Gestão de Talento: estratégias e desafios

Por Francisco Viana
Diretor Central da Direção de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas

Nota do Autor: Este artigo resulta de um trabalho colaborativo com um talento da Caixa, a Catarina Cunha Dias, uma profissional de excelência, a quem solicitei contributos para escrever este texto sobre a gestão de talento nas organizações, as suas estratégias e desafios.

Segundo a UNESCO, nos próximos 30 anos, vão licenciar-se tantas pessoas como todas as que se licenciaram até hoje. Não vai faltar “software humano” e, claro está, o conhecimento vai aumentar exponencialmente. Questão para reflexão: A velocidade da mudança será por nós acompanhada? O que fazer para nos anteciparmos?

A gestão de talento, a nível global, é cada vez mais exigente e Portugal não é exceção. O perfil das novas gerações, aliado à implementação de novas formas de trabalho, decorrentes do avanço tecnológico e muito aceleradas pela pandemia, têm vindo a desafiar as empresas a encontrar formas alternativas e criativas de captar e reter talento.

Se, no passado, um ordenado seguro, a par da estabilidade pessoal, eram os ingredientes-chave para atrair “as pessoas certas”, atualmente compreendemos que esse não é o caminho. Hoje, para atrair, desenvolver e reter Talento é necessário ir muito mais longe, pensar globalmente, estar atento às tendências, conhecer e compreender as necessidades e motivações das novas gerações, atuar com antecipação, com justiça e equidade. É preciso garantir um pacote diferenciador de incentivos; apostar, de forma contínua, no desenvolvimento e na formação dos colaboradores; incentivar e implementar novas metodologias de trabalho; promover um ambiente de trabalho positivo, inclusivo e seguro, assente numa cultura de transformação e inovação; promover planos de carreira; incentivar a mobilidade, sem ignorar, naturalmente, um pacote compensatório atrativo.

Atrevo-me a dizer que a atração e a retenção de Talento passaram a ser “o tema” no seio das Organizações, considerando a escassez atual de perfis ajustados às reais necessidades das empresas e a feroz concorrência existente, que passou a ser multissectorial e disputada à escala global.

Para o setor bancário, o desafio pode ser ainda mais complexo e, na Caixa, não é diferente. Assim, procuramos que as nossas equipas estejam verdadeiramente alinhadas com os objetivos e Missão do Banco, promovendo, simultaneamente, uma cultura de inovação e de transformação que, acreditamos, irá contribuir e impactar positivamente na nossa estratégia de Employer Branding. Fazemo-lo de diversas formas e para segmentos diversos, adaptando a nossa presença e atuação de acordo com o nosso target. Marcamos presença em Bootcamps, Workshops e Feiras de Emprego, estamos presentes nas Universidades e damos a conhecer a nossa proposta de valor, reforçando o nosso posicionamento.

Paralelamente, e de forma concertada e estratégica, trabalhamos internamente, promovendo eventos que reforçam a aproximação da Caixa aos recém-licenciados, recém-mestrados e/ou alunos que se encontram a frequentar o Ensino Superior. É disso exemplo a 1ª Edição do Open Day, que decorreu no passado mês de abril, uma iniciativa que teve uma enorme procura por parte dos alunos das melhores universidades em Portugal e que nos permitiu identificar os candidatos mais adequados às necessidades da Caixa para o nosso programa de trainees – Programa Geração Caixa, uma das principais fontes de recrutamento do Banco, com uma taxa de retenção na ordem dos 86%.

Após um processo de recrutamento e seleção bastante exigentes, os candidatos que fazem fit com os perfis identificados pela Caixa têm, desde logo, acesso a um amplo conjunto de benefícios, nomeadamente: remuneração atrativa e adequada à função; trabalho híbrido; programas de formação estruturantes, como o Programa de Gestão de Talento e o Programa de MBA, que visam o desenvolvimento e o reforço de competências técnicas e comportamentais; Programa de Mentoring, em que contamos com o know-how e experiência dos nossos Colaboradores mais experientes na integração e respetivo acompanhamento dos recém-integrados e, finalmente, os Prémios Excelência que, anualmente, reconhecem o desempenho dos colaboradores nas diferentes áreas de negócio do Banco.

Gerir e reter talento é garantir motivação! Ouvir as pessoas, dar-lhes autonomia, partilhar conhecimento e dotá-las das ferramentas necessárias para o bom desempenho das suas funções é assegurar um ambiente de trabalho positivo e de futuro. Gerir talento é um desafio, mas na Caixa, encaramo-lo, sobretudo, como uma oportunidade única de transformação de potencial em excelência.

As organizações que melhor criem condições para o desenvolvimento de competências das suas Pessoas e que promovam ambientes de equidade, justiça, inclusão e felicidade serão, não só as mais bem-sucedidas, com maiores garantias de sustentabilidade futura, mas serão, sobretudo, identificadas como as melhores empresas para trabalhar e isso, na gestão de talento, é tudo.

Mais uma vez fomos e somos a Caixa, para todos e para cada um.

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