Despesa e investimento

Despesa e investimento: como distingui-los no orçamento familiar?

Casa e Família

Todas as famílias têm despesas, mas algumas são antes investimentos. Parece confuso? Perceba a relação entre os dois conceitos. 07-07-2022

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

Ao analisar o seu orçamento familiar consegue distinguir as despesas dos investimentos?
Um orçamento familiar, tal como o de uma empresa ou de um Estado, é constituído, essencialmente, por receitas (ou seja, o dinheiro que se recebe) e despesas, que são os gastos que se tem.

O objetivo, tanto nas famílias como nas empresas ou no Estado, é que as despesas sejam sempre menores do que o rendimento. Caso contrário, o dinheiro disponível não chega para todas as necessidades, o orçamento fica desequilibrado e ocorrem situações de endividamento.

Contudo, no que diz respeito aos gastos, é importante ter em conta que nem todos são iguais. Alguns podem ser considerados despesas, outros investimentos, e saber distingui-los pode fazer toda a diferença na gestão do orçamento familiar.

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Qual a diferença entre despesa e investimento no orçamento familiar?

Voltemos então, ao seu orçamento familiar e esqueçamos por um momento as receitas.

Centrando-se nos gastos da família, encontrará certamente vários tipos de despesas. Desde a prestação ou renda da casa onde vive até ao café que costuma beber antes de ir trabalhar. A alimentação, as propinas ou mensalidades da creche são outros exemplos de gastos. Poderá ter também um seguro de saúde, um Plano Poupança Reforma (PPR) ou a prestação de um crédito para instalação de painéis solares.

Todas estas parcelas vão sendo subtraídas ao seu rendimento disponível, pelo que, à partida, poderia encarar todas como sendo despesas.

Mas, na verdade, umas são despesas e outras visam o investimento.

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Despesas

As despesas correspondem ao dinheiro que gastou e que não gera qualquer tipo de retorno financeiro. Apesar disso, há despesas necessárias, como as que dizem respeito ao pagamento de bens e serviços essenciais, seja a alimentação, a roupa, a casa ou os encargos com a saúde e educação.

Em contrapartida, existem gastos - relacionados com a satisfação de desejos e não de necessidades essenciais -, que podem ser considerados supérfluos por estarem. Ir jantar ou almoçar fora, subscrever serviços digitais de música e séries, ou comprar o telemóvel mais recente, são alguns exemplos.

Por muito que nos saibam muito bem quando lhes acedemos, e contribuam para a nossa qualidade de vida, assim que necessário fazer reajustes no orçamento, é normal que se comece por cortar naquelas despesas menos essenciais.

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Investimentos

Ao contrário das despesas, os investimentos, trazem retorno financeiro – mesmo que não seja imediato. Como por exemplo quando investe num curso ou numa ação de formação. Mais, quando falamos em investimentos não falamos necessariamente em ações ou fundos de investimento

Tanto podem ser considerados investimentos uma aplicação financeira que implique uma remuneração, como qualquer despesa que, no futuro, se possa traduzir num ganho.

Tome Nota:
Os investimentos não são supérfluos nem gastos efémeros, como férias, jantares ou subscrições de serviços.

Embora possam gerar compromissos financeiros, os investimentos contribuem para melhorar o bem-estar familiar, implicando, muitas vezes, poupanças a médio e longo prazo. É o que acontece, por exemplo, ao comprar um automóvel elétrico que pode permitir reduzir gastos com combustível, ou ao instalar equipamentos que aumentem a eficiência energética da habitação.

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Poupar para a reforma ou subscrever um PPR também são investimentos, já que lhe permitem minimizar a perda de rendimento disponível no fim da vida ativa. Além disso, pode resgatar estas poupanças numa situação de maior necessidade.

São igualmente investimentos tirar uma pós-graduação ou poupar para que o seu filho possa fazer um Erasmus. Ambos contribuem para o desenvolvimento de competências e enriquecimento do currículo. O que, por sua vez, será útil para encontrar um emprego melhor e aceder a um salário mais elevado.

Ou seja, tal como as empresas investem em equipamentos, tecnologia ou recursos humanos com o objetivo de melhorar e aumentar as receitas, as famílias também podem e devem fazer investimentos que tenham um impacte positivo nas suas vidas e no seu rendimento.

Ao elaborar o orçamento familiar, não se esqueça que, embora ambos representem saídas de dinheiro, as despesas e os investimentos têm implicações distintas nas suas finanças pessoais.

 
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