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Quais os aditivos alimentares menos nocivos para a saúde familiar? Há aditivos bons? Saiba o que ter em atenção nos rótulos.
Os aditivos alimentares estão presentes em quase tudo o que comemos. São usados, por exemplo, para dar cor, conservar, adoçar ou para alterar a textura. O que significa que um produto pode ter vários aditivos com diferentes objetivos. Até que ponto sabemos o que estamos a consumir e quais as suas consequências?
A utilização dos aditivos alimentares e das quantidades usadas tem de obedecer a normas, o que não significa que estas substâncias sejam totalmente seguras para todos. Crianças, idosos ou pessoas com alergias ou asma podem ser mais sensíveis a certos componentes.
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Atenção aos rótulos dos alimentos
Mas então, o que fazer? Evitar, sempre que possível, alimentos processados, sobretudo se forem destinados a grupos mais vulneráveis. E, se os comprar, é importante ler os rótulos para perceber o que está a levar para casa.
Uma dica. Esteja atento à quantidade de E que aparecem na lista de ingredientes. Cada um corresponde a um aditivo alimentar.
O rótulo tem de conter, nos ingredientes, a classe de aditivo, o seu nome ou o código atribuído pela União Europeia (UE). Isto é, o tal E seguido de três ou quatro algarismos. Por isso, leia essa informação e, se tiver dúvidas, informe-se antes de comprar.
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Tome Nota:
Quer saber se um aditivo é seguro? Tem dúvidas sobre a composição de determinado alimento? Pode usar esta ferramenta da Deco. Procure pelo número ou nome do aditivo e verá se é seguro, qual a sua utilização e se pode causar alergias.
As 3 regras da UE para aprovar aditivos:
- A sua utilização não representa, com base nos dados científicos disponíveis, uma preocupação em termos de segurança para a saúde dos consumidores;
- Existe uma necessidade tecnológica razoável no seu uso que não pode ser satisfeita por outros meios;
- A sua utilização não induz o consumidor em erro e traz-lhe benefícios.
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Para que servem os aditivos alimentares?
Por vezes, basta ver o nome para perceber. Os corantes, por exemplo, servem para dar mais cor aos alimentos e os edulcorantes para os tornar mais doces.
Sem os conservantes, seria difícil conservar os produtos. Já os emulsionantes têm como objetivo permitir que, por exemplo, óleo e água, dois líquidos que tendem a separar-se, se possam misturar num alimento.
Isto significa que, sem os aditivos, seria impossível termos a variedade de produtos que conhecemos hoje. Mais a sua qualidade, durabilidade e até segurança alimentar poderia ficar bastante abaixo dos padrões atuais.
Mas nem só os produtos processados incluem conservantes. A Comissão Europeia, num documento com perguntas e respostas sobre aditivos alimentares, lembra que “por exemplo, nas maçãs podem encontrar-se riboflavinas (E 101), carotenos (E 160a) antocianinas (E 163), ácido acético (E 260), ácido ascórbico (E 300), ácido cítrico (E 330), ácido tartárico (E 334), ácido succínico (E 363), ácido glutâmico (E 620) e L-cisteína (E 920)”. Ou seja, a própria natureza é pródiga em aditivos.
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Regras para a utilização dos aditivos
Existem regras para a utilização dos aditivos. A UE determina que não podem ser usados para induzir o consumidor em erro e esconder a utilização de matérias-primas defeituosas ou de práticas que não sejam higiénicas.
Os aditivos podem ser usados para conservar a qualidade nutritiva dos alimentos, aumentar a conservação ou a estabilidade de um alimento ou ajudar na sua produção, transformação, preparação, tratamento, embalagem, transporte ou armazenagem.
Podem igualmente ser utilizados para fornecer os ingredientes ou os componentes necessários em produtos destinados a consumidores com necessidades nutritivas especiais.
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Como se classificam?
Corantes, conservantes, antioxidantes, edulcorantes, emulsionantes, estabilizadores, espessantes e geleificantes são os mais comuns.
Mas a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) refere também outros, como reguladores de acidez, endurecedores, intensificadores do gosto e do aroma, espumantes-dispersantes de gases em alimentos líquidos ou sólidos, agentes de brilho e proteção superficial, humidificantes, amidos modificados, gases de embalagem, propulsores, levedantes químicos, sequestrantes ou complexantes de metais. Os nomes podem parecer assustadores, mas nesta lista a ASAE explica para que servem e revela quais os que devem ser usados com precaução.
Por exemplo, o E 261 - Acetato de potássio, que é usado como estabilizador da cor natural dos tecidos animais e vegetais, não é tóxico, mas deve ser evitado por pessoas com deficiência renal.
Tome Nota:
Alimentos que contenham um aditivo que não respeite o Regulamento (CE) n.º 1333/2008 não podem ser colocados no mercado.
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Os aditivos alimentares são seguros? E para as crianças?
As regras da União Europeia são claras e a ASAE, além de fiscalizar, também disponibiliza informação atualizada sobre aditivos alimentares, para que os consumidores saibam o que pode e não pode ser comercializado.
Isto significa que os produtos à venda têm de cumprir normas que garantem segurança, mesmo para quem os consome com muita frequência.
Além disso, há avisos obrigatórios que devem ser incluídos nos rótulos. Por exemplo, a utilização de mais de 10% de polióis adicionados obriga a uma indicação de que “o seu consumo excessivo pode ter efeitos laxativos”. Se um alimento tiver edulcorantes ou açúcares adicionados, isso deve ser mencionado no rótulo.
Cuidado com alguns corantes
Se, ao ler um rótulo, encontrar esta informação, pense duas vezes antes de comprar: “determinada substância (nome ou número E do corante) pode causar efeitos negativos na atividade e na atenção das crianças”.
Os produtos que contêm certos corantes alimentares são obrigados pela União Europeia a incluir esta informação adicional no rótulo. Em caso de dúvida, confira a lista de corantes nocivos para as crianças que fazem parte da lista:
- Amarelo-sol (E 110)
- Amarelo de quinoleína (E 104)
- Carmosina (E 122)
- Vermelho allura (E129)
- Tartarazina (E 102)
- Ponceau 4R (E 124)
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Um exemplo de aditivos não autorizados
Na lista de aditivos não autorizados divulgada pela ASAE constam os chamados corantes do grupo Sudan. Estes aditivos podiam ser encontrados, por exemplo, em especiarias importadas. Desde 2005, e por indicação da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), que a sua utilização em alimentos é expressamente proibida.
Estes corantes são usados na coloração de plásticos e outros materiais sintéticos e, por isso, são mais baratos e estáveis do que os corantes alimentares. A sua ingestão oral pode provocar cancro e tem um potencial genotóxico, isto é, pode causar mutações no ADN.
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