EFC - Braga

28 mar 2024

"Inteligência Artificial: o motor para a próxima revolução industrial?"

A Caixa organizou , em Braga, mais uma edição dos Encontros Fora da Caixa, desta vez dedicado à "Inteligência Artificial: o motor para a próxima revolução industrial?".

Sob o tema "Inteligência Artificial: o motor para a próxima revolução industrial?", a Caixa realizou em Braga, a 25 de março, mais um Encontro Fora da Caixa. O potencial da Inteligência Artificial (IA) para criar soluções inovadoras e sustentáveis, integrando diferentes tecnologias e, simultaneamente, gerar novas oportunidades de negócio e de trabalho, respeitando os valores éticos, democráticos e inclusivos, foi o desafio lançado a especialistas e empresários que, durante a sessão, partilharam as suas visões e experiências sobre o tema, abordando as suas vantagens, riscos e desafios.

A abertura da sessão foi da responsabilidade do CEO da Caixa, Paulo Moita de Macedo, que que destacou as vantagens da IA e o impacto positivo da sua utilização na relação com os clientes e na otimização de processos, referindo: “A IA potencia uma visão 360.º dos clientes, o que pode potenciar ganhos relevantes nos serviços prestados pela banca”.

Para o CEO da Caixa "É vital saber usar a tecnologia para servir os clientes e colocá-los no centro do negócio". Neste contexto, referiu, como exemplo, a assistente digital da Caixa, que dialoga, anualmente, com 1 milhão de clientes. Dedicou ainda parte da sua intervenção aos desafios do Talento, defendendo, por um lado, a importância de “fazer uma combinação virtuosa entre tecnologia e talento" e, por outro, que a sua aplicação seja encarada como "um suporte na estratégia da empresa, que pode ajudar a simplificar processos, reduzir custos e conduzir a decisões mais informadas".

O primeiro keynote speaker da sessão, Arlindo de Oliveira, Professor do IST, administrador não executivo da Caixa e especialista em IA, partiu de uma análise histórica desta tecnologia para enquadrar a sua evolução até aos dias de hoje. Segundo o académico, que referiu Blaise Pascal como o pioneiro na tentativa de mecanização do raciocínio em 1642, a IA tem evoluído de forma exponencial nas últimas décadas, graças à conjugação de três fatores: aumento da potência computacional, impulsionado pela indústria dos videojogos; crescimento massivo dos dados disponíveis, gerados pelo uso intensivo dos dispositivos móveis; desenvolvimento de algoritmos sofisticados, baseados em redes neuronais artificiais.

Na sua intervenção teve ainda oportunidade de elencar os desafios e oportunidades decorrentes da utilização de IA para as empresas, nomeadamente no âmbito dos modelos relacionais com clientes, onde a aplicação desta tecnologia traz benefícios palpáveis ao nível da agilização de processos e da segurança, nomeadamente através da deteção de anomalias e controle de riscos, prevenindo a fraude e dificultando a intrusão informática.

Finalizou com uma nota positiva, lembrando que a Inteligência Artificial ainda não causou desemprego nos países mais desenvolvidos.

Rui Lopes, CEO da AgentifAI, apresentou casos de sucesso na aplicação desta tecnologia nas indústrias da banca e da saúde. Defendendo que, hoje, os clientes pretendem atendimento personalizado e exclusivo, com vantagem competitiva e eficiência, lembrou que a Caixa, em 2020, foi o primeiro banco em Portugal a lançar uma assistente transacional por voz “a Caixa” e, mais recentemente, foi um dos primeiros bancos no mundo a lançar um processo de subscrição de crédito pessoal em interface conversacional.

Concluiu, dando nota de que, na sua opinião, a verdadeira disrupção não está na IA, mas naquilo que esta permite fazer: “Pela primeira vez é a tecnologia que se adapta às pessoas e não o contrário”.

O painel empresarial, moderado por José Manuel Fernandes, jornalista do Observador, contou com a participação de empresários de diferentes áreas de negócio. Houve unanimidade na perspetiva de que a adoção da IA pelas empresas portuguesas é um desafio que implica informação, formação e ética e que Portugal deve aspirar a ter empresas de IA de renome, com escala global e trabalho em rede, para gerar valor e impacto social. Madalena Talone, administradora executiva da Caixa, analisou a perspetiva da banca, defendendo que esta pode apoiar as empresas na transição digital, com soluções financeiras e técnicas para a IA.

O Encontro encerrou com uma conversa entre o jornalista, escritor e poeta Nicolau Santos e José Manuel Fernandes, sobre a importância da poesia e sobre o seu mais recente livro, A Feliz Embriaguês de Existir, publicado no final de 2023, e com uma performance da banda “Nicolau Santos, Manuel Lourenço & Poetry Ensemble”.

Veja a Reportagem do evento aqui.

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