28 fev 2024
A questão não é se os principais bancos centrais vão decretar cortes das taxas diretoras mas a dimensão dos mesmos. Narrativa, de forma ilustrativa, sobre a evolução dos mercados financeiros em 2023 e os potenciais cenários e eventos que deverão marcar o ano de 2024. O ano de 2023 começou com previsões envoltas em pessimismo e receios, tendo a economia global acabado por demonstrar uma resiliência surpreendente, ainda que o crescimento tenha permanecido em desaceleração. Perspetiva-se que a atividade mantenha, em 2024, a tendência de abrandamento já observada no ano transato, sendo previsível que o crescimento europeu permaneça mais débil quando comparado com o de outras regiões. Em paralelo, é expectável que o processo desinflacionista, em curso, se mantenha, com os níveis de inflação, em muitas economias, possivelmente, a regressarem para próximo dos objetivos dos seus bancos centrais durante os trimestres que se seguem. Neste contexto, a política monetária dos principais bancos centrais deve manter-se restritiva até que a inflação diminua de forma consistente e convincente para patamares compatíveis com os objetivos destas autoridades. Assim, a necessidade de assegurar a manutenção da tendência desinflacionista deverá limitar a margem para cortes das taxas durante a primeira metade de 2024. No que respeita aos mercados financeiros, a expectativa de que os principais bancos centrais poderão evidenciar, durante 2024, uma estratégia monetária menos restritiva e que, no atual enquadramento, a atividade global não irá registar uma contração substancial, gera suporte ao desempenho da generalidade das classes de ativos. No entanto, alguns fatores exógenos, como os do foro político, entre outros, poderão desempenhar um papel potencialmente desestabilizador, e, desta forma, causar um ambiente de maior volatilidade, face ao do ano transato.
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