EFC - Coimbra

13 mai 2024

“Talento, Oportunidades e Desafios. Como reter o talento?”

Como atrair, reter e desenvolver o talento num mercado de trabalho em constante mudança, foi a questão central do Encontro Fora da Caixa, que decorreu a 30 de abril, na Universidade de Coimbra, sob o tema “Talento, Oportunidades e Desafios. Como reter o Talento?”.

O evento contou com a presença de académicos, empresários e estudantes, que assistiram a um debate sobre os desafios da gestão do capital humano num contexto de transformação tecnológica.

Na sessão de abertura, Paulo Moita de Macedo, CEO da Caixa, alertou para a escassez de talento nas empresas, apontando fatores críticos como a baixa natalidade, o envelhecimento da população e a necessidade de adaptação às novas tecnologias. “O problema da falta de mão de obra só pode ser resolvido com recurso à imigração, pelo menos na próxima década”, afirmou, defendendo que as universidades têm um papel fundamental na formação e na atualização de competências dos colaboradores das empresas.

A diretora do ISEG MBA, Joana Santos Silva, alertou para o facto de 81% das empresas portuguesas ter dificuldade em encontrar talento qualificado, apontando o desfasamento entre a formação académica e as exigências do mercado como uma das potenciais causas. Nesta sequência, apontou como fator diferenciador as pessoas e a sua atitude, pautada pela resiliência, persistência e investimento na aprendizagem contínua para aquisição de novas competências: "Hoje, é preciso ser flexível, criativo, colaborativo e capaz de resolver problemas complexos. Essas são as pessoas que os empresários querem nas suas equipas".

A vice-dean da Nova SBE, Cátia Batista, foi Keynote speaker do Encontro, apresentando dados que revelam que 47% dos licenciados portugueses emigram após conclusão dos estudos superiores, referindo, no entanto, tratar-se de um valor semelhante ao de outros países europeus. De forma disruptiva, afirmou que este fenómeno deve ser encarado como uma oportunidade, e não como um problema, na medida em que muitos desses profissionais regressam a Portugal, com novas ideias e conhecimentos para as empresas nacionais.

No debate empresarial, que juntou responsáveis e especialistas de diferentes setores, partilhou-se conhecimento e casos de sucesso, que ilustraram as estratégias e as preocupações dos empresários que lidam com a procura e a retenção de talento.

Mafalda Rebordão, da Google, salientou a necessidade de um mercado de trabalho flexível que responda às expectativas dos quadros qualificados mais jovens, que procuram novas formas de trabalhar. Já Mafalda Varandas, do Grupo Bluepharma, e Sónia Sobreira, da Critical Software, enfatizaram a importância dos fatores complementares do salário para a retenção do talento, dando como exemplos o apoio na compra de habitação, seguros de crédito, entre outros, e defendendo que estes devem ser adaptados às diferentes fases de vida. Nuno Martins, da Caixa, apresentou a estratégia do Banco para atrair talento, com destaque para os planos de carreira e de formação. Referiu que a Caixa recruta, anualmente, cerca de 150 quadros altamente qualificados e investe em 500 mil horas de formação.

A encerrar, Pedro Abrunhosa conversou com José Guilherme Xavier de Basto, professor de Fiscalidade e de Harmonização Fiscal, na Universidade de Coimbra, que ficou conhecido como o «Pai do Iva» por ter presidido, na década de 80, à introdução deste imposto no sistema fiscal português.

Veja a Reportagem do evento aqui.

Acesso Caixadirecta

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