Caixa Geral de Depósitos – Património Arquitetónico

20 mai 2024

Caixa Geral de Depósitos – Património Arquitetónico

Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos

Poucas instituições terão, em Portugal, deixado uma marca tão impressiva na paisagem urbana como a Caixa Geral de Depósitos. São cerca de duas centenas de edifícios construídos de raiz, ou objeto de grandes adaptações. Encontramo-los de norte a sul e em pleno Atlântico. No território continental e em quatro ilhas.

Ao longo de quase um século a Caixa foi povoando Portugal com as suas agências. A maior parte desses antigos edifícios ainda está em uso, uns quantos foram vendidos, em dois ou três casos foram demolidos e deles temos apenas recordações em papel fotográfico.

O tema central do livro é a imagem. No sentido da imagem que se quis dar. Da imagem criada pelo banco. A ideia foi a de percorrer todos os edifícios, existentes ou não, e de registar as suas fachadas. No caso dos imóveis que desapareceram (São João da Madeira, Setúbal, Vila Nova de Gaia), temos o registo fotográfico. Nem sempre foi fácil determinar a sua localização precisa, obrigando-nos a recorrer à memória de profissionais mais velhos, que forneceram indicções insubstituíveis. Desde o início se definiu que apenas os edifícios encomendados e construídos de raiz, ou, excecionalmente, com adaptações substanciais, seriam integrados neste levantamento. Ou seja, aquilo que a Caixa promoveu, por sua iniciativa ou através do Ministério das Obras Públicas. De fora ficaram as agências instaladas em edifícios previamente existentes ou os espaços arrendados, soluções postas em prática cada vez com maior intensidade, em especial a partir do início do corrente século.

O livro foi construído com propósitos claros e simples. Os objetivos transformaram-se, depois, em perguntas: que imagem deixou a Caixa Geral de Depósitos nas localidades onde se instalou? Quem foram os “desenhadores” dessas realidades? O que aconteceu aos edifícios? Como é que o banco moldou a paisagem urbana dos sítios onde se instalou? Tudo isso ocorreu num processo de expansão da rede da Caixa, que esteve aliada ao alargamento da sua atividade e à criação de novos serviços, mais completos e abrangentes.

“Caixa Geral de Depósitos – Património Arquitetónico” mostra-nos, sobretudo, um registo em espelho. Como foi cada sítio e como se encontra hoje. Para cada local, há uma curta legenda explicativa, que fornece dados sucintos sobre localização, autoria e data, aos quais se acrescenta um texto de enquadramento. Apresenta-se uma curta visão global de cada sítio, que abrange todo o património arquitetónico criado pelo banco.

Chegou-se a um número final de 175 edifícios. Uns foram mais modificados que outros. Alguns estão espantosamente bem conservados e parecem de História recente. A Caixa Geral de Depósitos tem razões pa se orgulhar do património arquitetónico que construiu em todo o País. Muitas das suas agências forma traçadas por nomes prestigiados como Gonçalo Byrne, de Carrilho da Graça, de Hestnes Ferreira, de Fernando Távora, de Nuno Teotónio Pereira, de Francisco Conceição Silva, de Porfírio Pardal Monteiro. Ou de outros menos conhecidos do grande público, mas muito considerados pelos seus pares, como José Rafael Botelho ou como Chorão Ramalho. O Estado Novo deixou a sua marca de norte a sul. Cristino da Silva sobrevive em Castelo Branco. No arranque da construção da memória da Caixa esteve presente um arquiteto talentoso, e prematuramente falecido e hoje quase esquecido: Raul Martins. António Reis Camelo e João Simões destacam-se também neste panorama. Em conjunto, são autores de cerca de três dezenas das obras listadas neste livro.

“Caixa Geral de Depósitos – Património Arquitetónico” é o nosso contributo, quase um século e meio depois do banco ter nascido, para ajudar a fixar a memória da instituição, continuando a contribuir, das mais diversas formas, para a construção da imagem do País.

Santiago Macias
Coordenador e autor do Projeto

Veja aqui a capa do livro, o prefácio, testemunhos do PCE e PCA da Caixa, do arquiteto Manuel Aires Mateus e a ficha biográfica do Edifício que acolheu a filial do Porto.

Acesso Caixadirecta

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Caixa Geral de Depósitos – Património Arquitetónico

Caixa Geral de Depósitos – Património Arquitetónico