais experiência e anos de vida.

Antes pelo contrário, parta deste princípio de que aquilo que tem para oferecer é suficientemente valioso para ser apreciado - mesmo em ambientes mais jovens e com uma cultura menos tradicional.

Mostre-se sempre capaz de lidar com um ambiente intergeracional. Reforce essa diferença entre gerações como uma mais-valia - quer para quem tem mais idade como para quem é mais jovem, quer para os resultados do trabalho de equipa na empresa. Posicione-se como alguém capaz de agir em várias frentes, nomeadamente na de uma figura mais sénior e conciliadora.   

Leia também:

 

Faça destacar o seu expertise técnico

Por muito que se fale da importância das softskills onde se integram as valências de comunicação, capacidade de trabalho em equipa; espirito crítico; fluência na escrita;   empatia; flexibilidade e capacidade de reagir à mudança, entre outras, é fundamental saber exibir todas estas valências sem nunca esquecer as hardskills, - mais técnicas e exclusivamente ligadas à função para que se candidata.

Leia também: