Os anos que antecederam a 1ª República

Através do retrato da Caixa

Um recuo ao tempo da Monarquia, como um período de transição política do país com a implantação da República, e a análise de alguns fatores decisivos que marcaram a economia e finança da época.

A propósito das comemorações do centenário da República no ano que agora terminou, seria pertinente recuar a esse tempo da Monarquia, como um período de transição política do país com a implantação da República, e analisar alguns fatores decisivos que marcaram a economia e finança da época, através do retrato da Caixa.

Como testemunham os Relatórios e Contas da instituição, nos anos económicos de 1908-1910, verifica-se um importante crescimento dos lucros, quando comparados com os anos imediatamente anteriores. Exemplo disso, são a franca recuperação da Caixa Económica Portuguesa, onde se verifica, em 1909, uma melhoria acentuada havendo um excedente de receita.

No entanto há, antes da mudança para o novo regime, uma fase um tanto conturbada na história da Caixa, que se relaciona diretamente com a própria história política do país.
Já desde a mudança partidária em Portugal na década de 80, com a subida do Partido Progressista ao poder, que o governo pretendia imiscuir-se cada vez mais no sistema financeiro português, tomando as rédeas dos dinheiros públicos em detrimento da própria Junta de Crédito Público. Esta foi perdendo a sua supremacia sobre a Caixa Geral de Depósitos, à medida que as reformas políticas iam sucedendo, nomeadamente, com a Carta de Lei de 30 de dezembro de 1892.

“Alargar a esphera de ação da caixa geral de depositos e facilitar o seu natural desenvolvimento são preceitos a que o governo não póde deixar de obedecer para que o thesouro possa ver augmentar os beneficios de uma das instituições mais proficuas que têem sido organisadas no paiz.”

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Helena Real
Gabinete do Património Histórico da CGD
Maio de 2011

Acesso Caixadirecta

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