Anfiteatro Exterior do Edifício Sede da CGD

31 jul 2015

Vigésimo aniversário da inauguração

Comemorou-se, no passado dia 18 de julho de 2015, o vigésimo aniversário da inauguração do espaço denominado Anfiteatro Exterior, do Edifício Sede da CGD.

O Anfiteatro Exterior do Edifício Sede da CGD é composto por um amplo palco com o fundo semicircular, dotado de camarins e salas de apoio, enquadrada por doze cavaleiros metálicos estilizados (da autoria de Luís Pinto Coelho) instalados nos jardins, apresentando lateralmente escadas de acesso a um parque de estacionamento privativo da CGD, ajardinado, que se ergue numa cota mais elevada.

Na cerimónia da inauguração estiveram presentes na altura o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Dr. Jorge Sampaio), o ex-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Dr. Nuno Kruz Abecassis), o Conselho de Administração da CGD (presidido pelo Dr. Rui Vilar), o Conselho de Administração da Culturgest (presidido pelo Eng.º Manuel Vaz), diversos quadros diretivos das Direções da CGD e o Prof. Dr. José Hermano Saraiva, entre outras individualidades.

No Anfiteatro encontra-se instalada uma lápide alusivo a este evento com a inscrição: "Este jardim com auditório de ar livre, construído em terreno propriedade da Caixa Geral de Depósitos e inicialmente destinado a uma ala do seu edifício-sede, é colocado ao serviço da cidade para aqui se abrir mais um espaço de cultura e de lazer. Julho 1995”.

No evento discursaram o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Dr. Jorge Sampaio e do Presidente do Conselho de Administração da CGD Dr. Rui Vilar, e teve lugar uma visita ao local durante a qual se registou um apontamento de cariz histórico, apresentado pelo Prof. Dr. José Hermano Saraiva relativamente ao Padrão da Rainha Santa Isabel implantado, com lugar de destaque, no Anfiteatro.

Considerando o interesse histórico deste Padrão, e porque o mesmo foi transferido de uma espaço camarário e incorporado num pertencente à CGD procurando assegurar, deste modo, a sua preservação, apresentamos uma breve resenha histórica relativa ao Padrão.

Sobre o Padrão

O Padrão simboliza a intervenção da Rainha Santa Isabel na disputa entre seu marido, o rei D. Dinis, e o infante D. Afonso, futuro D. Afonso IV, ficando o episódio conhecido como as “Pazes de Alvalade”, conforme consta na lápide:

"Santa Izabel Rainha de Portvgal mandov collocar este padram neste lvgar em memoria da pasceficacao qve nelle fez entre sev marido El Rei D Dnis e sev filho Dom Afonso 4º estando para se darem batalha na era de / 1323."

A primeira referência conhecida sobre a localização do Padrão data de 9 de janeiro de 1760, fornecida pelo pároco Urbano Joze de Melo Pinto da Sylva, da freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em resposta ao inquérito régio realizado para avaliação dos estragos resultantes do terramoto de 1755.

Nova referência surge em 1862, no semanário ilustrado Archivo Pittoresco , informando-nos que «Acha-se este padrão e inscripção na estrada do Arco Cego, próximo do Campo Pequeno, em um muro do lado direito.».

Uma gravura do mesmo ano mostra o Padrão como um monumento constituído por uma lápide em cantaria calcária, talvez não a original mas uma cópia seiscentista, integrada na face frontal de um plinto encimado por coluna de fuste liso e rematado por uma esfera, envolvido por uma estrutura de colunas e uma grade metálica semicircular (estes elementos decorativos encontrar-se-ão em depósito municipal).

Em 6 de junho de 1986, devido ao mau estado de conservação do Padrão, foi ponderado transferi-lo para o jardim público adjacente, proposta que recebeu o parecer favorável do Instituto Português do Património Cultural (IPPC) em 19 de agosto desse ano. No entanto, essa ideia foi abandonada em 23 de maio de 1988.

Com a construção em curso do Edifício Sede da CGD, em 31 de maio de 1990 foi reavaliada a sua localização, encontrava-se a cerca de 50 metros da atual localização (ainda é visível a adaptação efetuada no muro aquando da remoção do Padrão).

Em trabalho publicado em 1993, o IPPAR informa que o padrão foi alvo de alterações que descaraterizaram o monumento. «Aquando da sua deslocação para o actual local [embutido num muro pertencente à Câmara Municipal de Lisboa], foram-lhe retiradas a guarda de ferro, as colunas do capitel e a sua guarnição superior. Apresenta-se hoje como uma coluna singela.».

Em 18 de julho de 1995 ocorreu a inauguração da estrutura na atual localização, conforme inscrição na lápide no local e acima apresentada.

O Padrão foi classificado como Monumento Nacional através do Decreto-Lei de 16 de Junho de 1910, publicado em Diário do Governo n.º 136, I Série, de 23 de junho de 1910.

Joaquim Pombo
Gabinete do Património Histórico da CGD
Julho de 2015

Acesso Caixadirecta

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