No início do século XX, as portáteis ventoinhas elétricas e os radiadores ou aquecedores foram os sistemas de climatização usados para proporcionar um ambiente de interior mais agradável.
A ventoinha ou ventilador elétrico foi inventado em 1882, nos E.U.A. por Schulyer Wheeler, e fabricado em 1886 pela Crocker & Curtis Electric Motor Company.
As primeiras ventoinhas de mesa apresentavam motores robustos em ferro ou aço e hélice de duas pás. Mais tarde, foram adaptadas gaiolas metálicas de proteção para as pás e dedos curiosos, tornaram-se oscilantes e aumentou o número de pás. A sua elevada rotação permitia refrescar o ar, tornando o ambiente mais agradável nos dias quentes.
Também, os radiadores ou aquecedores tiveram a sua função mas para os dias mais frios, ao proporcionarem um ambiente aquecido.
O radiador elétrico foi patenteado em Londres em 1892, mas foi em 1906 que o norte-americano Albert Marsh deu uma contribuição significativa ao inventar o nicrómio, uma liga de níquel com crómio que emanava uma luz vermelha e quente sem se desintegrar com o calor. Na altura, a eletricidade ainda era estranha e misteriosa, como tal, os primeiros modelos apresentavam o aviso “Não Utilizar Um Atiçador”.
São estes objetos que fazem parte do acervo museológico da CGD, antigas ventoinhas e radiadores, antiguidades que merecem a nossa atenção, pois sem elas a vida no interior das empresas e das habitações teria sido menos confortável.
Precursores do ar condicionado, foram o impulso para que em 1902 Willis Carrier inventasse um aparelho capaz de controlar as condições ambientais internas. A patente foi registada em 1906 e originou as bases do moderno ar condicionado, iniciando-se assim, o conceito de climatização.
A evolução tecnológica nem sempre foi concomitante com as condições do ambiente de trabalho. Até meados do século XX, estas não foram consideradas fundamentais, em parte, devido à mentalidade pouco motivada e à falta de leis de proteção da saúde dos empregados.
A partir da década de 50/60, surgem as primeiras tentativas sérias de integrar os trabalhadores em ambientes controlados. Com o desenvolvimento de pesquisas em torno da Ergonomia surgiu a necessidade de avaliar o efeito do “clima” no local de trabalho.
Mas, foi com a publicação de legislação pela ISO (International Organization for Standartization) e pela ASHRAE (American Society for Heating, Refrigeration and Air-Conditioning Engineers) que se veio enfatizar o estudo desta temática e a obrigatoriedade de legislar, de modo, a salvaguardar a saúde do trabalhador.
Hoje, trabalhamos em locais onde predominam os sistemas AVAC (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado) como tecnologia destinada ao conforto ambiental interior. Controlam as condições ambientais em termos de temperatura, humidade e de renovação do ar, possibilitando conforto térmico e qualidade do ar. São um dos fatores que proporcionam ao trabalhador um ambiente de qualidade de vida no trabalho, vital para se otimizar os índices de produtividade e qualidade, assim como de satisfação e bem-estar.
Célia Moutinho
