Júlio dos Santos Rodrigues

O Administrador-Geral substituto em abril de 1974

O Administrador-Geral substituto nos tempos de abril de 1974 foi um exemplo de perseverança e tenacidade que certamente contribuíram para a sua nomeação para Vice-Presidente da CGD no mesmo ano.

Apesar de nunca ter ocupado o cargo de Administrador-geral, Júlio Rodrigues, foi, talvez, um dos elementos que integraram os Conselhos de Administração da CGD que durante mais tempo trabalhou na Caixa. Foi um exemplo de perseverança e tenacidade. A vontade de progredir transformou o “aspirante” de 1938 em Vice-Presidente da CGD, em 1974

Júlio dos Santos Rodrigues era natural de Coimbra, onde nasceu em janeiro de 1916. Entrou para o serviço da Caixa, na Filial de Coimbra, como aspirante, em julho de 1938, tendo ficado em segundo lugar no concurso de admissão. As suas capacidades laborais, inteligência e dedicação, contribuíram para que com alguma celeridade percorresse as várias etapas da carreira profissional. Em março de 1942 foi promovido a 3º oficial, em 1945, a 2º oficial, e em 1948 a 1º oficial.

Entretanto licenciou-se em Direito e a Filial de Coimbra parecia pequena para as suas aspirações. Em dezembro de 1955 vem para Lisboa como Chefe de Secção na Repartição de Operações Financeiras e Bancárias (ROFB). A divisão da ROFB em duas Repartições (1ª e 2ª), fez de Júlio Rodrigues Chefe da 1ª Repartição. Em 1969 transita para a Direção dos Serviços Financeiros como Diretor de Serviços.

Entre 1971 e 1973 acompanha, por diversas vezes, administradores em visitas de caráter técnico e, como representante da Caixa esteve presente em várias reuniões internacionais, alargando-lhe os horizontes da atividade bancária além fronteiras.

Para que o governo da Caixa não caísse num vazio após a saída do então Administrador-geral António Jorge da Motta Veiga, que pedira a sua demissão, a criação, em 29 de maio de 1974, de uma Comissão Executiva, composta por José Augusto do Nascimento Neves, José Nicolau Pires Correia, Raul da Silva Pereira e Júlio dos Santos Rodrigues, foi a solução encontrada até à nomeação do próximo Presidente da Caixa. Esta comissão esteve em exercício até junho, tendo no dia 24 sido nomeado um Conselho de Administração formado pelos elementos da Comissão Executiva, com a categoria de administradores. Para presidir a este Conselho é nomeado, Júlio dos Santos Rodrigues como Administrador-geral substituto e Vice-Presidente da CGD.
Foi o profundo conhecimento da realidade da Caixa, adquirido ao longo de tantos anos de experiência, que conduziu, certamente à sua escolha para o cargo, que exercerá até à nomeação do Administrador-geral José Joaquim Camacho Campelo de Sousa em julho de 1975.

A presidência de Jacinto Nunes, na Caixa, manteve Júlio Rodrigues como Vice-Presidente e após a saída daquele, em janeiro de 1980, Júlio Rodrigues voltará a ocupar o cargo de Administrador-geral substituto, até junho o mesmo ano.

Júlio dos Santos Rodrigues faleceria em março de 1990.

Zacarias Dias
Gabinete do Património Histórico da CGD
Abril de 2011

Acesso Caixadirecta

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