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Depreciação monetária: como evitar que o seu dinheiro perca valor

O Banco e Eu

Acumular dinheiro debaixo do colchão tem muitos inconvenientes e explicamos-lhe aqui os principais - para conhecer e evitar. 16-09-2021

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

Guardar o dinheiro em casa não é a melhor forma de poupar. Aprenda a evitar a depreciação monetária das suas poupanças.

Será o seu colchão o local mais seguro para guardar as suas poupanças? Embora já lhe possa ter ocorrido, a verdade é que existem riscos associados à decisão de guardar as suas poupanças em casa.

Desde logo por causa da depreciação monetária. Ou seja, se não o aplicar, o seu dinheiro tenderá a desvalorizar. O motivo é o processo normal de inflação e de aumento do custo de vida. Depois, pode perder as suas poupanças em acidentes vários, como um incêndio ou um assalto.

Acidentes que, sendo possíveis de acontecer, são, ainda assim, menos prováveis que a desvalorização natural da moeda que é inevitável algures no tempo.

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O que é a depreciação monetária?

De ano para ano, o seu dinheiro perde valor. Não o valor facial, impresso nas notas ou moedas. Uma moeda de um euro em 2021 vai continuar a valer um euro em 2030. Mas o que pode comprar com essa moeda altera-se.

A mesma moeda de um euro que hoje permite comprar uma garrafa de sumo no supermercado, por exemplo, daqui a um ou dois anos pode já não o permitir. Devido à inflação, taxa que se reflete no preço dos produtos, um bem ou serviço pode ficar mais caro no ano seguinte.

Leia também:Sabe qual o impacte da inflação na sua vida financeira?

Como calcular a depreciação do meu dinheiro?

Imagine que tem mil euros e quer comprar uma máquina fotográfica por esse valor. Como ainda tem uma que funciona bem, decide guardar o dinheiro e esperar três anos para comprar uma nova.

Para simplificar, vamos assumir que durante esses três anos a taxa de inflação anual é de 1%. Ou seja, ao fim de um ano, a máquina fotográfica irá custar mais 10 € (1 000 € x 1%), ou seja 1 010 €. No final do segundo ano, custará 1 020,10€ (1 010 € + 1.010 € x 1%) e no final do terceiro chegará aos 1 030,30€ (1 020,10 €+ 1 020,10€ x 1%). Conclusão, o valor que guardou continua a ser de mil euros, mas ao fim de três anos já não chega para comprar a máquina. Em três anos, o seu dinheiro depreciou-se.

Para contornar esta situação, pondere a aplicação das suas poupanças de modo a rentabilizá-las. Pode optar entre fazer um depósito a prazo, adquirir certificados de aforro ou certificados do tesouro ou por aplicar em produtos financeiros.

Para que o seu dinheiro não desvalorize, é importante escolher produtos ou aplicações com uma remuneração superior aos valores da inflação.

Saiba mais detalhes sobre certificados de aforro, certificados do tesouro e obrigações do tesouro neste artigo do Saldo Positivo.

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Investir em Certificados de Aforro ou de Tesouro

Os Certificados de Aforro e os Certificados de Tesouro, por exemplo, CT Poupança Crescimento são produtos de dívida pública. Esta é uma das formas disponíveis para o Estado financiar-se. Na prática, os portugueses emprestam dinheiro ao Estado, recebendo em troca uma determinada taxa de juro. Como têm a garantia do Estado, são produtos indicados para quem não pretende correr riscos. E permite que o seu dinheiro valorize ao longo do tempo.

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Aplicar num Depósito a Prazo

O Depósito a Prazo continua a ser uma boa solução para quem pretende ver as suas poupanças valorizarem. Neste caso, está a confiar o dinheiro a um banco. Em contrapartida, essa instituição fica obrigada ao pagamento de uma remuneração.

Face às atuais taxas de juro, que se têm mantido baixas, deve sempre analisar com atenção cada proposta. Tenha em conta o prazo do depósito, isto é, o espaço de tempo pelo qual deve manter o seu dinheiro aplicado, bem como a remuneração (taxa de juro) e os eventuais custos que tenha de suportar (comissões). Não se esqueça ainda que, regra geral, só pode movimentar o dinheiro no fim do período acordado, caso contrário pode sofrer uma penalização.

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Uma das principais vantagens dos depósitos a prazo é que estão protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos. Este mecanismo permite que, em caso de insolvência do Banco, os depositantes não percam as suas poupanças. Esta garantia aplica-se até ao montante máximo de 100 mil euros, por instituição de crédito e por depositante.

Os depósitos a prazo são, por isso, considerados um produto de baixo risco.

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E investir na Bolsa de Valores?

O investimento em Bolsa é outra maneira de valorizar o seu dinheiro. Esta é uma forma de as empresas financiarem o seu crescimento, captar recursos e de os investidores poderem investir parte das suas poupanças. Mas atenção,  este é um investimento de risco e,  na pior das hipóteses, pode mesmo perder todo o capital investido.

Antes de avançar, deve procurar compreender o produto ou ativo em que está a aplicar as suas poupanças e avaliar atentamente os riscos associados. Analise as empresas onde pretende investir e identifique os fatores que podem fazer oscilar o preço dos ativos (ações, obrigações ou outros) positivamente ou negativamente.

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Além disso, procure aconselhamento profissional. Apesar de ter custos (comissões e outros encargos associados) é a melhor forma de tomar uma decisão informada, especialmente se não está à vontade com este tipo de instrumentos financeiros. Por fim, se decidir avançar, aplique as suas poupanças em vários ativos, como forma de diversificar o risco.

Qualquer que seja a sua opção, avalie com atenção os prós e contras de cada aplicação. Há opções mais indicadas para quem procura investir com total segurança, e alternativas para quem tem maior tolerância ao risco. Uma coisa é certa, guardar o dinheiro em casa não só não traz qualquer rendibilidade, como não está livre de riscos.

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